Capítulo 27

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Ao voltarmos para casa, Ethan decidiu que era hora de fazer uma pausa.

— Este é o meu lugar preferido — disse ele, olhando em volta com um semblante contemplativo.

— É realmente encantador — respondi, admirando a beleza ao nosso redor.

— Venho aqui sempre que preciso de um tempo para refletir.

— Sobre o que você me contou mais cedo, estava se referindo à sua ex-noiva? — perguntei com cautela.

— Como você... — Ele parou, e nossos olhares se encontraram. Ah, sim, minha mãe.

— Fique tranquilo. Ela não entrou em detalhes sobre o motivo, apenas mencionou que você mudou muito após perder a mulher que tanto amava.

— Eu não era assim, Emanuely — sua voz se quebrou, e percebi que lágrimas começavam a brotar em seus olhos. Faltava apenas um mês para o nosso casamento, você sabe? Um mês. — Seus lábios se comprimiram em uma expressão de dor. Olhando para o céu, ele continuou. Ela estava tão entusiasmada, tão feliz, que íamos nos casar; mal conseguia conter a emoção. No dia seguinte ao acidente, ela iria escolher o vestido de noiva, e minha mãe a acompanharia. — Ele se afundou em um mar de lágrimas.  — Olha, não sei como explicar, mas tudo aconteceu tão rapidamente. Olhando para trás, parece que foi apenas um sonho.

Vê-lo daquela forma partiu meu coração. Ethan estava claramente arrasado; suas palavras eram como uma janela aberta para o pior momento de sua vida.

— Lamento profundamente que isso tenha acontecido; imagino que ela tenha sido muito especial para você.

— Muito, Emanuely, Safira era e sempre será meu porto seguro. — Novamente, ele não me olhou. Ela não queria que eu saísse do carro. — Continuou sua narrativa. Mesmo assim, desci; precisava fazer isso. Quando me aproximei, o clima estava tenso.  — Um sorriso triste iluminou seu rosto. "Sing To The Lord", da Hillsong (Cover). Safira era evangélica. — E essa era a música que ela queria que tocasse quando entrasse no altar.

A dor que emanava de suas palavras era palpável.

— Às vezes, é difícil compreender os planos de Deus, mas quem somos nós para questionar ou reclamar de algo? — Ele desviou o olhar. Ele sabe o que faz.

— Estávamos voltando do cinema quando algumas pessoas se aproximaram de nós, e eu senti que tudo poderia mudar. Por um momento, pensei que poderia proteger Safira; essa era a minha única preocupação. — Ele se sentou no chão, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Lembro-me de ter brincado, dizendo que poderia ajudá-la a escolher, e você sabe o que ela me respondeu? — Neguei com a cabeça. Que eu só poderia ver no dia do casamento, porque senão daria azar. — Uma risada amarga escapou de seus lábios. Ouvir as ideias que ela tinha para o nosso casamento era tão reconfortante; seu sorriso, ah, seu lindo sorriso me desmontava a cada vez que eu a olhava. — Ele respirou fundo, como se estivesse tentando encontrar forças para prosseguir. Não entendo por que aquilo teve que acontecer; ela era tão jovem, tão cheia de vida.

— Às vezes, é difícil compreender os planos de Deus, mas quem somos nós para questionar ou reclamar de algo? — Ele desviou o olhar. Ele sabe o que faz.

— Eu sempre a via como uma luz na minha vida. — Ethan estava agora imerso em suas memórias. — Olhando para o céu, ele continuou. Estávamos tão felizes, mal podíamos esperar pelo futuro que tínhamos pela frente.

As lágrimas escorriam pelo meu rosto, e eu compartilhava sua dor. Afinal, Ethan havia passado por uma experiência similar, e eu sabia, mais do que ninguém, o quanto era difícil perder alguém tão querido.

Você É Tudo Que Eu Tenho! - Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora