Queria sentir que a noite estava a correr lindamente, mas odeio estes eventos sociais. Se a Joana não fosse tão persuasiva. Mas pronto, ao menos sinto-me feliz por ver toda a gente divertida e com confiança para começar a nova época.
"Precisas de te divertir mais..."
"Então Joana, como está a correr a tua festa?"
"Não sejas cínica, sei o quanto adoras estes eventos sociais." Disse-me ironicamente.
"Não há forma de esconder pois não?"
"E então porque trouxes-te a tua gata selvagem hoje?"
"Já sabes que pior que sobreviver a esta animação toda, é sobreviver acabando a noite sozinha."
"Não sei como podes ser tão diferente de mim. Quando arranjas alguém para não acabares as noites sozinha? Pode ser que até te torna-se num bicho mais dócil."
"Que engraçada. Sabes que tenho muita coisa com que me focar esta época. Não estou ficando nova, e as novas raparigas estão sempre à espreita para nos roubar o lugar."
"É o ciclo, e sei que deixaríamos a equipa em boas mãos, e poderiamos muito bem passar um ano de férias a viajar." Revirei os olhos. Mesmo saindo da equipa de voleibol, pretendo arranjar trabalho como treinadora. "Sabes a nova atacante, a Rita? Acho que nos vamos dar muito bem no futuro com aquela miúda."
"Então porquê?"
"Porque neste momento ela e a tua pseudo namorada estão a fazer body shots em cima do bar!"
Assim que olhei para onde a Joana estava a apontar, vi a novata deitada em cima do bar sem t-shirt. Assisto atentamente assim que a Sofia acaba de beber o seu shot, avança com boca e saboreia o sal que estava espalhado ao longo do peito da Rita. Acabo por me arrepiar um pouco com a cena, que apesar de sensual, não era o momento certo para fazer aquelas figuras.
"Mas que raio." Acabo por dizer esquecendo-me que a Joana ainda estava ao meu lado.
"Até parece que quando eras jovem não fazias o mesmo. Mesmo assim, não é a primeira vez que a Sofia faz uma coisa destas, e das outras vezes não parecias tão chateada." Oiço a Joana dizer.
"Porque das outras vezes não foi com alguém da equipa."
Antes de ouvir a resposta da Joana, dirijo-me apressadamente ao bar. "Podem parar de fazer essas figuras aqui à frente de toda a gente?"
"Então bebé, estava só a mostrar todos os recantos aqui à nova gata do sítio. Podes juntar-te à festa." Disse a Sofia enquanto eu revirava os olhos ao que ela dizia.
"Estás bêbada, vai para casa!"
"Deixa-me passar a noite contigo bebé. Posso descartá-la se isso te deixa ciumenta. Vamos para o quarto. Estou com vontade de te ter."
"Não nesse estado, anda comigo que vou chamar-te um taxi. Combinamos para quando estiveres em melhor estado." Por momentos esqueci-me de verificar o estado da novata. Parece que adormeceu em cima do bar, ainda com um copo de shot em cima da barriga.
"Joana, podes pedir ao Senhor Rui que chame um taxi e garantir que lhe dás a morada da casa da Sofia. Toma aqui dinheiro." Assim que a Joana agarra na Sofia por um braço e a leva para a entrada, começo a tentar acordar a novata para ela me conseguir dizer a morada da casa dela.
Ela tentou falar alguma coisa mas não consegui perceber o quê. Tento levantá-la, mas ela acaba por cair e apoiar-se em cima de mim, deixando-me com calor na face, mas sei que ela ainda não está consciente, o que me preocupa.
"Vamos, deixa-me ajudar-te a levantar e levar-te para um quarto, não estás em condições de sair daqui."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Toque de Voleibol
Ficción GeneralAnabela encontra-se no auge da sua carreira desportiva. Capitã de voleibol pela equipa Nacional de Chaves há quase 6 anos, encontra-se focada e determinada em conseguir vencer o único título que lhe falta, o de campeã nacional. Tudo começa a correr...