A dor de um amor

Um

2 meses depois...

Meu dia começou cedo hoje, também não tinha como ser diferente, essa noite terá um jantar especial aqui na mansão dos Greys. Parece que Amélia tem uma notícia muito importante para dar a todos.

Fiquei responsável por aspirar toda a mansão, nem preciso dizer como estou cansada, ainda mais por conta da gravidez. Estou com quase quatro meses, na próxima consulta já conseguirei saber o sexo do meu pontinho. Apesar de tudo, sou muito grata por ter esse bebê crescendo dentro de mim, pois finalmente terei uma família. Cuidarei do meu pontinho sozinha, não direi a Christian sobre ele jamais.

Por falar nisso, ninguém da mansão sabe que estou grávida, na verdade só uma pessoa sabe. Jack, o motorista da senhora Grey. Ele sempre foi um ótimo amigo, no dia que Christian me humilhou e me deixou sozinha despedaçada no corredor da mansão , Jack me achou lá, ele me levou até a ala dos empregados, me deixando em meu quarto. Lá eu chorei tudo que tinha pra chorar em seu colo. Jack não fez nenhuma pergunta, só me deu o consolo que eu precisava. No dia disse apenas que estava grávida e que o pai do bebê não o queria. Jack então me abraçou dizendo que tudo ficaria bem, desde então Jack tem sido muito atencioso comigo, ele sempre pergunta como anda minha gravidez. Uma vez ele até disse que assumiria o meu bebê como se fosse dele, mas eu não aceitei. Não posso fazer isso com Jack, ele não tem responsabilidade nenhuma com meu bebê.

A minha sorte é que minha barriga ainda está pequena, por este motivo ninguém percebeu minha gravidez. Pena que logo ela irá crescer e todos irão saber, só não sei o que irei fazer quando isso acontecer. Não posso sair daqui sem ter pra onde ir, e tem mais uma coisa, onde encontraria um emprego pra mim? ninguém nunca daria um emprego de doméstica para uma mulher grávida. O jeito é continuar aqui, e mentir sobre o pai do meu filho. Christian não pode desconfiar que o pontinho é seu filho.

Continuo aspirando o chão do salão principal, até que escuto passos se aproximando. Levanto minha cabeça e vejo Amélia olhando para o salão.

-Bom dia. Ela diz sorrindo pra mim.

-Bom dia sra Grey. Digo sem graça.

-Só tem você para limpar esse salão? Ela pergunta preocupada.

-Sim sra. Os outros empregados ficaram responsáveis por arrumar as mesas no jardim. Digo incomodada por sua presença.

-Vou ir ver se tem algum empregado que possa te ajudar aqui, não é bom uma grávida se esforçar tanto assim. Ela diz como se me repreendesse, o que me espanta é ela saber da minha gravidez.

-Como a senhora sabe que estou grávida? Pergunto preocupada, pois já que ela sabe que estou grávida, pode saber também quem é o pai.

-Eu reconheço uma grávida de longe... Ela para de falar como se tentasse lembrar meu nome.

-Anástacia.

-Claro, Anástacia. Como ia dizendo é fácil pra mim reconhecer uma grávida, afinal sou obstetra. E como obstetra tenho que lembra-la que não deve fazer nenhum esforço, a partir de hoje você ficará com os serviços mais leves da casa. Ela diz como se estivesse preocupada comigo, nesse momento sinto remorso por ter sido amante de Christian, ela não merece ser traída, Amélia é uma pessoa boa.

-A senhora não irá me demitir? Pergunto preocupada, pois se perder esse emprego não terei como sustentar o meu pontinho.

-Não Anástacia, fique tranquila quanto a isso. Você continuará como empregada aqui da mansão. Só sinto a dizer que Christian não quer os filhos dos empregos morando aqui, então você terá que arrumar um lugar para ficar quando seu bebê nascer. Ela diz triste por mim.

-Tudo bem senhora, até lá eu alugo uma casa pra mim e o meu bebê, a única coisa que não pode acontecer é eu perder esse emprego, pois se eu perder-lo não conseguirei criar meu filho. Digo com os olhos marejados só de imaginar essa possibilidade.

