two doors;

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— Para, não precisa disso amiga! Olha, você tem meu iluminador maravilhoso todinho pra você, nem vou pedir emprestado!

Luan corria atrás de mim enquanto eu andava de pressa pisando fundo com minha mochila nas costas.

Eu não acredito que tive que passar por isso, quer dizer, se eu tivesse colado minha bunda no banco e não tivesse inventado de falar com o Neymar, eu não pagaria aquele mico.

Eu nunca falo com o cara, e quando falo estou com alface no dente? Sério? Tinha tudo pra dar errado e deu mesmo! Eu nunca iria ser íntima daquele garoto, nunca iríamos nos dar bem.

— Ayla, cacete! — Luan me puxou pelo braço — Desculpa, sacou? Eu achei que estava fazendo o melhor pra você.

— Você não precisa se desculpar, agora me deixa ir pra casa! — Puxei meu pulso de sua mão.

— Amiga... essas coisas acontecem e quer saber? Ele nem te merece mesmo... você é uma vadia maravilhosa! Todo mundo quer ficar com você, Ayla.

— Luan, eu nunca, nunca falava com aquele menino! Até mesmo quando ele precisava recuperar alguma nota ele mandava os amigos por ele falar comigo pra eu ajudar. E ai, você entra na minha cabeça, me inferniza pra falar com ele e eu apareço como? Com a porra de uma horta no meio dos meus dentes! Eu não quero olhar na cara dele nunca mais, vou fingir que ele morreu pra não ter que passar por esse tipo de merda de novo.

E foi isso o que eu fiz! Os meses se passaram e eu não trocava nem olhares com o Neymar, não fazia questão de ir aos jogos como antes, nem de estar perto dele por alguns segundos.

Desviava o caminho quando o encontrava no corredor e provavelmente ele até percebeu isso, mas depois que aprendi a fazer isso sou uma garota livre e finalmente desencanei dele.

Pelo menos eu acho.

[...]

— Tá vendo por que eu amo formaturas? Formaturas te dão passeios! É hoje que eu pego uma corzinha pro boy.

— Sinto que esqueci algo, só não sei o que é!

— Esqueceu aquele biquíni cavado maravilhoso na loja, foi isso que você esqueceu.

Luan colocou seus óculos de sol e seu bone azul bebê com "Deus abençoe o rolê" bordado e eu coloquei o meu. Eu era uma garota nerd na escola, mas para os caras do Tinder eu era uma menina tumblr com um bundão. Mas era apenas Luan que sabia tirar minhas fotos de ângulos maravilhosos.

— Será que mexeram nas nossas bolsas? Não podem saber que trouxemos vodka! — Meu amigo estremeceu no banco ao lado.

— Eu quero que vejam, pra vocês se foderem! — Gargalhei.

— Nossa, só porque a santinha não bebe...

— Eu sou pós-graduada no Proerd, meu anjo.

Bati na mão do meu amigo e nos gargalhamos. Neymar passou pelo corredor do ônibus e eu empinei meu nariz fingindo não vê-lo.

— Que atriz maravilhosa você fingindo a inexistência do boy. Dá vontade né, Globo?

— Só fica quietinho franguinho! — Pisquei pro meu amigo e rimos mais.

O motorista do ônibus ligou o motor e partimos para o tal resort que ficava na Ilha Bela, um pouco distante de Santos.

Os meninos do fundo ligaram o som portátil que haviam trazido e colocaram os funks, eu e Luan nos divertíamos sentados tirando fotos, dançando e cantando.

Depois de algumas horas chegamos no tal lugar que era incrível já por fora, eu mal conseguia controlar minha ansiedade.

— Aí viado do cacete! Deixa eu pegar minha mochila! — Luan empurrou um dos meninos que brincavam com ele.

— A minha tá do lado da sua, pega pra mim também.

Olhei pro céu e o tempo estava se fechando de novo e uma ventania forte começava.

