Coragem

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Desculpem a demora ...

Pov: Lauren

Encarei Robert observar Camila deixar a sala com sangue nos olhos e punhos cerrados.
Eu estava com ódio de mim mesma por não ter conseguido mantê-la calada. Ela não sabia com quem estava mexendo, e nem o que ele fazia para conseguir qualquer coisa de seu interesse.
Robert é perigoso, suas ameaças nunca se mantém em apenas ameaças.

-Ela já conseguiu passar da fase de apenas um problema.
-Ele disse, ainda encarando a porta por onde Camz tinha desaparecido minutos atrás.
-Do que você está falando? -Perguntei, sentindo a firmeza de minhas pernas ficar comprometida ao ouvir o meu próprio medo em minhas palavras.
-Eu não posso, e não vou, prejudicar tudo o que eu tenho planejado por causa de uma apaixonadinha intrometida.

-Ele disse sério, enojando as próprias palavras referentes a ela. Nada dela atraía a sua atenção, a não ser o nojo e o repulso.
-Sabe que eu posso tentar falar com ela novamente, eu tenho certeza de dessa vez ela se afasta. -Disse com desespero, tentando mudar a sua mente. Robert riu irônico.
-Você só vai enrolar as coisas, não acha que é melhor terminar com isso logo? -Ele perguntou, sorridente com as próprias ideias que começavam a aparecer em sua mente.
-Só precisamos de um calibre apontado para qualquer parte letal de seu corpo e disparado por alguém que nenhuma investigação jamais irá desconfiar ou encontrar.

-Ele disse, deliciando suas palavras. Minha respiração falhou e meus batimentos cardíacos aumentaram consequente disso. Fiquei trêmula ao encarar o olhar do homem à minha frente. Era aquele mesmo olhar assassino que eu vi no dia em que meu irmão sumiu.
Aquilo não podia acontecer novamente.
-Você não seria capaz…
-Disse com a voz falhando e ele  sorriu de orelha a orelha.
-Tem razão, eu não seria capaz, mas não necessariamente por não ter peito para fazer isso. -Ele disse, aproximando-se e rodeando o meu corpo, depois parando em minha frente e encarando firmemente meus olhos.
-Eu não sujaria as minhas mãos com um trabalho tão fácil e irritante. Sinto o repulso em apenas encarar o rosto daquela mulher…

-Robert disse e então segurou o meu rosto. -Mas você, Lauren, você seria a pessoa perfeita para fazer isso. Eu me sentiria honrado em até mesmo ver essa cena.
O barulho do baque do corpo dela contra o chão causado por um disparo seu, seria música para os meus ouvidos.
-Eu nunca faria isso! -Berrei, afastando bruscamente suas mãos de meu rosto e devolvendo o olhar firme para ele.
-Mas é claro que você faria!
-Robert disse, afastando-se e derrubando um jarro de cristal em cima da mesa de canto no chão. Não irritado, nem ameaçando algo, apenas bobo e divertido. Atitude que deixava claro o quão tranquilo ele estava em relação a isso.
-Você faz tudo o que eu mando, esqueceu, stripper? Você está em minhas mãos, não é assim desde o começo? Acabou se esquecendo do que eu sou capaz de fazer com alguém que tem o seu tipo sanguíneo correndo nas veias?
-Ele perguntou, dessa vez ameaçando. Senti algumas lágrimas começarem a se formar em meus olhos, mas não me repreendi por aquilo. Ele tocou o meu ponto mais fraco, e as duas principais razões de minha existência, e para piorar tudo, ele estava ameaçando os dois.

-Por favor… -Pedi suplicante e ele sorriu, passando o dedão sobre minha bochecha e limpando a lágrima queestava escorrendo ali. -… não.
-Eu não posso. -Ele disse fingindo constrangimento. Robert juntou seus lábios aos meus e me beijou calmamente.
Eu não tinha forças para separar aquilo, estava mais frágil do que nunca naquele momento, e com a consciência longe. Mais especificamente em uma mulher e um garotinho com menos de doze meses. 

Robert deixou a sala logo depois, pedindo antes para que eu encontrasse algo para vestir e fosse junto a ele para a festa de um empresário italiano, tentar vender mais ações da nossa empresa para ele. Recusei sem encarar seus olhos e ele não insistiu, porém fez questão de demonstrar o quão irritado ficou com aquela resposta e fechou a porta fortemente.
Deixei meu corpo colidir com o chão no segundo em que aquela porta foi fechada. Não consegui impedir o choro de cair, e nem mesmo os meus músculos de deixarem de ficar trêmulos. Aquilo já fazia parte de mim, e euestava até acostumada a isso. Só uma coisa mudava hoje. A ameaça não era apenas para o meu pequeno, mas também para a mulher que me fez enxergar que eu consigo ir contra isso se eu arrumar um jeito de fazê-lo.
As duas coisas mais preciosas de minha vida estavam agora vulneráveis, e eu não podia fazer absolutamente nada.
Será mesmo que eu não podia?
Levantei o rosto e encarei a segunda gaveta de um pequeno armário que se mantinha logo embaixo do quadro com a figura de papai. Ali estava as soluções para todos os meus problemas. Algo que faria com que a história que o destino fez para mim ter o seu rumo mudado bruscamente. Era apenas ter coragem, e, no momento, coragem era o que eu tinha de sobra. Hora de acabar com isso de uma só vez.

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