Vê-lo rindo e nossas famílias se cumprimentando me deu um alívio tão grande, eu estava quase passando mal, juro. Nos encaminhamos em grupo até a quadra de basquete da escola e todos já estavam sentados, nos despedimos dos nossos pais que ficavam nas cadeiras dos fundos e nos dois seguimos para nossas cadeiras bem de perto do palco.
— Eu acho que cheguei dentro dos dois minutos e posso continuar com meu pau, né? — Júnior sussurrou.
— Nunca mais faça isso comigo, moleque. Eu quase vomitei de nervoso.
— Ele gargalhou — Você é a mulher mais linda e engraçada que eu conheço.
Encontrei o Luan e os dois lugares que ele havia guardado pra nós dois.
— Finalmente, seus filhos da puta. Achei que não viriam! — nos sentamos.
— Fala com o arrombado do Júnior que arrasou. — Luan rolou os olhos um pouco estressado.
Cumprimentei os amigos do Neymar que estavam sentados do lado dele e respirei fundo pra me concentrar no discurso que eu iria ter que dar por ser a primeira a ser chamada.
— Odeio meu nome por começar com A
— A de A perfeição da minha vida. — Júnior sussurrou mais uma vez e eu gargalhei.
— Deus salve esse cachorrinho chamado Neymar Júnior.
— Para de rir de mim... inclusive, você está incrível amor... tá sendo torturante te ver aqui assim e não poder te beijar.
— Você também tá a coisa mais linda do mundo e sobre o beijo... lamento! — dei de ombros e ri debochando dele.
— Agradeça a mim por ela estar linda, foi eu que escolhi o vestido — Luan entrou na conversa.
— Eu sei que o mérito sempre será seu, Luan! — Júnior piscou pra ele.
— Oh, senhoria poc, dá pra dar atenção pro teu namorado e parar de entrar em assuntos que não foi chamada? Obrigada.
Os dois gargalharam e o diretor da escola pediu atenção no microfone e meu estômago gelou.
— Boa noite pais e alunos. Agradecemos a presença de todos neste momento tão lindo e esperado por todos nós... que vimos esses alunos chegarem crianças e saírem jovens formados. Prontos para qualquer desafio que a vida nos proporciona... daqui pra frente muitos vão para a faculdade, outros vão investir em esportes mas nós sabemos que nada será fácil lá fora, mas todos nós sabemos que vocês, formandos de dois mil e dezoito estão mais que prontos pra qualquer aventura da vida. Nesses anos todos, tivemos momentos felizes, dificultosos, tristes... momentos em que tivemos que pedir apoio aos nossos amigos e familiares, a adolescência é um dos momentos mais confusos e malucos de nossas vidas e sempre nos surpreendemos com as histórias que aconteceram aqui...
O diretor falou por bastante tempo, coisas que me fizeram refletir, que me deram nó na garganta... com certeza esse não foi o mais difícil na escola. Começou a rolar uma retrospectiva no telão, momentos que os próprios alunos registraram... algumas vezes apareci e a maioria das vezes eu estava com o Luan no refeitório de moletom com cara de sono e meu melhor amigo impecável rindo ou lendo revista de horóscopo
— Viu? Foi por isso que eu mandava você se maquiar de manhã.
Ele sussurrou no meu ouvido e eu ri baixo um pouco emocionada, outra foto apareci na arquibancada com a camisa do time da escola comemorando algum gol ou classificação. Algumas lágrimas já rolavam no meu rosto, as fotos do último jogo do campeonato onde os meninos foram campeões começaram a rolar e eu me lembrei daquele dia horrível e eu chorei mais. Enquanto a galera gritava empolgada eu me mantinha calada tentando viver aquelas recordações novamente. Ju pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos, beijou a mesma e me olhou.
— Eu te amo! — ele mexeu a boca mas nenhum som saiu e eu retribuo.
— Como eu disse, foram momentos incríveis e inesquecíveis... e pra relatar um pouco mais por que não chamar nossos formandos? Ayla Fernandes... por favor, suba ao palco!
Quando minha família e meus amigos escutaram meu nome todos gritaram comemorando e meu coração disparou mais que o normal, eu estava prestes a ter um piripaque. Me aproximei do microfone e comecei a falar tudo o que eu havia memorizado.
