Riddles and Doubts

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Hermione ainda não sabia por que diabos ela estava naquela aula de Advinhação. No começo do ano, quando Dorea lhe dissera sobre o fato da Professora Pesty também estudar magia relacionada aos sonhos, aquilo lhe parecera uma boa ideia... Agora, parecia perda de tempo. Talvez fosse porque ela já havia entendido o básico de como os sonhos com Harry funcionavam, ou talvez porque, naquela altura, ela já sabia mais ou menos o que teria de fazer para voltar ao seu tempo. A cortina de mistério havia sido levantada e a sua situação estava mais clara, não havia mais a necessidade de confiar em métodos completamente duvidosos para conseguir ajuda.

Pelo menos, o que deixava a garota mais calma, era o fato de que aquelas aulas eram diferentes do que ela esperava de uma aula com Sybill Trelawney sobre adivinhação pelos sonhos. Ao invés de passarem o tempo inteiro fazendo diários de sonhos para seus colegas tentarem adivinhar, a Professora Pesty passava as aulas explicando sobre os diferentes tipos de divinações que podiam ser feitas através dos sonhos. Naquele momento, a mulher discorria sobre visões proféticas ou algo parecido.

Poucas pessoas pareciam realmente interessadas, entre elas, Dorea e Riddle. A garota se mantinha com os cotovelos apoiados na mesa e o queixo sendo segurado pelas mãos, os olhos brilhando enquanto ouvia a professora. Tom, por outro lado, não demonstrava nenhuma mudança na postura, mantinha-se sentado reto na cadeira, mas seus olhos não desviavam da bruxa em segundo algum, seguindo-a pela sala de aula. Hermione sentiu um arrepio passar pelo seu corpo ao notar o interesse extremo dele: aquele olhar devia ser o mesmo de Voldemort quando o bruxo ouviu a profecia que falava da criança que um dia poderia derrotá-lo.

"O mais interessante das profecias ou sonhos proféticos, no entanto," a professora falou, parando na frente do quadro negro e acenando a varinha. Um pedaço de giz se ergueu no ar e desenhou uma linha que se bifurcou e foi formando outras diversas linhas que iam se separando cada vez mais. "É que ela nem sempre acontece."

"Mas se é uma profecia," disse um garoto corvinal. "Não é algo que vai acontecer independente de tudo?"

"Nem sempre. Uma profecia pode ser ignorada, principalmente quando se trata de algo em relação à pessoas, mas é da natureza humana das atenção demais a essas coisas, logo, elas acabam acontecendo porque permitimos isso," a bruxa explicou. "Pensem nas profecias mais como um aviso do que como uma sentença."

"Então se eu sonhar que vou ser atingida por um raio... posso evitar isso se decidir não sair pra fora durante uma chuva?" perguntou Dorea.

"Esse é o caminho, Srta. Black, mas o que você descreveu foi um sonho profético. Alguém pode me dizer a diferença?"

"Um sonho profético é quando a pessoa sonha com algo que vai acontecer," disse Riddle, depois de erguer a mão para chamar a atenção da professora. "Uma profecia é quando alguma magia de divinação, o que muita gente chama de oráculo, usa o corpo de um bruxo ou bruxa para expor a sua predição."

"Isso não faz sentido," Hermione murmurou, abaixando a cabeça para olhar as próprias mãos sobre a mesa.

"Na verdade, Srta. Elston, faz." A voz da mulher fez a grifinória pular na cadeira, erguendo o rosto e encontrando o sorriso da professora, que agora apontava para o quadro, onde o desenho das linhas divididas estava. "Se você pensar que o tempo não é algo linear e que o universo pode ir se dividindo a cada decisão tomada... Visões e profecias nada mais seriam que a capacidade de olhar dentro de um futuro que pode ou não ser aquele para o qual a sua linha do tempo irá seguir."

A garota franziu o cenho. Lá estava aquela conversa sobre diferentes linhas do tempo outra vez, mas agora em um contexto completamente diferente.

Kolybel'nayaOnde histórias criam vida. Descubra agora