XVII

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"I hate you
I love you
I hate that I love you"
(I hate you, I love you, gnash)

Me sentei sobre a areia da praia, enquanto sentia os grãos grudando no meu corpo, pois eu estava molhada. A praia já estava um pouco mais calma, pois não era mais tão cedo.

Avistei o píer a alguns metros dali, e segui até lá, enquanto segurava a prancha nas mãos.

Me sentei sobre a madeira desgastada enquanto observava o pôr do sol. As ondas estavam calmas, oque era uma contradição com o meu sentimento do dia.

Eu me lembro até hoje daqui, me lembro do quanto amava esse lugar, essa calmaria.

Senti alguém se sentando ao meu lado, e logo me deparei com o Chris.

– Christoffer? O que faz aqui? – perguntei assustada.

– Passei o dia inteiro te procurando, na verdade, todos nós.

– O resto do pessoal também ta aqui? – merda, era só oque me faltava.

– Não, nos dividimos para te procurar pela cidade. Tem noção de que quase chamamos a policia? – falou respirando fundo.

– Eu não queria causar todo esse alvoroço – fui sincera – Eu só queria... relaxar a mente.

Ele me encarou por alguns segundos, mas logo desviou o olhar.

– Por que veio pra cá? Digo... eu vi que você ouviu a minha conversa com o William – confessou meio receoso.

– Eu fiquei chateada, Chris. Você disse que não queria que eu pensasse que você é um babaca, mas as suas atitudes provam que você é.

– Eu... sinto muito.

– Eu sei que sente, Chris – soltei uma risada irônica – Mas por que falou aquelas coisas sobre mim?

O garoto respirou fundo e negou com a cabeça, como se não soubesse oque dizer.

– É difícil de explicar, Eva. Eu vivo em um mundo que eu tenho fazer coisas por impulso para manter a minha imagem.

– Entendo, deve ser horrível para o maravilhoso Penetrator ter a sua imagem manchada por uma garota qualquer – fui irônica enquanto revirava os olhos.

– É difícil... de explicar – disse nervoso.

– Você afasta as pessoas, Christoffer, e só você não percebe isso. Você quer manter uma amizade, mas tem medo de ser decepcionado – constatei e ele me encarou receoso.

– Não é só isso... – abaixou o olhar.

– E afinal, como sabia que eu estava aqui? – perguntei finalmente. Digo, a Califórnia é enorme, demoraria dias para eles me encontrarem.

– Eu achei isso na sua bolsa – me mostrou um papel que estava dentro do seu bolso.

Era um "mapa" do píer, que eu tinha feito aos 5 anos de idade. Eu tinha denominado esse lugar como "o paraíso". E aquele realmente era o meu paraíso.

– Não sabia que surfava – depois de alguns segundos em silêncio, afirmou enquanto encarava o horizonte.

– O que?

– A prancha – apontou com a cabeça para a prancha que eu havia alugado.

– Eu não surfo... digo, não mais – respondi sem encara-lo.

– Então qual é a da prancha? – perguntou confuso.

– É besteira, você não vai entender.

Toxic - Chris e Eva Onde histórias criam vida. Descubra agora