Strangers to the castle

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Hermione empurrou a porta da biblioteca e colocou a cabeça para fora para ver se não havia ninguém que poderia dar de frente com ela assim que ela saísse dali. Não era muito inteligente entrar num corredor movimentado enquanto carregava uma pilha de livros debaixo do braço.

Desde seu encontro com Riddle, Hermione tentara juntar o máximo de informação possível sobre controle de magia e magia sem varinha. Ela estava levemente surpresa com a quantidade de bobagem que encontrou enquanto pesquisava – como uma bruxa que insistia que magia era dada à crianças por espíritos de vento que sussurravam palavras doces ao ouvido das crianças -, mas, apesar de tudo, ela conseguiu alguns bons textos sobre o assunto, coisas que ela poderia usar para aperfeiçoar a sua prática. Riddle queria encontrar com ela de novo em uma semana e ela queria conseguir executar qualquer tarefa que ele lhe desse.

Assim que pôde, Hermione desviou do corredor principal para evitar o influxo de alunos que agora saíam de suas aulas – quartanistas ou quintanistas, pelo que ela podia ver. Ela entrou em um corredor menor e mais tranqüilo, o qual a levaria para as escadarias em direção ao seu salão comunal. A garota estava perdida em seus pensamentos sobre as coisas que poderia encontrar naqueles livros que carregava quando uma voz suave chamou a sua atenção. Seu coração deu um pulo. Aquela voz soava familiar e, ainda assim, ela não conseguia lembrar à quem pertencia. Mas ela já a havia ouvido, e fora em seu tempo original.

Andando lentamente na direção da curva de onde viera a voz, a bruxa hesitou, tentando entender o que ela estava dizendo – "Você não deveria ter medo. Só faça o que precisa!"—, antes de fazer a curva para ver quem estava falando.

"Ah..." Hermione não conseguiu não esconder seu desânimo ao ver que a voz conhecida pertencia à ninguém mais, ninguém menos do que o fantasma acinzentado de uma mulher que flutuava ao lado de uma janela. A figura fantasmagórica virou-se rapidamente para olhá-la. A menina nunca havia sido alvo daquele olhar severo antes e não demorou para decidir que não gostava de ficar naquela posição. "Olá, milady." Ele curvou a cabeça, mas o fantasma não fez nada. "Como vai?"

"Tão bem quanto poderia estar na minha situação," a voz da Dama Cinzenta ecoou ao seu redor, soando vazia e entediada enquanto ela virava para a janela outra vez.

"Pelo menos tem alguém com quem conversar," a bruxa murmurou, já dando as costas e não vendo como a cabeça do fantasma virou-se rapidamente para olhá-la.

"O que disse?"

"Que você tem alguém com quem conversar," disse Hermione, parando e erguendo uma sobrancelha. "Ouvi você falando com alguém, mas não se preocupe. Não era a minha intenção ficar ouvindo conversa alheia, milady, então nem peguei o assunto." As linhas sérias formadas pelas sobrancelhas franzidas da dama relaxaram enquanto ela encarava a menina. "Mas é bom ver que tem com quem falar. Todos dizem que você é meio sozinha."

"Não sou," disse o fantasma, erguendo o queixo como se aquilo fosse fazê-la parecer superior. "Eu tenho um... Amigo."

"Isso é legal." Hermione sorriu, tentando se lembrar qual a razão de ela ter iniciado uma conversa amigável com um dos fantasmas mais reclusos do castelo. "Digo, eu também gostaria de ter um amigo se... Se eu..."

"Se você estivesse na minha situação," a mulher completou, suspirando.

"Sim." A garota sorriu, sem graça. "É o Frei Gorducho? Seu amigo, digo. Ouvi dizer que o Frei é muito gentil..."

"Eu conheço o Frei Bruxo por anos já e, apesar de considerá-lo um bom homem, não era com ele que eu conversava," disse a mulher, olhando rapidamente para o lugar onde estava parada antes, ao lado da janela. "Você não o conhece."

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