Capítulo 5 - Anabela

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Queria sentir que a noite estava a correr lindamente, mas odeio estes eventos sociais. Se a Joana não fosse tão persuasiva. Mas pronto, ao menos sinto-me feliz por ver toda a gente divertida e com confiança para começar a nova época.

"Precisas de te divertir mais..."

"Então Joana, como está a correr a tua festa?"

"Não sejas cínica, sei o quanto adoras estes eventos sociais." Disse-me ironicamente.

"Não há forma de esconder pois não?"

"E então porque trouxes-te a tua gata selvagem hoje?"

"Já sabes que pior que sobreviver a esta animação toda, é sobreviver acabando a noite sozinha."

"Não sei como podes ser tão diferente de mim. Quando arranjas alguém para não acabares as noites sozinha? Pode ser que até te torna-se num bicho mais dócil."

"Que engraçada. Sabes que tenho muita coisa com que me focar esta época. Não estou ficando nova, e as novas raparigas estão sempre à espreita para nos roubar o lugar."

"É o ciclo, e sei que deixaríamos a equipa em boas mãos, e poderiamos muito bem passar um ano de férias a viajar." Revirei os olhos. Mesmo saindo da equipa de voleibol, pretendo arranjar trabalho como treinadora. "Sabes a nova atacante, a Rita? Acho que nos vamos dar muito bem no futuro com aquela miúda."

"Então porquê?"

"Porque neste momento ela e a tua pseudo namorada estão a fazer body shots em cima do bar!"

Assim que olhei para onde a Joana estava a apontar, vi a novata deitada em cima do bar sem t-shirt. Assisto atentamente assim que a Sofia acaba de beber o seu shot, avança com boca e saboreia o sal que estava espalhado ao longo do peito da Rita. Acabo por me arrepiar um pouco com a cena, que apesar de sensual, não era o momento certo para fazer aquelas figuras.

"Mas que raio." Acabo por dizer esquecendo-me que a Joana ainda estava ao meu lado.

"Até parece que quando eras jovem não fazias o mesmo. Mesmo assim, não é a primeira vez que a Sofia faz uma coisa destas, e das outras vezes não parecias tão chateada." Oiço a Joana dizer.

"Porque das outras vezes não foi com alguém da equipa."

Antes de ouvir a resposta da Joana, dirijo-me apressadamente ao bar. "Podem parar de fazer essas figuras aqui à frente de toda a gente?"

"Então bebé, estava só a mostrar todos os recantos aqui à nova gata do sítio. Podes juntar-te à festa." Disse a Sofia enquanto eu revirava os olhos ao que ela dizia.

"Estás bêbada, vai para casa!"

"Deixa-me passar a noite contigo bebé. Posso descartá-la se isso te deixa ciumenta. Vamos para o quarto. Estou com vontade de te ter."

"Não nesse estado, anda comigo que vou chamar-te um taxi. Combinamos para quando estiveres em melhor estado." Por momentos esqueci-me de verificar o estado da novata. Parece que adormeceu em cima do bar, ainda com um copo de shot em cima da barriga.

"Joana, podes pedir ao Senhor Rui que chame um taxi e garantir que lhe dás a morada da casa da Sofia. Toma aqui dinheiro." Assim que a Joana agarra na Sofia por um braço e a leva para a entrada, começo a tentar acordar a novata para ela me conseguir dizer a morada da casa dela.

Ela tentou falar alguma coisa mas não consegui perceber o quê. Tento levantá-la, mas ela acaba por cair e apoiar-se em cima de mim, deixando-me com calor na face, mas sei que ela ainda não está consciente, o que me preocupa.

"Vamos, deixa-me ajudar-te a levantar e levar-te para um quarto, não estás em condições de sair daqui."

Um Toque de VoleibolOnde histórias criam vida. Descubra agora