— Mas pobre é uma desgraça mesmo, né? Puta merda. Não pode inventar de ir pra praia ou algo parecido que vem a praga da chuva.

Luan reclamou entregando minha mochila.

— Mas você acha que eu me importo? Vou tomar banho de piscina e praia mesmo assim.

— Isso palhaça, morre com raio na cabeça mesmo. Tu é pobre raiz mesmo né? Toma banho de praia no frio e ainda leva farofa pra comer. Aí passa o vento e voa toda aquela farinha pra dentro dos peito... deus me defenderay.

Eu não me aguentava de tanto rir com aquele viado branquelo. A galera só não desconfiava que eu e Luan éramos um casal porque ele deixava claro que seu brinquedo favorito tinha que ser grande e com duas bolas em baixo.

— É hoje que eu atinjo minha popularidade no Instagram e viro digital influencer com as fotos que vou fazer aqui.

Meu amigo saltitava admirando o local comigo.

— Olha aquele garçom, Ayla! — ele gritou — Meu deus eu vou sair daqui rasgada bicho!

— Para de putaria, poc! — Dei uns tapas nele e ele gargalhou.

Entramos no nosso quarto e pulamos na cama cantando uns pops que a gente amava e rindo horrores.

Não era pra ele dormir comigo no mesmo quarto, mas brigamos tanto por isso com a organizadora da formatura. Até mentimos dizendo que os garotos da sala eram homofóbicos e que Luan precisava ficar comigo.

— Hoje vou trabalhar o glúteo como jamais trabalhei. — comentei enquanto procurava minha roupa pra festa.

— Eu vou dançar e procurar algum viado pra beijar.

— Merda! Eu esqueci a minha câmera no ônibus, busca lá pra mim mana? Nunca te pedi nada...

— Nunca pediu, é Ayla? — ele cruzou os braços pra mim soando irônico — tu nunca pediu meu cu, porque o resto tu já pediu! Anda, vai busca tua câmera. Quero um photoshoot aqui!

— Droga.

Bufei brava, só de pensar no tanto que eu teria que andar pra chegar até o ônibus e eu precisava ter a sorte de encontrá-lo com a porta aberta, se não demoraria mais.

Eu já estava de biquíni e atraia alguns olhares dos garotos das outras escolas porque da minha mesmo, nada. A galera tinha medo de pegar uma nerd independe de quão bonita ela podia ser.

Espero que quando eu volte Luan já esteja no local que marcamos de nos encontrar porque eu não subiria para o quarto de novo nem a pau.

Entrei no ônibus que por sorte estava aberto e fui até meu assento. Dei uns pulinhos pra conseguir puxar a bolsa da câmera que estava no guarda volumes. Quando finalmente consegui pegar a câmera escutei o barulho do meu celular bater no chão e sumir.

Droga Ayla, sua infeliz!

Fiquei de quatro tentando enxergar algo de baixo dos bancos procurando meu celular mas não via nada.

Então escutei mais dois barulhos.

O primeiro era de uma porta sendo aberta, a porta do banheiro do ônibus!

E depois a porta do ÔNIBUS FECHAR.

— Ayla?

Aquela voz ecoou no local e eu estremeci assustada por ele estar aqui.

Eu estava de quatro, de biquíni, de costas pra ele.

[n/]  angels!!! Tudo bem com vcs?  Espero que sim! Comentem, não esqueçam das estrelinhas pra eu saber se estão curtindo e indiquem para as amigas.
Aguardando como Ayla vai se sair dessa!  KKKKK

Amo vcs. ❤️
Ps: Como o melhor amigo da personagem é gay, quero retratar ele da melhor forma pra vocês. Tenho amigos gays e eles têm muuuuita gíria! Se vcs quiserem que eu ponha no final do capitulo o significado de alguma palavra diferente eu ponho!
E se quiserem, posso fazer capítulos pra posts do Instagram. Só pedir!

𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐄𝐏𝐔𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora