On the Tip of Their Fingers

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A Dama Cinzenta raramente falava e a maioria das pessoas de Hogwarts sabia muito bem disso. Ela era apenas uma figura cinzenta no fundo dos estudantes, flutuando e observando tudo. Sua mãe costumava dizer que aqueles que observam são aqueles que tinham mais conhecimento e, mesmo ela sendo apenas um fantasma agora, a mulher gostava de ter conhecimento de tudo o que acontecia ao seu redor. O castelo era a sua casa – sempre fora, na verdade – e ela não conseguia viver ali sem saber o que acontecia dentro daquele lugar. Era por isso que ela observava e ouvia, mas raramente falava. Os sussurros dos outros habitantes de Hogwarts sempre lhe traziam mais informação do que perguntas diretas.

Por estar sempre tão preocupada em saber o que ocorria ali dentro, a Dama Cinzenta sempre sabia quando alguma coisa diferente acontecia. Ela sentiu quando o Herdeiro de Slytherin abriu a Câmara que Salazar havia criado e ela sabia que aquele pobre garoto grifinório não era o culpado. E agora ela estava com aquele mesmo sentimento de que alguma coisa estava acontecendo. A única coisa era que agora ninguém mais parecia notar que havia alguma coisa fora do normal e a mulher estava começando a duvidar de sua intuição até vê-lo.

Na verdade, ele não chamou a sua atenção a princípio, enquanto ela flutuava pelo corredor do terceiro andar, até que ela percebesse que não conhecia a sua figura... Aquelas roupas não pareciam o tipo de vestimenta que os fantasmas de Hogwarts usavam. Ela também notou que ela nunca havia visto ninguém naquele lugar, ao lado da grande janela que dava vista para o pátio, e, muito menos, alguém que parecesse tão triste e deslocado.

A Dama Cinzenta aproximou-se com cuidado, flutuando para perto dele lentamente até estar parada ao seu lado. Depois de um longo momento de silêncio, ela comentou sobre o quão bonito os jardins estavam debaixo do luar naquela noite. Ele apenas concordou com a cabeça e não disse nada, mantendo o rosto baixo como se tentasse sumir no meio das sombras. Ela não era o tipo de pessoa que começava conversas, mas aquele estranho a intrigava, então ela lhe disse o seu nome – Helena. Helena Ravenclaw, porque ela não gostava do nome que os alunos lhe deram – e ele não pareceu surpreso, como a maioria das pessoas ficava quando descobriam quem ela realmente era. Quando ela perguntou o seu nome, ele lhe deu uma resposta curta e quieta que fez as sobrancelhas da moça se franzirem. Era um nome estranho para um bruxo, não muito comum, mas que fez seu coração apertar por um segundo... A mulher lhe falou isso e ele apenas riu, uma risada triste para combinar com a sua postura derrotada. E foi nesse momento que ela percebeu o que ele realmente era.

Ele não flutuava como ela, mas também não estava vivo, isso era visível pelo seu corpo translúcido e acinzentado. Ele estava perdido no castelo e não sabia a importância do seu nome.

A Dama Cinzenta havia visto alguém como aquele estranho apenas uma vez em sua vida e morte. E, quando ele finalmente ergueu o rosto para olhá-la, Helena podia jurar que estava vendo essa mesma pessoa na sua frente.

***

"Srta. Elston, concentre-se."

Hermione respirou fundo, fechando os olhos enquanto tentava ignorar a calma na voz de Riddle. Ela estava naquela sala de aula com ele fazia meia hora antes que a educação (porque o sonserino decidira ser educado, por alguma razão desconhecida) do outro começasse a irritá-la. Tom não fazia nada a não ser sentar-se em um canto e falar para ela se concentrar para fazer com que sua varinha a obedecesse. Ela estava praticando o feitiço Arctus agora, direcionando-o em uma pilha de rolos de pergaminho que, naquele ponto, já estavam completamente destroçados por feitiços descontrolados.

"Estou me concentrando," disse a garota, apontando a varinha para o pergaminho novamente. "Arctus!"

Ao invés de voar para longe da mesa suavemente, como ela queria que o feitiço fizesse, o vento saído da varinha cortou o pergaminho novamente. Grunhindo baixinho, Hermione apertou a varinha com mais força e repetiu o feitiço de novo e de novo, conseguindo o mesmo resultado. A grifinória apenas parou quando ouviu Riddle mudando de posição, levantando-se e indo até ela.

Kolybel'nayaOnde histórias criam vida. Descubra agora