Não acreditei no que estava a acontecer. Beijei-a por impulso, mas o que me apanhou desprevenida é que ela correspondeu-me da mesma forma e intensidade como a beijava. Dei por mim a colocar-me por cima dela, deitadas no chão frio daquela casa-de-banho, mas não interessava, sentia o corpo a ferver com cada toque dela.
Consegui virá-la, de forma a que eu ficasse de costas para o chão e ela em cima de mim. Agarro-lhe pela nuca e puxo-a para junto de mim. Senti os gemidos dela na minha boca. Ela começa a descer o meu pescoço, beijando cada parte por onde ela passa. Senti-a pôr a mão por baixo da minha t-shirt, acariciando a minha barriga. Aos poucos, a mão dela tornou-se mais atrevida, e subiu, acariciando o meu peito. Aí foi a minha vez de soltar um gemido.
Quando eu estava prestes a tirar a t-shirt dela, oiço alguém a bater à porta. Parámos sem nos mexer, ainda a tentar perceber o que se passava.
"Hey, vocês estão bem aí dentro? Aconteceu alguma coisa?" Era a Joana. Merda, e agora?
"Espera, já saímos. Estive a vomitar e a Rita ouviu e veio-me ajudar. Não entres, deixa-me limpar primeiro."
"Ehh que nojo. Ok melhor não entrar mesmo, senão vou ter que te acompanhar nessa má disposição." Senti que ela voltou para a cama. Olhei para os olhos da pessoa que ainda estava em cima de mim e depois desviei o olhar para onde a mão dela ainda permanecia, a agarrar-me o seio. Assim que ela apercebeu-se da situação, levantou-se o mais rápido que conseguiu e ajeitou a roupa. Saíu no mesmo instante da casa de banho, sem olhar para trás. Deixando-me ali no chão, sozinha, agora sim sentindo o frio dos azulejos no chão.
Acabei por tomar um duche, para conseguir acalmar o meu corpo. Quando cheguei ao quarto já estavam ambas a dormir. Mal dormi o resto da noite, apenas revirava-me de um lado para o outro. Assim que senti os raios de sol a espreitar pela janela, vesti-me e decidi ir correr, para conseguir afastar os meus pensamentos.
Cheguei a uma praça e decidi sentar-me um pouco para recuperar energias. As cenas da noite anterior voltaram a percorrer-me a cabeça. Eu sei que já tinha sentido certa atracção pela Rita, afinal é uma mulher extremamente linda. Seria cega se não conseguisse ver isso. Mas ela e a Joana estavam a começar algo juntas, e não sei como não consegui controlar os meus impulsos de a beijar.
Se calhar estava demasiado amargorada a pensar na Tatiana, e comecei a ficar carente, mas senti que havia algo mais ali. Mas algo que devia esquecer completamente, a Joana não merece perder alguém novamente, justo agora que finalmente ela estava a tentar envolver-se com mais alguém.
Volto a correr para o hotel, já são quase horas de partir de volta a casa. Sinto um alívio por chegar ao quarto e este encontrar-se vazio, apenas com as minhas coisas. Mudo rapidamente de roupa e vou a correr para o autocarro. Ainda consigo ver pela janela do autocarro, alguém lá dentro a olhar na minha direcção, já sabia quem era pelo que decidi entrar e ficar no primeiro lugar do autocarro, para não ter que encará-la novamente.
Daí a pouco recebo uma mensagem.
"A Joana deu-me o teu número. Estás bem? Precisamos falar. - Rita"
"Falar sobre o quê?" Respondi-lhe prontamente, mesmo sabendo do que ela queria falar.
"Tu sabes exactamente sobre o quê." Recebo de volta.
"Sei. Mas esquece o que aconteceu. Estava carente. Só isso. Desculpa." Após não receber mais nenhuma mensagem dela, acabo por dormir no resto da viagem. Acordei quando chegámos. Na viagem para casa no carro da Joana, acabei por ficar sentada no banco de trás, mas sentia os olhos da Rita a olhar-me pelo retrovisor. Deixámo-la em casa, e quando finalmente cheguei à minha, isolei-me no quarto o resto do dia. Lidarei com os problemas amanhã."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Toque de Voleibol
General FictionAnabela encontra-se no auge da sua carreira desportiva. Capitã de voleibol pela equipa Nacional de Chaves há quase 6 anos, encontra-se focada e determinada em conseguir vencer o único título que lhe falta, o de campeã nacional. Tudo começa a correr...