— Boa noite... — sorri — bom, como aluna dessa escola, eu sou a prova viva de que nada foi fácil pra chegarmos até aqui. Demos nosso tempo, nosso sangue e suor pra estarmos sentados nessas cadeiras hoje, com nossas becas prontos para pegarmos nossos canudos e seguirmos pra cada lado... eu sou grata por tudo o que vivi aqui, cada momento feliz e infeliz foi levado como experiência. Hoje compreendo que as coisas precisam acontecer pra nós aprendermos a dar valor para tais coisas... aprendi a ter cumplicidade e fidelidade — olhei pro Luan um pouco emocionada — aprendi a ajudarmos sempre que tivemos a chance, principalmente com a matéria de química e física — todos riram — aprendi que não precisamos pisar em ninguém pra sermos melhor e principalmente, aprendi a perdoar — olhei diretamente para a Giovanna — perdoar mesmo sem a pessoa se preocupar com os seus sentimentos, perdoar é a melhor opção sempre para vivermos bem novamente depois de todo sentimento ferido. Obrigada por cada personagem que fez essa história acontecer, de alunos até as tias da limpeza. Vocês são incríveis!
Peguei um lenço e seguei algumas lágrimas que caíram e o Diretor me abraçou.
— Fico feliz por você ter sido forte, você nos dá orgulho Ayla! — ele disse enquanto me abraçava só pra eu escutar — Bom, por ser a primeira da lista de chamada... Parabéns, Ayla Fernandes você está oficialmente formada!
A professora Bernadete que eu tanto odiava me deu o canudo e eu peguei tremendo, ela me abraçou e me parabenizou. O fotógrafo nos parou para a foto e eu voltei pro meu lugar enquanto o diretor chamava o próximo formando.
— Você foi perfeita, amor... — Júnior beijou minha mão.
— Mana tu me fez chorar, tá feliz? — Eu nem preciso dizer que essa fala foi do Luan, né?
A distribuição de canudos continuou por mais meia hora e cada aluno que subia fazia uma gracinha, Júnior por exemplo pegou o canudo e fez uma dancinha que só o time de futebol entendeu e gritou comemorando. Logo após a entrega de canudos, aconteceu a a tão esperada hora de jogar o capelo pro ar e comemorar.
— Seria meu sonho jogar o capelo pra cima e a gente começar a performar High School Musical? Muito a cara de vocês ser o Troy e Gabriella.
— E você a Sharpey Evans, Cade teu puddle? — respondi soando debochada e o Júnior riu alto.
Jogamos nossos chapéus pro alto e a galera gritava, ria... os pais batiam palma. Olhei pros meus e eles podiam fazer uma lagoa de tanto choro, fui atrás deles e nos abraçamos. Meus pais me parabenizaram pela vigésima vez só naquele dia.
— Graças a Deus não teve valsa... porque na minha festa de quinze anos eu fiquei sem sentir meu dedão do pé por uma semana!
— Para de exagerar — meu pai me deu um tapinha na cabeça — nem fui tão mal assim.
— Imagina se fosse então... — minha mãe respondeu e nos rimos.
— Bom, eu e sua mãe iremos jantar fora... então juízo por favor, Ayla!
— Pai, eu poderia me chamar Juízo de tanto juízo que eu tenho. — cruzei os braços.
— Nada de voltar pra casa com alguém que tenha bebido e for dirigir.
— Tudo bem... pode deixar!
— Patricia... Vítor... eu poderia conversar com vocês? — Júnior brotou do chão.
— Hm... claro, o que aconteceu?
Minha mãe arregalou os olhos assustada e eu fiz o mesmo. Que merda que esse moleque vai fazer?
— Pode falar, Neymar...
— Então... eu queria até meus pais presentes também, é um passo bem grande que eu quero dar agora.
Luan se aproximou com o Daniel também e eu queria fugir e gritar, seria hoje que esse menino me mata?
— Eu quero ser o mais breve possível porque eu nunca fiz isso mas, eu estou apaixonado pela filha vo-vocês... e eu não quero ter que começar tudo isso escondido. Nós nos aproximamos nesses últimos meses e eu quis esperar a escola acabar pra pedir a permissão pra pedir a mão dela em namoro...

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𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐄𝐏𝐔𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑
FanfictionEla tem uma má reputação Ela pega o caminho mais longo para casa Todos os meus amigos a viram nua Ou é o que dizem Erros, todos nós cometemos Mas eles não vão esquecer Porque ela tem uma má reputação Mas eu sei o que eles não sabem Bad Reputation...