-Não chore Anástacia, qualquer coisa que você precisar para o seu bebê pode contar comigo. Eu posso ser dona dessa casa, mas não sou melhor do que meus funcionários por causa disso. Não quero ser a patroa bruxa. Ela diz rindo, enquanto segura minhas mãos.

-Obrigada senhora Grey, você é uma pessoa muito boa. Digo deixando cair algumas lágrimas, me sinto muito arrependida por ter tido um caso com o marido dela durante três anos.

-Não precisa agradecer querida, só cuide bem desse bebê. Ela diz com a mãe em minha barriga. Escutamos um barulho e nos viramos para a porta, lá estava Leila com alguns baldes na mão. -Você, ajude Anástacia a arrumar o salão.

-Eu sou responsável por arrumar lá fora senhora Grey. Ela diz fazendo cara de nojo quando diz sra Grey.

-Mas agora eu estou mandando você ficar aqui, e ajudar Anástacia. Amélia diz sem paciência.

-Sim senhora. Leila diz de má vontade.

-Até mais Anástacia. Amélia diz se dispedindo de mim. Logo Leila olha pra mim com raiva.

-Não sei como Christian consegue ficar casado com essa sem sal. Mas logo isso vai acabar e ele ficará comigo. Diz pensando alto.

-Ele nunca vai deixar Amélia Leila. Digo voltando a aspirar o salão.

-Você diz isso porque ele não deixou ela pra ficar com você, mas comigo será diferente. Eu sei como fazer gostoso, o Grey já está caidinho por mim. Minha boceta deixou ele viciado. Ela diz me fazendo ficar com nojo dos dois.

-Você não sabe o que tá dizendo Leila.

-Diz isso pois está com inveja, já que ele deixou você pra ficar comigo. Ela diz rindo. -Quando eu for a nova senhora Grey, vou fazer questão de chamar você pra ser minha madrinha no casamento.

-Eu não estou com inveja Leila, estou com pena, pois ele irá fazer com você a mesma coisa que fez comigo. Digo saindo do salão. Vou para a cozinha comer algo, o bebê está me cobrando a comida dele.

A cozinha está uma zona, pois toda a comida que será servida no jantar já estar sendo preparada. Logo que senhora Jones me vê vem até mim.

-Algum problema Ana?

-Não senhora Jones, eu só vim comer algo, mal tive tempo de tomar café da manhã. Digo de cabeça baixa.

-Oh claro querida, sente-se. Vou pegar um pedaço de bolo pra você. E me chame de Gail Ana, já pedi tantas vezes, mas você não aprende. Ela diz chateada.

-Desculpe é o costume. No orfanato tinha que chamar todos por senhor e senhora, esse costume ainda não saiu de mim. Digo sem graça.

-Já deveria ter se acostumado, esta aqui a três anos Ana. Ela diz colocando um pedaço de bolo na minha frente.

-É difícil Gail. Digo devorando o bolo, aposto que sujei toda minha boca.

-Tá parecendo uma criança Ana, toda melada. Ela diz rindo me entregando um papel toalha.

-Desculpe Gail, é que realmente estava com fome. Melhor eu voltar pro serviço agora. Digo me levanto, quando estou saindo da cozinha esbarro em alguém.

-Olha pra onde anda sua imprestável. Christian diz e me empurra fazendo com que eu caia com tudo no chão. Me sinto mais uma vez humilhada por ele. -Levante logo daí que você tem trabalho pra fazer Anástacia. Ele diz com raiva.

Tento me levantar, mas não consigo. Meu pé está doendo. Christian não faz nada, só olha pra mim com nojo.

-Ana você está bem? Jack vem correndo na minha direção.

-Acho que sim, só me ajuda a levantar por favor. Peço me segurando pra não deixar minhas lágrimas caírem. Jack com cuidado me levanta.

-O que aconteceu Ana? Jack pergunta preocupado.

-Ela tropeçou e caiu. Christian diz por mim.

-Meu Deus Ana, tenha mais cuidado, afinal você está grávida. Jack diz fazendo com que eu prenda a respiração. Olho para Christian que está branco como um papel, logo sua cara tem uma expressão de ódio.

-Você está o que Anástacia? Ele pergunta entre dentes. Meu Deus, o que eu faço?