I'm Not Seen, I'm Not Heard

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Eles foram liberados da enfermaria no dia do Natal. Tom agora podia abrir a boca, apesar da abertura desta ainda não estar normal, e Hermione já estava reclamando da quantidade de tarefas que teria acumulada quando voltasse para a Torre da Grifinória. Mas, apesar de sua mandíbula estar cicatrizando rapidamente graças a magia, seu braço era outra história. O rapaz quase entrou em pânico quando Octavian finalmente lhe mostrou o que a Valquíria havia feito em seu braço, principalmente depois que o curandeiro lhe disse que o machucado teria que curar naturalmente, sem magia, e que, muito provavelmente, ficaria uma cicatriz ali. Agora ele tinha um pequeno 'Sangue-ruim' marcado em seu antebraço e ele não tinha idéia do que fazer para esconder aquilo.

Abraxas ainda estava em Hogwarts e, dentre os três, era o mais animado com a perspectiva de passar o Natal ali com Tom e Hermione uma vez que eles foram liberados da Ala Hospitalar. Riddle ainda sentia-se mal e só queria dormir ao invés de fazer qualquer outra coisa. A enfermaria deixava ele fazer isso, mas, um vez de alta, ele teria que voltar para a sua rotina.

E também havia Helena. O fantasma decidiu ignorá-lo desde a última conversa que tiveram e ele não tivera mais nenhum sonho com seu pai depois daquilo. E ele estava curioso, apesar de não querer admitir isso. Queria saber como diabos um trouxa voltara dos mortos... Se é que era aquilo mesmo.

E agora ele tentava escapar de Abraxas e Hermione a todo custo. Não queria os olhares de pena de Elston ou o excesso de animação de Malfoy. Riddle só queria ficar sozinho, tentando pensar no que mais Grindelwald podia saber sobre si e procurando uma forma de esconder aquela marca em seu braço, uma vez que não podia passar o resto da vida com uma faixa no braço.

"Seu amiguinho irritante está procurando por você." Tom gemeu em resposta a voz conhecida que o chamou. Ele havia se enfiado em um cantinho confortável da biblioteca e lá havia um retrato que normalmente era muito quieto, a não quando Abraxas decidia irritar os quadros dos fundadores. Nessas horas, Salazar Slytherin decidia aparecer ali para reclamar de seu colega. "Se eu fosse você, iria descer e tirar ele de lá. Rowena não consegue agüentar ele o tempo inteiro."

"Deixe Malfoy ter a satisfação de flertar com Ravenclaw. Ela gosta, de qualquer forma." Tom ainda se lembrava da primeira vez que Abraxas decidiu flertar como retrato de Rowena, de brincadeira. Ele citara parte de um poema e a mulher simplesmente sorriu para ele ao invés de mandá-lo embora. Fora uma surpresa e, desde então, Malfoy sempre soltava um pedaço de poema quando passava pelos quadros dos fundadores. "Apesar de que ele deveria flertar com a filha dela se gosta de desafios," ele murmurou para si mesmo.

"Helena?" A voz de Salazar soou curiosa, mas Tom se recusou a olhá-lo. "Espero que ela o assombre até o fim dos dias se ele tentar fazer isso. Ela é uma boa garota, Helena. Eu costumava dizer que ela poderia estar na minha casa, mesmo com sangue trouxa nas veias."

"Ela realmente parece uma sonserina de vez em-" O garoto se interrompeu e virou-se para olhar Slytherin, que estava ocupado em acariciar a cabeça de uma pequena cobra enroscada em seu pescoço. "Sangue trouxa?"

"Oh?" O bruxo mais velho arqueou uma sobrancelha, seus lábios se esticando em um sorriso. "Sim, pouca gente sabe que Rowena Ravenclaw teve uma filha com um trouxa. Ravenclaw é um sobrenome mágico e já ouvi alguns tolos acreditando que ela pegou o nome dele."

"O que...?"

"Eu não sou um livro de história, menino. Se quer saber mais sobre a vida de Rowena, deveria ir procurar um."

"Você acabou de dizer que a maioria das pessoas não sabiam disso!"

"Aposto que tem um livro ou outro-"

Kolybel'nayaOnde histórias criam vida. Descubra agora