welcome aboard;

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— Promete? Sério... de verdade mesmo, promete?

Luan estava com os olhos cheios d'água e eu controlava o choro pra não estragar minha maquiagem.

— Eu prometo de verdade, eu vou te ligar todos os dias e vou mandar minhas fotos pra você editar!

Meu amigo riu e me abraçou mais uma vez me apertando, eu estava tão triste, eu não havia pensado nas desvantagens de ir embora. O aeroporto estava movimentado e muita gente passava e olhava nosso chororô.

— Agora é minha vez!

Mamãe me separou de Luan e me abraçou apertado.

— Assim que eu e seu pai tirarmos férias, vamos te visitar ok?

— E é pra estudar! Não importa qual curso fizer, eu quero você formada e dona de si mesma, tá?

Assenti para meus pais que me olhavam com os olhos brilhando. Mamãe secou suas lágrimas e se afastou.

— Agora você precisa ir... não quero que se atrase!

Abracei minha mãe e meu melhor amigo e papai me abraçaram juntos e eu me afastei deles em seguida aos prantos. Era um misto de tristeza e alegria! Arrastei uma mala comigo e minha bolsa, minhas outras malas foram despachadas, Poker também havia ido para outro lugar que eu desconheço no avião e eu torço para que ele seja bem cuidado.

Detector de metais, aguardar, aguardar... validar passagens e

— Seja bem vindo a bordo!

A aeromoça sorriu tranquila pra mim e eu retribui um pouco nervosa, procurei meu assento e me ajeitei, abri a janela do avião e suspirei. Quinze minutos depois decolamos e o frio na barriga era inevitável, eu nunca tinha feito uma viagem sozinha tão longa... lembrei da emoção que foi quando papai me disse que eu iria morar com Júnior e algumas lágrimas chegaram a cair.

Em três dias conseguimos organizar uma despedida, arrumar todas as minhas malas e passar o maior tempo juntos. Gil também iria morar em Paris mas iria depois e eu fiz ele prometer que não falaria pra ninguém da minha viagem.

De onze horas de voo, passaram apenas duas e eu não conseguia mais controlar minha ansiedade. Joguei alguns joguinhos do celular, observei as nuvens e pôr do Sol por muito tempo também, tirei até algumas fotos... descobri que o avião disponibilizava séries e filmes pra  ver e foi ali que eu fiquei.

Acordei com alguém me cutucando e era a mesma aeromoça que havia me cumprimentando.

— Vamos pousar... já pode por o cinto de novo!

Ela sorriu e eu a obedeci chocada com o quanto que eu tinha dormido. Esses dias foram impossíveis dormir então consegui "descansar" na viagem, o pouso começou e eu não sabia que era pior do que a decolagem. A sensação do avião pisar as rodas no chão me assustaram e eu juro que queria gritar!

— Você está branca, cuidado pra não passar mal! — uma moça comentou ao meu lado.

— Essa parte foi a pior do voo inteiro... — ri.

— Sua sorte foi não termos pego turbulência!

Respirei aliviada por aquilo realmente não ter acontecido. Depois de dar mil voltas no aeroporto achei o local onde eu poderia pegar minhas malas e meu cachorrinho na esteira, um pouco atrapalhada conseguir colocar tudo no carrinho.

— Agora precisamos pegar um táxi e você vai me ajudar, garotinho!

Falei com meu cachorro que chorou um pouco querendo sair da gaiola, ri negando e sai andando atrás de um carro que podia me levar pra casa. Procurei no aplicativo do Uber e achei rapidamente.

𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐄𝐏𝐔𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora