Capítulo 23

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Assim que despertei, avistei Ethan de costas, saboreando uma xícara de café.

— Acordou, bela adormecida?

— Não, ainda estou imersa nos braços de Morfeu.

— Percebo que seu humor matinal não é dos melhores. — Ele revirou os olhos.

— Onde esteve tão cedo?

— Por aí. — Tomou um gole do café.

Ethan, ao notar meu olhar curioso, esboçou um sorriso.

— Fui me encontrar com Peter, meu primo que reside nesta cidade.

— Hum, e não poderia me levar para conhecê-lo?

— Ele mencionou exatamente a mesma coisa. — Encostou a xícara em seus lábios. Mas amanhã farei as apresentações.

Quando eu estava prestes a morder um pão de queijo, a campainha soou.

— Serviço de quarto. — Ouvi uma voz vinda do outro lado da porta.

— Um instante, por favor. — Levantei-me e fui atender. Pode entrar.

— Boa tarde. — O rapaz sorriu. Com licença.

Ele dirigiu-se à mesa e colocou a bandeja cuidadosamente sob ela.

— O almoço está servido. Desejo-lhes um ótimo apetite.

— Agradeço.

Desisti de lanchar e optei por um almoço que, por sinal, apresentava uma aparência magnífica. As horas se esvaíram, e o céu, agora coberto por um manto de estrelas brilhantes, anunciava a chegada da noite. Eu não havia feito nada além de permanecer enclausurada naquele quarto.

— Vista-se, precisamos sair. — Ethan anunciou.

— Sair? Para onde?

— Jantaremos com a família Montan.

Ele saiu do quarto, e eu fui me preparar. Após o banho, mergulhei na arte da maquiagem.

— Já está pronta?

— Quase. — Respondi, ainda com o olhar fixo no espelho.

Como meu cabelo é naturalmente liso, frequentemente busco estilizações; hoje não seria exceção. Defini as pontas com a prancha, calcei meus saltos, usei acessórios que harmonizavam com o vestido e, antes de sair, apliquei um toque de perfume.

— Nunca vi mulheres levarem tanto tempo para se arrumar. — Ethan comentou, um tanto impaciente.

— Se você tivesse me avisado com antecedência, talvez não precisasse esperar tanto.

Caminhamos até o carro e nos dirigimos ao restaurante.

— Devo abrir a porta para você?

— Não será necessário; posso fazer isso sozinha.

Respondi de imediato e saí do carro. Assim que Ethan fixou o olhar em um casal de costas, ele entrelaçou sua mão à minha. Um leve desconforto me percorreu, mas compreendi que era apenas parte do enredo que estávamos encenando.

— Ethan. — Um homem de meia-idade sorriu ao avistá-lo.

— Olá, Petrick, como vai? Senhorita Katie. — Ele beijou a mão da moça.

— Estou bem, obrigada.

A jovem sorriu, cumprimentando-nos.

— Esta é Emanuely Miller, minha noiva.

— Um prazer conhecê-los.

— Encantado. — O homem beijou minha mão e piscou para mim. É uma jovem deslumbrante, com todo respeito.

Você É Tudo Que Eu Tenho! - Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora