Capítulo 13

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Desci cuidadosamente os degraus da escada, esforçando-me para manter a compostura, enquanto o eco do susto que acabara de vivenciar ainda reverberava em meu corpo.

— Viu um fantasma? — Sandy ironizou, seu sorriso malicioso revelando o prazer de notar meu semblante perturbado.

— Antes fosse. — Respirei fundo, tentando recuperar a serenidade. — O Sr. Ethan me surpreendeu, flagrando-me a observar uma das fotos. Ele não parecia nada satisfeito com isso.

— Ele não tolera que ninguém as veja, é o que se diz.

— Se ele não gosta, por que as expõe?

— Essa é a mesma pergunta que me faço incessantemente.

Enquanto refletíamos sobre essa inquietante questão, outra funcionária se aproximou, interrompendo nossa conversa.

— Estão falando do Sr. Ethan? Ele já chegou? — perguntou Mayla, franzindo a testa, revelando uma expressão de preocupação genuína.

— Chegar tão cedo assim? Algo deve ter ocorrido — comentou Sandy, levantando uma sobrancelha.

— Com certeza. — Mayla concordou, suspirando. — Mas vamos interromper nossas especulações. É melhor voltarmos ao trabalho antes que as coisas se tornem ainda mais complicadas.

Elas saíram da sala, deixando-me sozinha com meus pensamentos tumultuados. Continuei a limpar os cômodos da mansão, esforçando-me para afastar a mente de qualquer conflito iminente com Ethan. As horas se arrastaram, e eu aguardava ansiosamente meu intervalo quando Mayla retornou, visivelmente hesitante.

— Preciso de um favor — disse ela, com a voz trêmula.

— Pode falar.

— Tenho um compromisso urgente e preciso que você cubra meu horário por algumas horas. Prometo que não me demoro; será no máximo por duas horas. — Ela juntou as mãos em um gesto implorativo.

— Claro, pode ir tranquila. Cuidarei de tudo.

— Obrigada, Manu! Serei eternamente grata! — Mayla me abraçou, aliviada. — Vou falar com o Sr. Ethan, explicando minha ausência e que você ficará no meu lugar.

Concordei com um aceno e voltei às minhas tarefas. Antes de sair, Mayla deixou o almoço de Ethan pronto, e subi para avisá-lo. Bati duas vezes na porta do quarto dele e esperei, meu coração acelerado.

— Entre — sua voz grave ressoou após alguns segundos.

Abri a porta devagar, mantendo os olhos baixos, consciente da presença opressora que ele exalava.

— Com licença, creio que Mayla já tenha informado o senhor sobre...

Ele me interrompeu abruptamente.

— Sim, ela falou. Pode trazer meu almoço. Hoje, vou comer aqui.

— Como preferir, com licença.

Desci as escadas com uma raiva contida. "Como pode existir um homem tão insuportável?" pensei, a frustração se acumulando. Na cozinha, coloquei o prato e o suco na bandeja e retornei ao quarto dele.

— Aqui está — anunciei, adentrando novamente.

— Traga até aqui — ele ordenou, ajeitando-se na cama, os olhos fixos em mim de maneira penetrante.

— Deseja mais alguma coisa? — perguntei, notando as garrafas de bebida ao lado da cama.

— Não por enquanto. Se eu precisar de algo, mandarei chamá-la.

Você É Tudo Que Eu Tenho! - Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora