The Demise of Lord Voldemort

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Quando Hermione Granger recebeu a visita da Professora McGonagall, aos onze anos de idade, e descobriu ser uma bruxa, a surpresa foi enorme. A garota achou que nunca mais sentiria seu estômago parecer vazio e seu corpo ser preenchido por uma sensação engraçada de susto e alívio e curiosidade, tudo ao mesmo tempo, não naquela intensidade. Mas ali estava ela, com todos esses sentimentos tomando conta de si outra vez enquanto observava o homem à sua frente.

As palavras do bruxo pareciam absurdas, mas, ao mesmo tempo, verídicas. O tom de voz que ele usava não deixava transparecer nenhuma mentira e, mesmo se não quisesse confiar nisso, os olhos dele pareciam confirmar a história: olhos cansados de alguém que passara por muita coisa, olhos que expressavam uma certa dor ao contar tudo o que havia acontecido por conta do peso de tais eventos. E agora, o silêncio que os envolvia parecia ser um silêncio cheio de expectativa, como se ele estivesse apenas esperando qualquer reação da menina, como se tivesse esperado por tal reação durante muito, muito tempo.

"Mas por quê...?" ela finalmente conseguiu falar. "Por que você não tentou desmentir isso?"

"Não fazia diferença." O bruxo encolheu os ombros, voltando a se apoiar na pia do banheiro. Ele tinha que dar graças à Merlin e Morgana por Myrtle não estar ali naquele momento. "Tom Riddle e Voldemort se tornaram personagens nessa bagunça de guerra... Eles já são mais do que eu jamais fui."

"Mas você é Tom Riddle." Hermione sacudiu a cabeça. "É a sua identidade. Você não pode simplesmente-"

"Abandonar ela? Pelo que me lembro, você era Hermione Elston," disse Tom, sorrindo de lado. "Não parece ter tido muita dificuldade de abandonar Hermione Granger."

"Foi temporário!"

"Eu nunca tive muitos laços com essa identidade, de qualquer forma."

"Mas... Você falou do seu pai." Aquilo era algo que deixara Hermione confusa e fascinada: ela nunca havia ouvido falar sobre fantasmas de trouxas, mas aparentemente Tom Riddle Sr. não era o primeiro caso desses, já que a Dama Cinzenta confirmara à eles que seu pai também havia ficado em uma situação semelhante após a morte. "Achei que talvez tivesse se acostumado com o nome..."

"Bom, sim, mas, caso você não se lembre, Tom Riddle já não era mais tão bem visto pelo seu círculo de colegas. Sabe, todo o negócio de ser mestiço? Então, acontece que as pessoas ignoram isso se sabem que você pode matá-las sem pensar duas vezes ao mesmo tempo que oferece poder à elas," o homem explicou, rindo fraco por entre os dentes. "Mas quando você não quer mais seguir esse caminho, vão fazer de tudo para lembrá-lo que você não vale nada."

"Mas-"

"Por isso, deixar Tom Riddle para trás não foi tão horrível," ele a interrompeu, fazendo a bruxa franzir o cenho. "Foi como... Recomeçar."

Hermione o encarou por alguns segundos. O jeito como ele falara aquela última palavra parecera quase... Esperançoso. Não era o tom de voz que ela esperava ouvir de Riddle.

"E você realmente recomeçou?" ela perguntou.

O sorriso que apareceu no rosto do outro era pequeno, mas não era o sorriso diminuto que Tom Riddle dava quando estava tentando agradar alguém. Era o sorriso que aparecia quando Abraxas fazia afagava os seus cabelos ou quando ele parecia se esquecer que estava sendo observado.

"Acho que sim," o bruxo respondeu em um sussurro. "E não abandonei completamente o meu nome."

"E quem... Quem você é agora?" Granger perguntou, mordendo o lábio inferior.

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