Of pure and half blood

2.1K 160 45
                                    


Tom suspirou quando finalmente terminou de copiar a última frase do quadro negro. O sonserino odiava as primeiras semanas de aula. Elas eram cheias de aulas sem graça e professores tentando animar os alunos que não estavam nem um pouco interessados no colégio, nada que valesse o tempo que eles perdiam em sala de aula. A aula de Slughorn no dia anterior era um bom exemplo disso, uma grande perca de tempo. Feitiços não estava sendo tão diferente: o Professor Toulson havia apenas lhes explicado sobre o cronograma do ano e ficou tagarelando sobre a matéria rapidamente. Pelo menos ele havia pulado a parte emocional e nostálgica do negócio.

"Quanto tempo ainda temos?" sussurrou Atlas, não se preocupando em olhar para Tom ou erguer a cabeça de onde ela estava repousada sobre seus braços dobrados sobre a mesa.

"Por que você não olha no seu relógio?" perguntou Riddle, colocando sua pena de lado e voltando a prestar atenção no professor.

"Meu relógio está no meu bolso, minhas mãos estão sob minha cabeça e eu não estou com vontade de me mexer para usar as minhas mãos," resmungou Avery. "Vamos lá, Tom, apenas me diga quanto tempo falta para o fim do período."

O rapaz menor revirou os olhos antes de erguer a manga de sua camisa e verificou as horas, ignorando o olhar estranho que o colega lançou ao ver o seu relógio. Comparado com o elegante relógio de bolso dourado de Avery, que havia pertencido ao avô do garoto, o relógio de pulso de segunda mão de Tom parecia ainda mais acabado do que realmente estava. Ele rapidamente o cobriu. Não havia necessidade de deixar que o outro encarasse o antigo relógio do médico do orfanato por muito tempo, ainda mais com aquele olhar suspeito que Atlas lançava para o objeto.

"Cinco minutos."

"Você deveria comprar um relógio novo," sussurrou Atlas, olhando para o outro lado da sala. "Sei que essas coisas são passada de pai para filho em famílias, mas o seu está quase precisando ser jogado fora."

"Ainda funciona, não preciso de outro."

"Se você diz." Avery ergueu uma sobrancelha e riu baixinho. Tom seguiu o seu olhar para ver Hermione Elston encarando seu colega de casa com uma expressão irritada no rosto. Um sorriso presunçoso apareceu nos lábios de Atlas e a bruxa revirou os olhos, soltando um muxoxo. "Veja a novata. Já está agindo como uma grifinória."

"É isso o que ela é, não? Uma grifinória," disse Riddle. "Uma grifinória impulsiva e sem nada na cabeça como todos os outros."

"Sim, como se precisássemos de mais um desses idiotas..." Avery riu.

"Sr. Avery, o senhor se importaria em compartilhar conosco a razão do seu bom humor?" O rosto de Atlas ficou sério e ele se empertigou na cadeira ao ouvir o professor o chamando a atenção.

"Não é nada, senhor. Desculpe-me, não queria interrompê-lo," disse o sonserino, automaticamente, mas, assim que o Professor Toulson lhe deu as costas, ele soltou um risinho e voltou a se largar na cadeira. "Sangue-ruim nojento."

"Cuidado com a língua, Avery," alertou Tom, em voz baixa, enquanto observava o bruxo mais velho na frente da classe.

"Eu sei que você pensa o mesmo."

"Sim, mas não é inteligente sair por ai falando essas coisas, ainda mais sobre um professor."

"Tanto faz... Oh, finalmente!" Avery comemorou ao ouvir o professor liberar a classe. "Não agüentava mais."

Antes que Tom pudesse ao menos guardar seu material, Atlas já havia deixado a sala. O sonserino menor respirou fundo, terminando de guardar as suas coisas, antes de se levantar e ir para a porta, decidindo não se apressar por conta de Avery. Ele não tinha pressa e o almoço não iria fugir do Grande Salão, logo não havia necessidade de sair correndo como seu amigo sempre fazia. Essa era uma das grandes falhas de Atlas Avery: a sua pressa. O bruxo não podia esperar um segundo sequer, tinha que sempre estar correndo e agindo sem pensar – quase como um grifinório. Não havia sido apenas uma ou duas vezes nas quais ele quase os expusera graças à essa horrível impulsividade.

Kolybel'nayaOnde histórias criam vida. Descubra agora