Depois de todo aquele aparato, a treinadora decidiu mandar-nos para casa, para podermos descansar para o jogo deste fim-de-semana. Em vez de ir rumo a casa, foi directamente para o Hospital, para saber se a Joana estava bem.
Assim que chego ao quarto do hospital, já lá estava a Anabela, a falar divertidamente com a Joana. O pé dela estava já com gesso, e ela estava alegremente a mostrar como funcionava a cama que automaticamente ajeitava-se como ela ordenava.
"Estou a ver que estás de bom humor." Disse.
"Na verdade estou triste, como é que posso aproveitar a praia do Algarve com este bloco aqui? Se for para a água, afundo-me de certeza."
"Tu vais ficar em casa sossegada. Assim que for a caminho de casa, vou comprar-te todas as porcarias do mundo, para nem te lembrares em sair de casa neste fim-de-semana. Qualquer coisa telefonas que eu mando o senhor Rui socorrer-te."
"Chata, vocês vão divertir-se sozinhas, e eu em casa a treinar mil e uma formas de tomar banho sem um pé."
"E então qual o progonóstico médico?" Interrompi a conversa, para saber como ela estava.
"Ele disse que foi um entorce com uma pequena fractura apenas, mas que preciso repousar o pé durante o próximo mês, assim que tirar o gesso, começo a fazer fisioterapia, para conseguir rapidamente juntar-me de novo à equipa. Daqui a nada estou a chatear-vos novamente nos treinos."
Ainda ficámos no consultório a falar de amenidades, combinei com a Anabela para ela dar-me boleia no dia seguinte. E fui para casa arrumar a mala.
Acordei bem cedo, e fiquei à espera da hora combinada com a Anabela. Assim que ela toca à campainha, saio de casa entusiasmada, estava desejosa de poder andar de avião. Já não andava há alguns anos, por isso até estava receosa.
No aeroporto, toda a equipa reuniu-se enquanto a treinadora e restantes dirigentes tratavam de embarcar todas as nossas malas. Assim que chego ao avião, fico feliz por saber que ia na janela, ao meu lado sentou-se a Anabela. "Não sabia que tinhas o lugar aqui ao meu lado? Pensei que fosse com a Gabriela."
"E ias, mas ela pediu-me para trocar, porque precisava de falar com a treinadora sobre o jogo de amanhã."
"Hum está bem." Reparo que ela agarrou num livro e começou a ler. Assim que o avião avançou para a pista, estava nervosa. Assim que ele começa a acelerar na pista e a levantar voo, não consigo evitar em agarrar na mão da Anabela, que assim que sentiu a minha mão largou o livro.
"O que se passa novata, nunca andaste de avião?"
"Sim, mas tenho sempre medo, por muito mais que ande de avião."
"Calma, fecha os olhos, e respira calmamente. Aqui em cima estás segura, não tens que te preocupar em chegar rapidamente a um sítio, por isso relaxa e aprecia a viagem para descansares."
Senti-me lentamente a acalmar a respiração, mas sem deixar de agarrar na mão dela. Fiquei assim toda a viagem, agarrada à mão dela. A viagem era apenas de 1h, mas acabei por adormecer e fui acordada pela Anabela a dizer que chegámos. Nem senti o avião aterrar.
Chegámos ao hotel onde iríamos ficar hospedadas. Na distribuição dos quartos, a treinadora virou-se e perguntou com quem eu queria ficar.
"Ela pode ficar comigo." Disse a Anabela prontamente.
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Um Toque de Voleibol
General FictionAnabela encontra-se no auge da sua carreira desportiva. Capitã de voleibol pela equipa Nacional de Chaves há quase 6 anos, encontra-se focada e determinada em conseguir vencer o único título que lhe falta, o de campeã nacional. Tudo começa a correr...