III

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Só queria dizer que to muito feliz com o rumo que essa fanfic está seguindo, sério gente, continuem votando e comentando porque isso me deixa MUITO motivada a postar o mais rápido possível para vocês.

Acordei com uma preguiça incomum. Mas pelo lado bom, hoje é sexta-feira.

Vesti a minha roupa quentinha junto as minhas botas de cano médio. Comi um cereal qualquer que estava no armário e logo me dirigi a porta.

Peguei o meu enorme casaco e a minha mochila. Os coloquei e fui em direção a minha escola.

Ainda estava cedo, por isso decidi andar ao invés de pegar o ônibus. Após alguns minutos comecei a me arrepender da minha estúpida escolha, pois as minhas pernas começaram a doer.

O fato da escola não ser muito perto da minha casa torna o desconforto maior.

Me sinto aliviada ao avistar a minha querida escola. Me dirijo ao pátio da Nissen e me sento em um banco vazio.

Estava olhando os alunos entrarem no colégio até que sinto a presença de alguém ao meu lado, para ser mais precisa, a de uma loira de batom vermelho.

– Bom dia Noora – a cumprimentei após perceber a sua presença.

– Bom dia ruivinha, como vai o seu problema com o odor? – perguntou brincalhona, soltei uma risada e assenti – Mas é sério, olha quantas pessoas aqui, você poderia fazer amizade com muita gente – falou apontando para os alunos que perambulavam pelo pátio.

– O pessoal da Nissen não costuma ser muito amigável – falei dando de ombros.

– Eu percebi isso, estou aqui a dois meses e o máximo que eu fiz foi conversar com a moça do refeitório – disse coçando o espaço entre as sobrancelhas – Mas veja pelo lado bom, eu sou uma pessoa amigável e acho que podemos começar uma amizade!

Soltamos uma risada e começamos uma conversa altamente esquisita sobre bronzeamento artificial.

O sinal para a primeira aula tocou e nós nos despedimos.

Subi as escadas e me dirigi a sala. Me sentei no fundo e a cadeira vazia ao meu lado logo foi ocupada pela garota loira do grupo de apoio.

Qual era mesmo o nome dela? Acho que era algo com V ou coisa do tipo.

Vilde! Isso! Esse era o nome dela!

– Oi – falou um pouco baixo enquanto sorria para mim.

Respondi o cumprimento de volta e sorri. A aula de Norueguês começou e logo eu estava pegando no sono.

Acordei subitamente ao escutar o sinal tocando. A maioria dos alunos já havia saído da sala, e o resto estava arrumando os materiais.

– Eva, eu realmente acho que dormir na aula não irá te ajudar a passar de ano – a professora falou ao ver que eu me levantava.

– Desculpa professora, eu realmente não tive uma boa noite de sono – respondi indo em direção a sua mesa.

– Eu realmente gosto muito de você Eva, e quero que você passe de ano. Tem um aluno meu do segundo ano que está devendo algumas atividades extracurriculares, vou pedir para que ele te procure para te dar algumas aulas particulares – falou e eu assenti agradecendo.

Logo depois que ela me liberou tive mais duas longas aulas. Assim que o sinal para o intervalo tocou eu me dirigi até o refeitório.

Comprei o meu habitual muffin de chocolate e me sentei em uma mesa vazia.

– Hey, Eva certo? – a garota da aula de Norueguês perguntou enquanto se aproximava da minha mesa ao lado da sua amiga gordinha.

– Ah...é – respondi sorrindo fraco.

– Sou a Vilde e essa é a Chris – falou apontando para a sua amiga que acenou enquanto tomava o seu iogurte – Participamos do grupo de apoio juntas!

– Ah...claro, me lembro de vocês!

– Ahm...percebi que você ainda não participa de um ônibus, então como estamos criando um, gostaríamos de saber se você gostaria de entrar? – perguntou em meio a alguns sorrisos fofos.

Não seria uma má ideia participar desse ônibus, certo? Afinal, nem amigas eu tenho! Não irei perder nada se eu aceitar.

– Ah..tudo bem, eu aceito.

– Ótimo! – abriu um sorriso radiante – A reunião pode ser sábado que vem na sua casa?

Sábado que vem? Hm... provavelmente a minha mãe não vai estar lá, então, acho que sim.

– Claro! Mando o endereço pra vocês depois! – falei dando uma mordida no meu muffin.

Elas assentiram e logo se retiraram com um aceno.

[...]

A semana passou rápido e logo chegou a quarta-feira.

Depois de voltar da escola cheguei em casa e comi um macarrão instantâneo. Deslizei sobre o meu sofá e fiquei encarando o teto.

Droga, amanhã é dia de encontro com o grupo de apoio e eu ainda nem sei oque vou falar sobre o papelzinho que eu peguei.

Posso resumir, certo? "Basicamente a minha vida é uma bosta, a minha mãe não ta nem aí pra mim, não tenho amigos e praticamente moro sozinha."

Não, acho que o Carl provavelmente vai se irritar e mandar eu reescrever.

Peguei uma caneta e um caderno que estavam dentro de uma gaveta no home theater e voltei a me sentar enquanto pensava no que escrever.

Como começar a falar da minha vida? Eu realmente não sabia como.

O que é solidão pra mim? Sério isso? Eu não poderia pegar um sentimento melhor?

Eu realmente me sinto só todos os dias. Com seis anos o meu pai abandonou a mim e a minha mãe. Desde então a minha mãe entrou em uma espécie de não aceitação de abandono, e acabou usando o trabalho como uma válvula de escape para os problemas. Fui praticamente criada por babás desde essa época, até eu ter idade suficiente para me cuidar sozinha.

Eu até tinha amigas, a Sara e a Ingrid, eu achava que iríamos ser amigas pra sempre. Mas no ano passado eu descobri que elas falavam mal de mim pelas costas e acabei me afastando.

Desde então venho estado completamente sozinha. Vou pra escola sozinha, lancho sozinha, saio a noite sozinha, assisto filmes sozinha.

Quando eu ainda era amiga das meninas acabei conhecendo o Isak e o Jonas, que eventualmente se tornaram os namorados da Ingrid e da Sara. Mas ao me afastar delas acabei perdendo o contato com eles.

E com todos esses acontecimentos eu me tornei cada vez mais solitária, não tenho com quem conversar, com quem desabafar.

Sabe o quão mal eu me senti ao saber que as minhas únicas amigas falavam mal de mim? Muito mal. Tão mal. E o pior de tudo, era que não havia ninguém que pudesse me abraçar e dizer que tudo ia ficar bem, ninguém para se jogar nos cobertores comigo e afagar o meu cabelo enquanto tomávamos chocolate quente.

A solidão é um sentimento horrível. Tem dias que eu acordo bem, mas tem outros que eu acordo extremamente mal. Mas o pior de tudo é que não há ninguém pra tentar me animar em um dia ruim.

Eu sempre tive dificuldade para fazer amizades. Não sei se é pelo fato de eu nunca ter tentado me aproximar de muitas pessoas ou pelo fato de eu acabar as afastando com os meus problemas. A minha amizade mais duradoura foi com a Ingrid e a Sara.

Mas do que adianta ter uma longa amizade sendo que nunca foi real?

Nunca tive ninguém verdadeiramente ao meu lado, alguém que realmente se importasse.

Depois de muito pensar, comecei a rabiscar algumas palavras no meu caderno.

Toxic - Chris e Eva Onde histórias criam vida. Descubra agora