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— Ayla?

Ele me chamou pela segunda vez e eu ainda me mantinha intacta. Droga!

— O que tá fazendo aqui? — Falei enquanto me levantava.

— Eu estava esperando o motorista pra pedir uma informação. Aí vim no banheiro enquanto esperava. Mas e você?

— E-eu estava... — ele me fazia perder totalmente o raciocínio — vim buscar minha câmera.

— De quatro no chão? — Neymar fez uma careta.

— Meu celular caiu, não consigo encontrar.

— Bom, boa sorte. — deu de ombros — Vou falar com o motorista.

Neymar passou por mim deixando seu perfume no ar, minhas narinas agradeceram mas fiquei brava com o jeito que ele falou comigo.

— Eu acho que não vai rolar... — Neymar Júnior se virou pra mim — o motorista parece que acabou de trancar a gente aqui.

— Que?!

Júnior apressou os passos até a porta do ônibus e forçou a porta a abrir, mas não funcionou. Enquanto via seu esforço meu raciocínio foi caindo...

Eu estava presa num ônibus junto com o Neymar?

— Ou! — o mesmo gritou — tem como você me ajudar aqui?

Acordei do transi e empurrei a porta junto com ele mas aquilo estava óbvio que não iria funcionar.

— Merda! E agora? Estou sem bateria no celular. Meu carregador tá na mala!

— E eu perdi o meu aqui!

— Merda, merda, merda! — Ele socou o vidro da janela.

Era tão ruim ficar preso comigo aqui dentro?

Dei as costas pra ele e me agachei pra procurar o meu aparelho... estava ficando escuro por conta das nuvens e cada vez ficava pior.

— Tá difícil aí? — escutei sua voz próxima de mim.

— Está... quer dizer, acabei de encontrá-lo!

Peguei meu celular o arrastando de lá de baixo e trouxe para a minha visão. Tela trincada. Ótimo!

— Agora liga logo pra alguém pra gente sair daqui.

Alguém avisa pra esse mané que destrói meu coração que ele não manda em mim?

Tentei ligar varias e varias vezes pro Luan, mas meu celular estava sem sinal no meio do mato.

— Mano o que a gente vai fazer? — ele me encarou.

— Esperar? Não temos o que fazer!

— Não acredito nisso... deve ter tanta mina pra eu pegar e to preso dentro de um ônibus.

Engoli seco com aquela frase e juro que meu coração apertou, me sentia tão pequena ao lado dele. Eu o evitei todos esses meses... e hoje tô aqui presa, justo com ele.

Estava anoitecendo e esfriando cada vez mais, era incrível como o motorista nem chegava perto do ônibus pra nos ver. As luzes coloridas de led apareciam as vezes, estava rolando a maior festa de formandos no resort...

Júnior não trocava uma palavra sequer comigo e eu também não fazia esforço pra conversar. Não queria nenhum vínculo com ele, mesmo o amando cada vez mais.

Minha bunda pinicava e eu não aguentaria mais ficar com ela pra fora do lado do cara que eu tenho uma queda. Comecei a fuçar nas bolsas das meninas procurando algum short ou calça.

𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐄𝐏𝐔𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora