XXVII

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"So, please, don't break my heart
Don't tear me apart
I know how it starts
Trust me, I've been broken before"
(Ali Gatie, It's You)

– Christoffer? O quê faz aqui? – merda, o Jacob é um boca aberta.

– Se afasta dela, anda – falou indo em direção ao Jonathan, me ignorando completamente.

Olhei em volta e percebi que muitas pessoas tinham os olhares direcionados a nós.

– Hey, todos estão assistindo ao seu show. Pare de gritar, Chris – falei, sendo ignorada novamente.

– Não pode fazer nada comigo aqui, Schistad. Estou no meu território – o Rasmussen se defendeu, jogando o peito na direção do Christoffer.

– Já falei que não quero vocês perto das garotas. Elas não tem nada a ver com os nossos negócios – rangeu os dentes.

– Eu não fui atrás da garota, Schistad. Se não notou, ela é quem veio até mim, na minha escola – levantou as sobrancelhas, em forma de provocação.

– Não interessa, Rasmussen. Não chegue perto dela, não toque nela, nem ao menos pense nela. Se eu souber que fez alguma dessas coisas novamente, irei pessoalmente garantir outro curativo na sua cabeça – o Chris falou espumando de raiva.

Aquilo me deixou assustada, e um pouco... excitada? Ok, estou ficando louca.

– Hey, hey – colocou as mãos na frente do corpo, exibindo um sorrisinho de lado – Pelo visto alguém está tendo uma crise de insegurança por aqui – provocou.

Christoffer estava espumando de raiva. E nem ao menos havia olhado na minha cara de novo.

– Já falamos oque tínhamos pra falar – levantou as sobrancelhas – E espero que os Penetrators tenham entendido o recado de ontem – piscou os olhos, virando-se de costas para seguir de volta ao seu colégio.

Olhei para o Schistad e percebi que por um triz ele surtaria. Céus, porque esses garotos são tão agressivos?

O Jonathan se virou novamente, dessa vez com um sorriso debochado estampado no rosto.

– Ah, e avise ao Magnusson para não se esquecer do tribunal, não gosto de atrasos – soltou uma risada, se virando, dessa vez permanentemente.

Assistimos a saída do garoto loiro em completo silêncio.

– O que ele quis dizer com tribunal? – perguntou, com o cenho franzido.

Respirei fundo e o encarei com um olhar de súplica.

– O Jonathan vai acionar à justiça contra o William – falei e esperei pela sua reação, que foi puro choque.

Chris estava com a respiração acelerada e seus olhos encaravam o nada. Droga, como tudo saiu do controle assim tão rapidamente?

Céus, não quero nem imaginar como a Noora vai reagir quando descobrir. E o Magnusson? Droga, se ele for preso a barra vai ficar pesada pra todos nós.

– Precisamos ir embora, agora – me encarou – Vamos, Eva. Vim de carro – apontou com a cabeça para o seu automóvel estacionado a alguns metros daqui.

O encarei por alguns segundos e enfim neguei com a cabeça, me virando para ir embora, até que senti uma mão a tocar delicadamente no meu braço.

– Hey, Eva? Por que você ta desse jeito comigo? – me olhou com os cenhos franzidos.

Suspirei e desviei o meu olhar do seu. Por mais que eu soubesse que me afastar serio o melhor, não podia negar que aquilo me partia o coração.

– Não da mais, Chris – me encarou confuso – Isso aqui – apontei para nós dois – Não vai mais rolar. Não podemos mais continuar com isso.

Christoffer mantinha uma expressão de confusão.

– Por que está dizendo isso?

Cruzei os braços, enquanto mordia os meus lábios inferiores nervosa. Schistad apenas me encarava, em busca de alguma resposta.

– Chris, eu não posso mais me envolver em tudo isso – balancei os braços – Isso tudo é demais pra mim, sabe? Lidar com esse tipo de confusão. Antes de... – cocei a garganta – De nós dois, nada disso acontecia comigo.

– Mas Eva... – tentou me interromper, segurando levemente o meu braço, fazendo-me retira-lo de suas mãos.

– Christoffer, você tem noção que esses garotos quebraram a janela da minha casa? – soltei uma risada irônica – Isso tudo a troco de quê? De um sexo casual com você nos finais de semana? – neguei com a cabeça – Não Chris, a minha vida não vale só isso. Não posso me manter em risco por algo tão incerto como nós dois.

Aquelas palavras parecem tê-lo atingido em cheio, pois o garoto murchou em segundos.

– Eva, eu tô... – foi interrompido por um toque de celular extremamente alto.

Ele tentou ignorar o som irritante que vibrava em seu bolso, mas ao ler o visor, seu olhar se tornou atento, fazendo-o atender imediatamente a quem estivesse o ligando.

– Hey, aconteceu alguma coisa? – perguntou, levando a sua atenção totalmente a conversa.

Aquela foi a minha deixa para sair daquele lugar logo. Me virei de costas e me apressei a caminhar o mais rápido possível, tirando de cena a possibilidade dele me abordar novamente.

Eu gostava do Chris, de verdade. E talvez só agora eu tenha percebido isso. Mas não posso negar que nunca daríamos certo, nem mesmo em um milhão de anos. Éramos como água e óleo: nunca se misturam.

Mas isso é parte da vida. Viver com a dor de gostar de algo impossível, no caso.

Notas Finais:
OIIIII, FINALMENTE NÉ?
Depois de quase um ano sem atualizar Toxic, finalmente resolvi ouvir as preces dos meus queridos leitores. Amo vcs e espero que gostem!!

Toxic - Chris e Eva Onde histórias criam vida. Descubra agora