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Enquanto me ocupava em limpar o chão da sala, uma voz masculina irrompeu no ambiente, cortando o silêncio como uma lâmina.
— Quem é você? — O susto me fez girar rapidamente em direção à origem daquela voz, onde me deparei com um homem que se assemelhava ao perfil da fotografia que eu havia visto anteriormente.
— Sou Emanuelly Miller, senhor. — Minha voz soou alarmada, quase como um eco da minha surpresa. A nova governanta.
Ele se afastou sem pronunciar mais uma palavra, e a estranheza daquela interação não se dissipou facilmente. Contudo, resolvi não me deixar levar por pensamentos inquietos e retomei minhas atividades.
— Olá, moça! — Bryan, o filho, surgiu de repente.
— Olá, como vai você?
— Bem. — Um sorriso radiante iluminou seu rosto. — Era meu pai que estava aqui conversando com a senhorita?
— Sim, era ele. — Retribui o sorriso.
— Ah, obrigado. — Ele deu de ombros, transparecendo uma inocência encantadora.
Bryan era um menino adorável, sem dúvida querido por todos ao seu redor. Após algumas horas dedicadas ao meu trabalho, decidi fazer uma pausa. Enquanto me apoiava contra a parede, observei Mayla entrar repetidamente na sala, levando objetos para a família Drummond.
— Posso ajudar em algo? — Perguntei, aproximando-me.
— A ajuda é sempre bem-vinda. — Ela respondeu com um sorriso. — Poderia levar os pratos até a mesa?
— Com certeza. — Sorri, acolhendo seu pedido.
— Muito obrigada, Manu. — Assenti com a cabeça e, com os pratos em mãos, dirigi-me à sala.
— Com licença. — Ao pronunciar essas palavras, vários pares de olhos se voltaram para mim, despertando uma atenção inesperada.
— Sinta-se à vontade. — Adelina sorriu, seu olhar caloroso quebrando a tensão do momento. Enquanto dispunha os pratos sobre a mesa, a conversa foi retomada.
— Emanuelly, gostaria de parabenizá-la. — Levantei uma sobrancelha, intrigada; hoje não era meu aniversário.
— Vejo que você tem se destacado em sua função aqui na mansão. Sandy e Mayla têm falado muito sobre você. — Todos me observavam, exceto Ethan, que parecia perdido em seus próprios pensamentos.
— Não há necessidade de agradecimentos, senhora Adelina. Apenas cumpro com minhas obrigações. — Um sorriso genuíno brotou em meu rosto. Senti-me grata por não ter decepcionado ninguém.
— Agradecida sou eu, por não ter cometido um erro ao escolher você. — Assim que percebi que ela não tinha mais a acrescentar, voltei-me para a cozinha.
— Você tem sido de grande ajuda; foi o destino que a trouxe à mansão da família Drummond.
— Imagino que faço isso por prazer. — Respondi, sem desmerecer a profundidade de suas palavras.
— Sei disso. — Ela sorriu. — Em meio a tantas tarefas, você não hesita em estender a mão ao próximo.
— Gosto de manter-me ocupada; assim, consigo evitar que os pensamentos que trazem dor e saudade me atormentem.
— Dor? Saudades? Do que você está falando? — Ela franziu o cenho, demonstrando preocupação.
— Sim, mas prefiro discutir isso mais tarde. Não quero atrasar a família Drummond. — Saí da cozinha, e ela me seguiu de perto.
— Obrigada, meninas. — Adelina sorriu calorosamente. — E hoje vocês não precisam almoçar fora; sintam-se à vontade para comer na outra cozinha. — Saímos em seguida e nos dirigimos à cozinha para almoçar.
— Lisa. — Chamei, após alguns instantes. — Amanhã, eu e as meninas iremos ao cinema. Gostaria de juntar-se a nós?
— Sim! — Ela sorriu, cheia de entusiasmo. — A que horas?
— Amanhã, às 15h, está bom para você?
— Perfeito! — E assim, com o tempo se esgotando, retornamos às nossas obrigações diárias.
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Você É Tudo Que Eu Tenho! - Concluído.
RomantizmEmanuelle Miller, uma jovem resiliente, enfrenta os desafios implacáveis da vida enquanto luta incansavelmente para sustentar sua pequena filha de cinco anos. Em meio à turbulência de uma realidade cada vez mais opressiva, sua esperança vacila, até...