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*Capítulo revisado*

          Como referi anteriormente eles foram detidos, porque eu contei tudo à GNR e o que eu acho que é quem manda e ele admitiu tudo, acho que ele ficou mesmo abalado pelo que fez, porque não era dirigido a ela. Eu nem me importei se deixava lá o carro ou não, apenas peguei nas minhas meias e sapatilhas. Eu sentia-me muito culpado. Eu sei que devia de ligar para o irmão dela, mas sentia-me um idiota e irresponsável, mas nem costuma acontecer estas coisas nesta zona. 

Sinto um líquido quente a descer pela cara. O que deduzo que fossem lágrimas, mas nem me importo em limpá-las. Chegámos ao hospital e levara-na para dentro e eu espero na sala de espera, que remédio já sei como funciona. Passado uma meia hora, até que foi rápido desta vez. Normalmente quando é assim são más notícias, começo a ficar nervoso e as minhas mãos começam a suar, limpo as mesmas nas minhas calças, sem sucesso, mas consigo manter a calma, felizmente.

– Familiares da menina Ana Filipa Da Silva Neves. – Pergunta o doutor.

– Sou eu, sou o namorado.

– A sua namorada teve muita sorte mesmo, mais uns centímetros de profundidade seria mais grave, a ferida não foi profunda, realmente esta família anda mesmo cheia de azar. Mas não se preocupe, a menina tem alta, é só fazer o penso, pois ela não precisou de pontos, mas é só curar a ferida e mudar o penso até cicatrizar, ela só estava desmaiada, talvez por choque ou dor. Agora pode ir vê-la.

– Obrigado doutor, por tudo que tem feito por esta família.

          Saio dali indo ter com a minha princesa, bato à porta e ouço um "entre" e abro a porta entrando naquele quarto pequeno.

– Então como te sentes?

– Estou bem dentro do possível, já podemos ir?

– Sim podemos, desculpa, a culp... — Não me deixa sequer terminar a frase, pois já sabia o que eu provavelmente ia dizer.

– Não tens culpa nenhuma amor. Eu amo-te muito meu amor sim?

– Eu também te amo muito, acredita.

– Eu acredito, vamos então?

          Eu assinto enquanto pego no meu telemóvel e telefono ao meu motorista para ver se ele pode ir buscar o meu carro e estacioná-lo em frente da casa do Rúben, ele concordou apesar de lhe ter ligado a estas horas, mas depois de eu lhe explicar o que aconteceu, ele aceitou prontamente, desligo com o mesmo e levanto o meu dedo para o taxista que está há frente do Hospital.

– Está disponível, sr.? — Eu termino a frase para o mesmo me dizer o seu nome.

– Joaquim. E sim estou disponível menino. Qual a morada?

– Para está rua, Xxxxxxxxxx, Matosinhos.

– Com certeza, entrem.

          Eu ajudo a minha namorada a entrar e a sentar-se, de seguida entro eu, fecho a porta do carro e o motorista arrancou.

– Tens dores?

– Não, só um pouco de sono, deve ser dos analgésicos. (NA: Para quem não sabe o que é são medicamentos ou comprimidos para as dores, como pode ser para outras coisas, mas neste caso como podem perceber é para as dores).

          Eu simplesmente assinto afirmativamente e abraço a mesma com pouca força. Finalmente chegámos a casa, eu ia ajudar a Ana a sair do carro, mas a mesma negou dizendo que não estava inválida e que não tinha levado pontos, por isso ainda podia fazer certos esforços. Eu concordei com a mesma e pago ao motorista, enquanto a mesma se dirigia para casa, eu agradeço ao motorista dizendo um simples "boa noite" ao mesmo e dou uma corrida até há Ana e abraço a sua cintura, ela olha para todos os lados por cima do seu ombro discretamente mas eu percebo, isso estava a incomodar-me e então decido perguntar-lhe o que se passa.

– Estás estranha a olhar para todos os lados, o que se passa? Estás com alguma sensação estranha? — Encho a mesma com bastantes perguntas ao qual ela dá um pequeno sorriso.

– Não é isso, é que apesar de eu não saber muito bem o que aconteceu, fiquei com medo que alguém nos seguisse ou nos ande a observar só isso e gostava que me contasses o que aconteceu, por favor. E só mais uma coisa, eu não quero que contes ao Rúben o que aconteceu, pois não foi nada de grave Gustavo por favor.

– Nós fomos assaltados e eu tentei resistir e foi o meu erro nisto tudo, um dos amigos do assaltante ia avançar para cima de ti e eu não deixei e ele ia acertar-me com a faca quando te metes no meio, como não era dirigido a ti, ele confessou tudo há polícia, envolvendo os amigos dele, acho que no meio disto tudo, que ele ficou com remorsos, ou, sei lá. Como estavas a dormir eu pousei-te na areia que era para ver se eles não te faziam mal, desculpa meu amor. Mas acho que devíamos contar ao teu irmão, eu não contei por ser a esta hora da noite e por sentir-me um idiota irresponsável, porque sei que o teu irmão vai culpar-me pelo que aconteceu, ou o teu ex-namorado e sei que vão ficar chateados comigo.

– Se ele descobrir, o meu irmão só ficará chateado contigo, por não lhe teres ligado a dizer, nada mais, pois poderia acontecer a qualquer pessoa, ok? — Eu só assinto afirmativamente com a cabeça — E novamente não voltes a dizer isso que és um idiota irresponsável. Eu amo-te assim tal e qual como és e caso o Rúben descubra que escondemos isso, eu digo que fui eu que insisti para não lhe contares o que é verdade. Só tenho medo que eles venham atrás de nós.

– Não vêm sabes porquê?— Ela nega— Porque eu os vi a irem presos e já recebi uma mensagem do comandante a dizer que eles vão ser presentes ao tribunal amanhã há tarde que tenho de ir testemunhar e tu também, mas que senão te sentires bem que podem adiar. Eu sabendo como és, disse que não era necessário. Fiz bem? E também te amo muito minha princesa.

– Sim fizeste bem, obrigada meu amor. – Diz enquanto abre a porta com cuidado para não fazer barulho e entrámos silenciosamente, eu pergunto-lhe se ela quer comer alguma coisa ao qual ela me responde:

–  Não, só quero deitar-me, descansar e dormir. 

          Ao qual eu assinto afirmativamente e vamos até ao quarto dela, ela tira o resto que existe do vestido dela, apesar de estar roto, cortado e cheio de sangue, as enfermeiras fizeram os possíveis para limpar o melhor possível que conseguissem e deram-lhe um casaco que tinham por lá, meio velho, que era só para ela não ter grande frio e eu emprestei-lhe as minhas sapatilhas e vim descalço, só com meias, os sapatos de salto alto dela vinham num saco que me arranjaram lá, a mesma vestiu o pijama e de seguida deitou-se, eu fiz o mesmo do que ela, ficando apenas de boxers, deitando-me assim, só que ponho duas almofadas e ligo a televisão, pois com toda a certeza que não conseguirei dormir, não me apetecia ver filmes, então pus na tvi ficção que dá quase sempre novelas, até que sinto os meus olhos pesados e acabo por adormecer.

     Boa tarde, espero que tenham gostado.

Beijinhos


Dreamer? - EditadaOnde histórias criam vida. Descubra agora