Capítulo 35

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Três longos dias se passaram desde que minha presença deixou de ser bem-vinda na opulenta mansão do senhor Ethan Drummond. Desde então, as trocas de palavras entre nós se extinguiram, e a lembrança daquele beijo, repleta de emoções conflitantes, permanecia como uma sombra persistente em minha mente.

— Mamãe, veja como nosso quarto está se transformando! — A alegria nos olhos de Valentina refletia o brilho vibrante da nova pintura rosa.

— Concordo, meu amor, está verdadeiramente encantador. — Um sorriso involuntário surgiu ao testemunhar a felicidade contagiante dela.

— O papai deveria estar aqui para nos ajudar, não acha, mamãe?

— Sim, meu bem, deveria.

O momento de alegria foi abruptamente interrompido por batidas na porta, que eu não esperava. Ao abrir, uma onda de incredulidade percorreu meu corpo ao encontrar Ethan Drummond, acompanhado de seu adorável filho, Bryan.

— Oi. — A tristeza em sua voz ressoava como um lamento distante.

— Oi, titia. — Bryan, com seu sorriso tímido, conseguiu trazer um vislumbre de calor ao meu coração.

— Oi, lindinho. — Inclinei-me para ele, envolvê-lo em um abraço, sentindo saudades do garoto.

— Eu também estava com muitas saudades de você, titia.

Recoloquei-me, o olhar fixo em Ethan, que me observava com um misto de ansiedade e determinação.

— Precisamos conversar.

— Entrem. — A voz saiu de mim, mas a frieza de minha resposta traía o que eu realmente desejava.

— Quero te apresentar a alguém. — Sorrindo timidamente, ele me lançou um olhar curioso.

— Valentina?

— O que foi, mamãe?

— Este é o...

— Bryan? — Valentina correu na direção do menino, que sorria com uma timidez adorável.

Os olhares entre Ethan e eu trocavam um entendimento silencioso, ambos surpresos pela conexão inesperada.

— Valentina, não sabia que a sua mamãe era a titia Manu.

— Vocês se conhecem?

— Sim, do colégio. — Ambos sorriam, iluminando o ambiente. — Ela é a minha amiga que eu disse que ia mostrar minha casinha na árvore.

— É mesmo? Mamãe, depois você me leva lá?

— Vou pensar, está bom? — Ela assentiu, os olhos reluzindo de expectativa.

— Olá, titio. — Bryan lançou-se nos braços de Ethan, que retribuiu com um sorriso.

— Filha, por que você não mostra seu quarto ao Bryan? Ele pode te ajudar com a pintura.

— Claro, mamãe! Seria incrível! Vamos, Bryan?

— Pode, papai?

— Claro, filho.

E assim eles se afastaram, como duas crianças em um mundo de pura inocência.

— Bryan sente muita falta de você na mansão. — A voz de Ethan soou tensa, carregada de anseios não ditos. — Você precisa voltar.

— Olha, Ethan, se veio para tentar me convencer, perdeu seu tempo.

— Por favor, Manu, minha mãe está desesperada desde que você se foi.

— Sinto muito.

— Me desculpe pelo que fiz a você. — Suas palavras eram sussurros carregados de vulnerabilidade. — Eu sei que não devia ter te beijado. Mas eu gosto de você, e preciso de você. Nós precisamos de você.

Você É Tudo Que Eu Tenho! - Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora