Era hoje.
Hoje ele partiria.
E eu não quero sair do quarto, não quero sair do escuro... ele prometeu que vinha antes de ir pro aeroporto mas eu não tenho coragem de voltar pra mesma janela de sempre o observar daqui de cima enquanto ele vai embora e eu fico. Eu não consigo!
Me enrolei nas cobertas um pouco mais e me encolhi desejando que aquele dia acabasse logo mas antes de voltar a dormir escutei alguém abrir a porta do quarto.
— Esconda essa chave, o voo dele é as duas da tarde. Então saia com ele quando ele passar aqui pra te encontrar e volte com o segurança dele, esconda a chave mais uma vez e não fale nada pro seu pai.
— Mas...
— Não me pergunte como eu sei que ele vem aqui todos os dias te ver. Eu apenas sei! Vou trabalhar, te amo.
Mamãe saiu do quarto às pressas largando duas cópias de chave em cima da minha mesa e meu coração acelerou. Pensei por alguns momentos que aquilo era errado, meu pai iria descobrir e minha mãe ia ser a culpada da vez mas se eu não fosse eu iria me arrepender a vida toda.
Me olhei no espelho por uma última vez e desci correndo com o coração na boca. Abri a porta e o vento bateu no meu rosto, respirei fundo e me senti livre. Tranquei o portão de casa e o carro encostou na calçada. Júnior desceu do carro e eu corri pro seu colo, pulando nele sem dar chance dele falar algo.
— Mas... o que...
Antes que ele começasse a falar o ataquei com um beijo e isso fez todos os pelos da minha pele se arrepiarem, Ju se entregou pro beijo e foi como nascer outra vez. Foi como reviver tudo de novo e eu me sentia leve mais uma vez.
— Você não tá fugindo, né?
— Vem eu te explico!
Puxei a mão dele e entramos no carro. No banco do condutor, o segurança dele dirigia, no passageiro o pai dele e nós dois atrás. Expliquei todo o plano que minha mãe me deu e ele não parava de olhar nos meus olhos e eu nos dele, totalmente encantada.
— Por que ela não fez isso antes? — Ju reclamou.
— Eu não sei! Pelo menos ela me deu a chance de me despedir direito...
— Realmente, eu não aguentava mais o caderno. As folhas já estavam acabando!
Comecei a rir dele e ganhei um beijo na testa.
— Eu estava morrendo de saudade do seu cheiro, bebê.
— E eu de você por completo! — apertei suas bochechas.
— Por que tá fazendo isso, maluca? — escutei sua risada alta.
— Porque você é fofo de mais iti malia!
— Vocês não eram tão grudados assim, eram? — meu sogro perguntou e eu na mesma hora corei.
— Era pior pai!
Meu namorado me olhou rindo e eu dei tapas em seus braços e ele só fez rir mais. No caminho fomos vendo vídeo que o Neymar fazia do Poker... diferente de quando eu o vi a primeira vez, agora seus olhinhos já estão abertos e ele já sabe andar.
— É pra cuidar bem dele, viu?
— Eu sou uma ótima mãe, Neymar Júnior! — cruzei os braços.
— Sua mãe me disse que você deixou três hamsters irem a óbito, Ayla! Três!
— Eu tinha cinco anos e não sabia que eles não podiam tomar banho, ué!
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𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐄𝐏𝐔𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑
FanfictionEla tem uma má reputação Ela pega o caminho mais longo para casa Todos os meus amigos a viram nua Ou é o que dizem Erros, todos nós cometemos Mas eles não vão esquecer Porque ela tem uma má reputação Mas eu sei o que eles não sabem Bad Reputation...