Capítulo 32 - Rita

62 3 0
                                    

Acordei bem cedo na Segunda-feira. Ainda não sabia como lidar com esta nova dinâmica com a Anabela. Mas uma coisa já eu tinha decidido na minha cabeça. Falar com a Joana. Mesmo que as coisas não funcionem entre mim e a Anabela, não é justo para a Joana que eu me envolva com ela sem qualquer sentimento.

A treinadora tinha dado o dia de folga para repouso a quem tivesse jogado no Sábado. E ainda bem. Porque ainda estava exausta do fim-de-semana. Mandei mensagem à Joana para poder falar com ela. Segundos depois recebo a resposta dela.

"Olá guapa. Claro que sim. Vem ter cá a casa a meio da tarde. A Anabela tem coisas combinadas por isso podemos estar mais à vontade."

A meio da tarde, agarro na bicicleta e vou até a casa delas. A Joana assim que me pressente chegar, abre-me a porta. Cumprimento-a com um abraço.

"Então como estás desse entorce?"

"O médico disse para eu repousar durante um mês e no mês seguinte poderei fazer um pouco de fisioterapia para poder voltar com naturalidade aos treinos."

"Preocupa-te agora em melhorar essa perna, que nós prometemos ganhar os jogos por ti."

"Eu sei que a equipa não sobrevive sem mim. Mas desenrasca-se." Disse ela em tom de brincadeira. Sorri um pouco. Ainda estava nervosa por saber como iniciar a conversa com ela.

"O que eu queria falar contigo, tem a haver connosco." Baixei a cabeça não conseguindo continuar. Ela apercebeu-se do meu nervosismo e agarrou-me a mão.

"Eu sei o que precisas falar comigo, não te preocupes. Eu fico bem. Não tens que ter medo. Nós tínhamos dito que íamos ir com calma, a ver no que poderia dar. Se não deu do teu lado não tem mal. Sempre foste sincera comigo." Fiquei surpresa com o que ela estava dizer. "O mais importante que devíamos tirar daqui é sem dúvida uma amizade. Porque acima de tudo estou a gostar de te conhecer como amiga."

"Obrigada por compreenderes." Senti-me comovida com as palavras dela. "Eu também quero ter esta amizade. Tu fazes-me ter calma. Estás sempre lá para mim."

"Bem agora que estou novamente solteira no mercado, tenho que melhorar esta perna para poder engatar alguma miúda." Ri-me da naturalidade dela.

"Claro. Acredita, se noutra vida nos encontrarmos e não estejas ocupada a engatar raparigas com a tua perna, serias a melhor namorada do mundo."

"Agora sou eu que me emociono." Nisto avanço para junto dela no sofá e deixou-me abraçar por ela, enquanto ela me faz festinhas na cabeça. Ficamos assim algum tempo. A receber o carinho uma da outra, quando fomos interrompidas por uma voz.

"Então, vocês não têm um quarto cá em casa para fazer essas coisas. Mas se insistem em fazer à vista de todos, contem comigo." Virei-me a tempo de ver a Sofia com ar de malandra acompanhada por uma Anabela com um olhar confuso. Aprecei-me a explicar a situação.

"Nada disso. Apenas decidimos que íamos ser boas amigas. E por isso estávamos a começar a aproveitar as vantagens de uma amizade."

"A minha amizade com a Bela aqui também envolve isso é muito mais." Via a piscar o olho à Anabela. Agora era eu que estava com um olhar confuso e triste.

"Bem, vou deixar-vos em paz. Apenas vim aqui saber como estava a doentinha."

"Não precisas ir embora." Finalmente ouvi a Anabela falar.

"Deixa estar. Falamos outro dia. Tenho que repousar para o treino de amanhã."

"Deixa-me ao menos levar-te a casa." Penso que a Sofia começou a estranhar a insistência da Anabela, pelo olhar que mandou à amiga.

"Eu vim de bicicleta. Até amanhã meninas." E nisto saí porta fora.

Um Toque de VoleibolOnde histórias criam vida. Descubra agora