exposed;

2.8K 151 17
                                    

— E ai, gostou de ficar de baixo de sol vendo um monte de homem atrás de bola? — ele me deu um selinho.

— Por você, eu gosto.

Neymar abriu o sorriso mais lindo que eu poderia ver e balançou a cabeça.

— O que você quer fazer? Falta algumas horas antes de escurecer.

— Eu não sei, só estou com fome.

Passamos num mercado e compramos salgadinho e refrigerante com o dinheiro que tínhamos.

— Sabe... era horrível sair com a Gigi. Os pais dela tem condição... são donos de empresas e tudo mais... e eu me sentia tão deslocado, pensava em conseguir dinheiro logo com o futebol pra poder conseguir me encaixar.

— Eu entendo... quer dizer, a maioria do pessoal da escola são ricos e os bolsistas tipo eu e você viram chacota.

— Exatamente. Ayla, eu era uma pessoa horrível antes de te ver nas mãos de um cara que eu conhecia e o quão mal fazia para as pessoas... eu te via na rodinha dos caras, Felipe fumando maconha nas festas, te oferecendo e você tendo que dizer mil vezes que não queria fazia meu coração apertar, eu queria te tirar de lá tantas vezes...

— Eu não gosto de falar disso. Eu não tenho nada contra mas não era o que eu queria pra mim! Eu só estava empolgada por ter um namorado pela primeira vez. Eu só não compreendo, Júnior. Por que? Por que ficava com a Giovanna? Se você não gostava dela de verdade.

— Pelo mesmo motivo que você ficava com o Felipe. Status! Eu não queria ser só mas um naquela escola, eu precisava ser o Neymar Júnior, entende? Confesso que a Gigi foi a primeira garota que eu gostei, e eu não sou o único.

— Todos os caras veneram ela — revirei os olhos.

— Eu sei! Porque ela tem grana, é popular e colocou silicone quando tinha quinze anos. É o sonho de todo moleque, Ayla!

Eu dei risada pelo o jeito que ele disse.

— Olha... estou sendo sincera. Eu não estou insegura com você por gostar muito de você há anos... mas eu não quero sofrer mais. Não quero enfiar os pés pelas mãos, me precipitar... segunda-feira tá aí, e eu vou ter que enfrentar todo um inferno.

— Ayla, eu vou fazer de tudo pra você confiar em mim e acreditar no meu sentimento. Prometo não deixar ninguém citar seu nome pra fofocas... eu prometo, amor!

Amor.

Obrigada!

Ele me beijou com calma e eu fechei os olhos lentamente podendo só escutar o barulho das ondas do mar se quebrando a todo instante e sentindo o doce de sua boca. Eu o amava tanto, tomara que eu exploda de amor.

Neymar fez questão de me levar até em casa mais uma vez mesmo eu implorando dizendo que não precisava.

— Ah, já ia me esquecer. Desculpa pelo meu pai com tantas perguntas no café, ele é maluco por futebol!

— Eu gosto de responder as perguntas do meu sogro, preciso agradar.

Ele deu de ombros sorrindo sapeca pra mim e eu gargalhei.

— Sogro?

— Ok, me precipitei. Futuro sogro! — revirou os olhos.

— Você é um bobo, Júnior... eu gostaria de ficar mais mas não vou deixar você voltar tarde é perigoso.

— A gente se fala por mensagem, gatinha! Óbvio que antes você precisa me desbloquear das suas redes sociais.

— Vou pensar se você merece ou não. — cruzei os braços.

— Eu sei que mereço. — ele me abraçou mais uma vez — até mais, Ayla!

— Até mais Júnior!

Ele riu e me deu um beijo rápido e saiu... tranquei o portão e sai flutuando pro quarto.

Segunda-feira chegou e a vontade de estar morta também, a rotina voltou a se repetir mas coloquei na minha cabeça que faltavam só mais algumas semanas e tudo estaria acabado.

Enquanto eu tomava meu café com pressa pensava se quando eu abrisse a porta de casa veria o Neymar passar e o que aconteceria.

— Posso saber o que se passa nessa sua cabecinha? Ou o Neymar continua por aí?

— Nada a ver mãe! — revirei os olhos.

— Eu conheço cada linha do seu corpo, você cresceu dentro de mim, seus ossos foram criados dentro da minha barriga! E você continua achando que pode me enganar, Ayla?

— Eu estou parecendo uma boba, não é? — murchei os braços.

— Está, mas está da maneira mais linda. Vocês combinam e estão felizes logo eu estou feliz também! Mas por favor... sem choro e vacilos dessa vez!

— Prometo! — dei um beijo na bochecha dela — te amo mãe, até mais tarde!

Peguei minha mochila e abri o portão e dessa vez ele não havia aparecido e isso me deixou confusa, abri o portão e virei as costas pra trancar e as mãos geladas dele tamparam minha visão me assustando.

— Você demora de sair de casa. Achei que iria me atrasar! — me virei para ele e ele me beijou.

— Demoro porque eu tenho carona...

O carro enorme e preto do pai do Luan encostou e ele abaixou o vidro.

— Espero que tenha espaço pra mais um.

— Óbvio que tem, entrem logo!

Meu amigo destravou a porta do carro animado e fomos pra escola, o tempo estava nublado e gelado e isso me estressava um pouco, odeio frio.

Descemos do carro no estacionamento e observamos nos três juntos aquela aglomeração de alunos rindo, papeando em seus grupos. Entramos no corredor de armários e olhei pro Júnior e ele retribuiu mas encarou minha mão.

— Posso?

— O que? — respondi confusa.

Júnior entrelaçou nossas mãos, encheu o peito e caminhou e eu acompanhei. O pessoal me olhava e eu queria decifrar, saber o que se passava... meu coração apertou e um medo me tomou por completa, parecia que eu estava esperando o pior acontecer, não entendia.

Gigi apareceu na minha frente com curativo do nariz e Luan começou a gargalhar porém eu ainda estava com o coração apertado, que merda é essa?

Entramos em nossas salas e o tempo passou em slow motion, era um inferno! Mas deu pra ajudar Luan, Júnior e seus amigos que estavam com dificuldade em algumas matérias, pensava na minha nota e na USP, Arquitetura e Urbanismo na USP era tudo o que eu queria, o dia de saber já estava perto mas minha ansiedade dizia o contrário.

— Ei? Deu o sinal! Vamos pro intervalo, princesa...

Acordei do meu transi e só concordei, no refeitório comi uma maçã que eu tinha trago de casa e fiquei calada observando o movimento enquanto Neymar e seu grupo ria de algo e Luan decidia seu futuro passando fotos pra esquerda e pra direita no tinder.

— Por que está calada?

Júnior me puxou para si e beijou meu pescoço.

— Estou cansada... — sorri falso.

— Falta pouco para irmos pra casa, relaxa.

O intervalo se encerrou e passamos pelo mesmo corredor de armários mas dessa vez tinha muito mais alunos, parecia até que estava rolando uma briga, a galera me olhava e dava risada e eu sentia vergonha de nem sei o quê. Olhei pro Júnior e ele estava com as sobrancelhas juntas tentando entender também mas conforme nos aproximamos entendemos.

Tinham fotos minhas com Felipe para todo o lado, com frases "transou só pra ter carona pra escola" "nerdzinha safada"

___

Gente se tiver algum erro perdão, eu não estou com tempo de ler o cap inteiro pra revirar.

𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐄𝐏𝐔𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora