II

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Todos na sala se entreolharam, mas ninguém teve coragem de se pronunciar.

– Já que ninguém se propõe a começar, eu escolho – o Carl falou passando os olhos por todos os alunos – Você – falou apontando para a loirinha.

– Ahm...ok – disse se levantando – O meu nome é Vilde Hellerud e eu sou do segundo ano.

A Vilde voltou a se sentar e logo a gordinha ao seu lado se levantou.

– Sou Christina Berg e também sou do segundo ano.

Todos na sala se apresentaram, inclusive eu. Acabei descobrindo que a maioria das pessoas ali eram da mesma série que eu.

– Então garotos, vocês sabem porque estão aqui hoje? – o Carl perguntou se sentando.

O Penetrator cujo nome era Chris levantou o braço para responder a pergunta.

– Porque somos jovens problemáticos?

– Errado Christoffer. Vocês estão aqui hoje porque eu os escolhi. Cada um de vocês é diferente – falou apontando para nós – Uns são mais tímidos, outros mais extrovertidos, e alguns até um pouco agressivos. Mas todos tem algo em comum.

– Clamídia? – a Chris perguntou confusa.

– Não Chris. Oque vocês tem em comum é que todos tem um lado obscuro, um lado que vocês escondem. E estamos aqui para compartilharmos o que nos fazem mal – respondeu sorridente.

Confesso que essa ideia de compartilhar os meus problemas com estranhos me deixou extremamente desconfortável. Percebi que os outros alunos também se sentiram dessa forma.

– Quero começar com um exercício para nos conectarmos. Vou formar duplas e vocês terão que conversar com o colega por pelo menos cinco minutos para conhece-lo.

O Carl formou as duplas e eu acabei ficando com a Noora. Arrastamos as nossas cadeiras para que ficássemos uma de frente para a outra.

– O meu nome é Noora Amalie e estou no segundo ano.

– Me chamo Eva Mohn e também estou no segundo ano. Acho que fazemos aula de espanhol juntas, você é nova aqui? – perguntei e ela assentiu.

– Me mudei de Madrid faz poucos meses, os meus pais ainda moram lá e por isso estou dividindo um apartamento com dois amigos. Estuda aqui a muito tempo?

– Aturo a Nissen desde o primeiro ano – respondi dando de ombros.

– Nunca te vi com amigas por aqui, eu entrei aqui faz pouco tempo, mas qual é a sua desculpa para não fazer amizades?

– Odor corporal forte – respondi em tom de brincadeira e ela riu junto à mim.

– Ok alunos, chega de conversa – o Carl nos alertou batendo algumas palmas – Por hoje foi só isso, pois eu queria apenas que vocês se conheçam um pouco. Mas irei passar um exercício para o próximo encontro.

Todos que estavam se preparando para ir embora suspiraram em desaprovação.

– Irei dar a cada um de vocês um papelzinho em que contém um determinado sentimento escrito nele. Para o proximo encontro eu quero que vocês digam oque esse sentimento significa para vocês, e de que forma ele está presente na sua vida.

Ele entregou os papeizinhos para cada um e nos liberou para irmos embora.

Cada um seguiu o seu rumo após passarmos pelo portão do colégio. Ninguém olhou para trás ou se despediu um do outro, afinal, somos apenas mero estranhos um para o outro.

Enquanto eu seguia a minha rota em direção ao ponto de ônibus me lembrei que não havia visto oque estava escrito no meu papel.

Tirei o objeto do bolso do meu sobretudo e o abri.

Solidão

Toxic - Chris e Eva Onde histórias criam vida. Descubra agora