Capítulo 35

31.2K 3K 1.8K
                                    

POV John

1 dia antes do casamento...

- Já disse que tá tudo bem, só vou sair com uns amigos. - Falo para as minhas irmãs.

- Tá tudo bem nada! Você pode enganar a mãe e o pai, mas a gente você não engana! - Minha irmã Eva fala me fitando.

- Faz meses que você está assim John, se você não quer casar é só falar e pronto! - Minha outra irmã Jeniffer diz colocando as mãos na cintura.

- Não falem besteira. - Digo enfiando meus sapatos.

- Você não tem amigos John! E nem quis despedida de solteiro, nós não somos bobas... - Eva fala cruzando os braços.

- Claro que tenho amigos, vou sair com os caras da empresa. - Falo tentando enfiar meus sapatos o mais rápido que consigo, elas me conhecem e sabem da minha vida, elas sabem que estou na merda e nunca fui de ter grandes amigos só colegas mesmo.

- John eu posso conversar com o pai, eu explico que você não quer casar e pronto! - Jeniffer fala decidida.

- Ninguém vai falar com ninguém! - Falo me levantando apressadamente e continuo. - Vou sair com uns caras e depois volto, não se preocupem, eu estou bem e está tudo bem. - Falo deixo um beijo na testa das duas e saio do quarto o mais rápido que consigo.

Desço pego meu casaco no armário e quando coloco a chave na porta escuto meu pai se aproximar, a cadeira de rodas dele faz barulho, quer dizer o motor faz barulho.

- Vai sair filho. - Ele pergunta curioso.

- Sim pai, só vou sair com uns caras da empresa... - Falo tentando manter a calma.

- Você disse que não queria uma despedida de solteiro, se tivesse me falado eu tinha feito algo bacana... - Ele fala calmamente.

- Não é despedida pai, só vou encontrar os caras e bater papo... - Falo calmamente, ele sabe quando estou nervoso e vai perceber se eu não sair logo daqui.

- Tudo bem filho, se você beber não dirija e se precisar de algo me ligue! - Ele fala desconfiado.

- Vou tomar cuidado pai, te amo. - Falo e abro a porta.

- Também te amo filho. - Ele fala e saio.

Caminho para o meu carro apressadamente e só fico aliviado quando saio pelos portões de casa, já fazem mais de 8 meses que estou vivendo um verdadeiro inferno e não sei ainda como não virei um alcoólatra ou fiz alguma merda.

Saio guiando o meu carro sem rumo e fico imaginando o que a Victoria está fazendo essas horas, com certeza ela deve ter conseguido adotar a Mel e essas horas as duas devem estar prestes a ir dormir, me olho no retrovisor e tenho nojo de mim mesmo, minha vontade é de bater a cabeça no volante até ficar inconsciente e acabar com esse sofrimento.

Todo santo dia me lembro do último olhar que minha neném me deu, todos os dias revivo o olhar de decepção de magoa e de dor que causei nela, tenho nojo de me olhar no espelho e de ver o bosta que eu sou! Me tornei um fraco, me tornei o fantasma daquele menino forte e valente que saiu do orfanato e sinto vergonha de mim mesmo.

Depois daquele maldito dia aonde quebrei o coração da mulher da minha vida tenho sofrido como um desgraçado, choro todos os dias e estou fugindo da minha família e da Peyton como o diabo foge da cruz, tenho viajado o tempo todo com a desculpa de estar me preparando para ficar duas semanas fora para a lua de Mel e assim tem sigo.

Encontrei a Peyton algumas vezes nesses 8 meses e sempre inventei alguma desculpa, fui com ela em alguns eventos e cheguei a falar que estava com herpes para não ter que beijar ela na boca, inventei conjuntivite e cheguei até a fingir estar gripado, foi um inferno no dia do noivado eu tive que beijar ela na boca e depois ficamos sozinhos no jardim de casa e ela passando a mão em mim e eu me esquivando como um desesperado, eu simplesmente não tolero o toque dela e cada vez que ela tentava algo as sirenes começavam a soar na minha cabeça alarmando que eu não podia fazer aquilo, que eu não podia trair minha neném.

Minha VitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora