XXV

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"If I didn't have you there would be nothing left
The shell of a man who could never be his best
If I didn't have you, I'd never see the sun
You taught me how to be someone, yeah"
(Drag Me Down, One Direction)

O Chris corria como um louco, e eu apenas respirava fundo. Como assim um ataque dos Yakuza? Aquilo era loucura. Tudo bem que eu descobri quem eles são a alguns minutos, mas isso não me impede de sentir um calafrio ao escutar o seu nome.

A cidade passava como um vulto pela janela do carro. Eu não sabia exatamente oque estava acontecendo, e isso me deixou frustrada. Cogitei a ideia de perguntar ao Christoffer, mas desisti assim que vi o seu olhar mortal em direção à estrada.

Ele estacionou rapidamente em frente à um galpão em uma rua vazia e escura. Antes de sair do carro, me entregou o seu celular.

– Não saia desse carro por nada – me alertou, saindo logo em seguida – E ah, ligue pro William, avise onde estamos.

Certo, como eu poderia avisar onde estamos se nem ao menos sei que lugar é esse?

Revirei os olhos para a sua fala e disquei o número do seu amigo, que em apenas alguns toques atendeu.

– Por que ainda não chegou aqui? – perguntou ao atender o telefone.

– É a Eva, estamos em frente a um galpão. O Chris pediu para eu te ligar, houve algum tipo de invasão com os Yakuza – falei ao abrir o porta luvas em busca de comida.

– Merda! – resmungou – E o Christoffer te levou junto? – respondi com um "aham" – Ele é um imbecil mesmo! Chego aí em minutos – e assim se encerrou.

O que estava acontecendo?

E novamente eu era a única sem entender tudo oque se passava. Será que era algum tipo de praga?

Tudo isso que está acontecendo só me prova cada vez mais o quanto a minha vida mudou em apenas semanas. Antes de conhece-los eu vivia cercada apenas dos meus problemas pessoais, sem confusões externas. E agora me vejo rodeada pelos problemas dos outros. Penso que talvez teria sido melhor nunca ter ido a aquele grupo de apoio, mas assim a minha vida continuaria monótona e sem graça.

Continuei a vasculhar o carro do Christoffer, e nada de balinhas ou chocolates. Qual é, esse garoto não sente desejo por açúcar de vez em quando?

Me recostei sobre o banco do carro e fiquei a espera. Quanto tempo será que isso irá demorar? Espero que seja rápido, estou morrendo de fome.

Me arrependi profundamente de ter saído da minha casa. Por mais que os Yakuza tenham me atacado para atingir os garotos, o susto já foi dado. Provavelmente não iriam voltar a me visitar, eu acho.

Fechei os olhos por um instante e me martelei profundamente. Lembrei que a Noora e eu havíamos pedido pizza de pepperoni. Droga, eu definitivamente deveria ter ficado em casa.

Ouvi o barulho de um motor acelerado derrapando pela estrada, oque me fez abrir os olhos. Notei o Audi se aproximando e vi a silhueta do William no banco de motorista. O garoto desceu imediatamente do carro, seguindo sem notar a minha presença, ou pelo menos fingindo não notar.

Qual é, eu sou mesmo obrigada a ficar nesse carro?

Abri a porta do carro e me retirei dele rapidamente. Aqueci minhas mãos no bolso do meu casaco jeans por conta do frio. Estávamos em setembro, e no outono Oslo meia os 15ºC, oque definitivamente não é agradável.

Segui em direção a entrada do galpão, e as palavras do Chris me mandando ficar no carro ecoaram pela minha cabeça. O que de pior poderia acontecer? Ok, realmente muitas coisas ruins poderiam acontecer. Girei os meus tornozelos e me preparei para voltar ao carro. Antes que eu o realizasse, ouvi um barulho de armários caindo.

Toxic - Chris e Eva Onde histórias criam vida. Descubra agora