Depois de colocar a chaleira no fogo pego as xícaras e uma bandeja arrumando tudo, pego minha caixa de chás aonde mantenho guardadas as caixinhas de sabores diferentes de chá e deixo tudo na bancada, a água vai demorar um pouco pra ferver e resolvo falar algo já que estamos em completo silêncio.
- Vou pegar algumas fotos, com licença. - Falo e vou para o meu quarto, lá tenho uma caixinha com meia dúzia de fotos, e tenho as fotos dos porta-retratos da sala também.
- Desculpem eu não tenho tantas fotos, lá no orfanato não tirávamos fotos sempre, eu só tenho essas e as dos porta-retratos. - Falo me aproximando deles.
Eles se ajeitam nos seus bancos e fico entre os dois, então coloco a caixinha na bancada a abrindo, tiro a primeira foto que sou eu ainda bebê, acho que eu tinha uns 8 ou 9 meses e estou sentadinha com um brinquedinho na mão, minha mãe pega a foto e começa a chorar e tento dar algum conforto a ela.
- Está tudo bem, eu fui bem cuidada, nunca me bateram e eu nunca sofri nenhum tipo de abuso, também nunca passei fome, as freiras sempre cuidaram bem de mim, elas cuidam bem das crianças... - Explico baixinho, eu tive sorte e tenho muita consciência disso.
- Eu queria tanto ter estado com você, eu sinto muito por não estar presente... eu só sinto muito... - Minha mãe fala chorando.
- Se pudéssemos voltar no tempo... - Meu pai fala chorando também.
Vamos vendo outras fotos e eles se emocionam e eu também, então a chaleira apita e sirvo o chá, tomamos o chá e pego o porta-retratos que tem a minha foto com as freiras, vou explicando o que cada uma faz no orfanato e como cada uma me ensinou alguma coisa, enquanto vemos as fotos vou falando da escola que estudei e da faculdade que cursei, falo um pouco da minha infância e da minha adolescência, na verdade fiz um resumo da minha vida pra eles que escutaram tudo atentamente, não contei sobre John em nenhum momento, eles não precisam saber que fiz papel de vagabunda sem saber.
Depois de vermos todas as fotos enquanto tomamos o chá pego o porta-retratos com a foto da Mel, na verdade eu coloquei uma foto da Mel em cima da foto que tinha eu e o John, não tive coragem de jogar a foto fora então achei melhor deixar ela escondida.
- Essa é a minha menininha. - Falo mostrando a foto da Mel, meu pai já sabia que eu tinha adotado a Mel, mas ele não conhece ela e nem minha mãe.
Conto a história da Mel e explico direitinho sobre o processo de adoção e de como tudo saiu rápido.
- Ela é tão parecida com você, eu nem acredito que além de te Deus trazer você pra mim ainda me trouxe uma neta. - Minha mãe fala com um sorriso ao ver a foto da Mel.
- Ela se parece com vocês duas é impressionante... - Meu pai fala vendo a foto da Mel, a Jacke foi para a esquina encontrar o Brian acho que por isso não se encontraram.
- Ela é um doce de criança e é tão delicadinha e só um pouquinho tímida as vezes... mas a professora dela disse que ela é uma líder e é bem participativa... - Então começo a falar da Mel.
Falo tudo da Mel, conto sobre a escola e falo tudo que envolve nosso mundo, eles escutam tudo e parecem felizes por saber das coisinhas dela, ela é minha filha e tenho muito orgulho da Mel.
Meu pai fala que está muito orgulhoso por saber que virei uma mulher digna e que ele tem muito orgulho de mim, ele fala muitas coisas e me emociono outra vez por saber que eles gostaram de mim, ficamos ali abraçados e pouco depois de nos afastamos meu interfone toca e é a Jacke, abro a porta de baixo e vou abrir a porta da sala.
- É a Jacke, com o Brian e a Mel. - Falo e eles assente, já tinha mostrado uma foto minha com a Jacke então sabem que ela é minha amiga.
Abro a porta escutando os risos da Mel e do Brian e logo os três então no corredor, a Mel está com o rostinho sujo do que parece ser chocolate e o vestido também, o Brian também está sujo e até a Jacke está suja, será que fizeram guerra de chocolate?
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Minha Vitória
RomanceVictoria desde cedo aprendeu a ser forte e determinada, ela não teve um começo fácil e quando reencontra John seu antigo amigo sua vida toma um rumo inesperado...