Save Yourself

Capítulo 18 - da aldeia até o barco.

Marine

Meus pais me levam de carroça até uma vila litorânea. Por ser de carroça, nós demoramos mais ou menos umas três horas, faltando trinta minutos para os portões do barco que leva para a ilha de Lywinn fechar.

Quando chegamos ao porto a cidade ainda está um pouco adormecida, mas ainda assim, vejo diferenças da aldeia para aqui.

As estradas são de um material cinzento, diferentes das de pedra ou terra que existem na aldeia.

As casas são coloridas e não parecem ser de madeira, mas de um material conhecido como tijolo, segundo as aulas com Dan. Não que eu já não tenha visto casas de tijolo, mas tão lindas assim, com mais de um andar, com milhares de tons de milhares de cores, nem em fotografias de minhas aulas com Dan.

Falando sobre minhas aulas, eu aprendi o que era um barco e um navio, a diferença entre o tamanho dos dois. Mesmo assim, quando este apareceu em meus olhos, me apavorei não só com o tamanho e o barulho, mas com as pessoas que saíram deste.

Mulheres usando calças, e algo como camisas sem botões, homens com ternos diferentes e crianças andando com bonecas muito mais reais do que aquelas de espigas de minha infância; a maioria correndo para não ser esmagada e abrir lugar para aqueles que partirão.

Só que eu não estava preparada para tudo isso de uma vez.

Mesmo em uma distância razoável dos portões do barco, eu caí. Meus pais que estavam mais longe puxaram uma Marine machucada e de olhos arregalados.

Rapidamente, eles me abraçam, eu sinto seus olhos marejados, como os meus. Depois disso, eles me empurram com as malas em mãos para o trem. Olho para trás, vejo meus pais abanando, com lágrimas nos olhos. É a última vez que os verei.

Adeus, mama, papa. Vejo vocês daqui a dois anos. Ou não.

Entrego o papel que comprei para o tal de cobrador e entro para uma salinha, que tem bancos nas duas extremidades e uma janela enorme oposta a porta. Acomodo-me.

Essa vai ser uma longa viagem.