Por que não acreditei na Hailee

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Acordei no outro dia com uma sensação horrível de ressaca.

A luz que entrava pela janela queimava levemente toda a minha pele de uma forma bem confortável, levando todo o frio de Las Vegas para longe.

Tateei com o braço o edredom ao meu lado mas não havia ninguém, o travesseiro sequer estava fundo, apenas uma parte da cama estava bagunçada, e era a que eu estava deitada. Mas e ela? Onde ela estava? 

Fiz menção de levantar da cama e aquilo foi o suficiente para a minha cabeça começar a martelar.

Coloquei a mão sobre ela numa tentativa frustada de fazer parar e em seguida tomei coragem e fui logo tomar uma ducha.

Parei um pouco antes para verificar se tinha algum sinal de Lauren na casa, mas tudo estava em seu devido lugar.

Voltei para o banheiro e me despi sem me preocupar em fechar a porta, ou em jogar a roupa no cesto.

Entrei embaixo do chuveiro e deixei a água quente cair sobre o meu corpo, relaxando-o logo em seguida.

Fechei os olhos e tentei me lembrar de tudo que havia ocorrido na noite passada.

Primeiro, as lembranças da empresa. O maravilhoso momento que tive com Lauren, em sua sala.

Posso jurar que nunca havia passado na minha cabeça transar com a minha chefe comprometida em cima de sua mesa de trabalho, mas agora eu pensaria nisso todas as vezes possíveis porque aquilo foi muito bom.

Não sei se foi o perigo, porque simplesmente esquecemos de que qualquer um poderia entrar ali a qualquer momento.

-Principalmente o ogro do seu noivo engravatado e com anel de compromisso, ou se foi ela, seus toques, seu cheiro.

Ela foi a melhor pessoa com quem me envolvi nos meus vinte e seis anos de vida, e isso me deixava encabulada porque eu realmente queria repetir de novo, e de novo, e mais uma vez…
Nunca havia me sentido assim antes.
Eu só lembrava dessa parte, até fazer alguma força e ter um insight que iluminou tudo. 

Depois de nosso maravilhoso momento

repetirei isso para sempre, mesmo se não for necessário.

lembro de algumas risadas e uma garrafa de whisky, seguida por uma de champagne e uma limousine branca sendo sugada pela movimentação da madrugada em Las Vegas.

Lembro de seu rosto bem próximo ao meu, de seu sorriso iluminando todo o escuro daquele ambiente, e de seu beijo destrancando uma parte do meu corpo que eu deixara descansar e existir  apenas para bombear o meu sangue.

Ela havia retirado toda a poeira, limpado o ambiente e o reconstruído com todos os traços de seu corpo.

Depois, me lembro de chegar em minha casa, bombardeando pelos cantos e preenchendo todo o lugar com nossas risadas e nossos gemidos. A minha última lembrança, é de seu corpo nu sentado na janela.

Observando a movimentação da rua com um sorriso iluminado, e enfim, uma luz vinda do farol de um carro qualquer iluminando todo o seu rosto.

Respirei fundo quando vi que aquele rosto bateu com a mesma carinha que eu tinha visto na minha última festa no Brasil, e naquele momento tudo voltou a ficar confuso.

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