Assim que a porta foi aberta por Sandy, um garotinho de olhar vivaz correu até ela, como se estivesse carregando a energia do mundo inteiro.— Titia Sandy, titia Sandy, me leva na casinha da árvore? — exclamou, com um entusiasmo tão contagiante que a sala pareceu iluminar-se com sua presença.
— Claro, meu pequeno príncipe! — respondeu Sandy com um sorriso, enquanto o menino dava um gritinho de pura felicidade, como se acabasse de ganhar a chave para um reino encantado.
Percebi, naquele instante, que minha presença ali era praticamente invisível até ele cochichar algo no ouvido de Sandy, que mal continha a risada.
— Quem é essa? Sua nova amiguinha? — perguntou o garotinho com a inocência desarmante de quem vê o mundo sem filtros.
— Sim, Bryan. Ela é minha amiga, seu nome é Emanuelly Miller. — Sandy agachou-se ao seu lado, incentivando-o a cumprimentar-me. — Dá um oi pra ela.
— Oi! — disse ele, com um sorriso tão doce que parecia tirado de uma ilustração de conto de fadas.
— Olá, Bryan. Que nome bonito você tem! — disse eu, ajoelhando-me para ficar ao seu nível. — Quantos anos você tem, garotinho?
— Tenho cinco aninhos, mas logo vou fazer seis! — respondeu ele com orgulho, mostrando seus pequenos dedos. — Vou ficar enorme!
— E vejo que já é um rapazinho muito esperto. — Sorri, encantada com a doçura do menino.
— Meu pai sempre diz que sou um rapaz. Mas eu não quero crescer, não! Ser adulto é tão chato! — Ele fez uma careta dramática, que nos arrancou risadas instantâneas.
— E por que acha isso? — perguntei, rindo da sinceridade desarmante.
— Ahh... meu pai vive dizendo que depois que a gente cresce vem um monte de responsabilidades, essas coisas difíceis... — Ele revirou os olhos como se já estivesse cansado só de ouvir a palavra.
— Nesse ponto, ele está absolutamente certo. — Concordei, trocando um olhar cúmplice com Sandy.
— Então vamos, Bryan? — Sandy o chamou de volta à realidade. — Manu precisa trabalhar.
— Vamos! Tchau, moça! — Ele acenou com energia, pulando de felicidade.
Quando me vi sozinha novamente, sorri com ternura. Que criança encantadora. A noite avançava rapidamente e, ao checar o relógio, percebi que meu turno acabaria em meia hora. Com o pouco tempo que restava, caminhei até o meu quarto para tomar um banho relaxante e me preparar para a saída.
Assim que terminei, despedi-me de Sandy:
— Tchau, Sandy. Nos vemos amanhã!
Ela caminhou até mim e me abraçou com um entusiasmo que parecia digno de reencontros em filmes.
— Tchau, Manu! Vai com Deus!
— Amém. — Acenei com um sorriso, e saí, dirigindo-me ao apartamento da Samira para buscar Valentina.
Ao chegar, fui recebida com a mesma hospitalidade de sempre.
— Olá, Manu! — Samira abriu a porta com um sorriso caloroso.
— Oi, como vai? — perguntei, já avistando Valentina dormindo profundamente.
— Graças a Deus, estamos bem. Valentina não conseguiu esperar por você e acabou dormindo. Quer que meu marido a leve até seu apartamento?
— Não precisa, Samira, mas muito obrigada. — Sorri. — Você já está fazendo tanto por mim ao cuidar dela, não quero abusar da sua gentileza.
— Manu, é sempre um prazer. Você sabe o quanto adoro crianças! — respondeu ela, com o carinho de quem realmente vive o que fala. — Não é à toa que Deus me deu três pequenos tesouros.
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Você É Tudo Que Eu Tenho! - Concluído.
RomantizmEmanuelle Miller, uma jovem resiliente, enfrenta os desafios implacáveis da vida enquanto luta incansavelmente para sustentar sua pequena filha de cinco anos. Em meio à turbulência de uma realidade cada vez mais opressiva, sua esperança vacila, até...