O DOM DE AMAR

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Domingo amanhece nublado, agasalho minha pequena deusa e a levo para passear na casa do tio Dani, Thor e Erik foram visitar a mãe. Almoço com o meu irmãozinho e damos boas gargalhadas lembrando de quando ele pensava que éramos namorados.

– Você não vai visitar a nossa sogra, não? – Dani me pergunta deitado em meu colo, já que as crianças estão dormindo.

– Deus me livre! Não gosto nem de imaginar o quanto aquela mulher deve estar me odiando.

– Estamos bem de sogra, hein, meu amor!

– O que importa é que os nossos maridos não puxaram nada da mãe.

– É mesmo, graças a Deus os genes do Sr. Tom falaram mais alto.

– Thor e Erik se parecem muito com ele mesmo.

– O Thor parece mais.

– Verdade, o Thor é a cara do pai, mas o Erik também tem muita coisa dele.

– São uns gatos! Imagina o Sr. Tom quando tinha a idade deles.

– Coitado, estava tão mal acompanhado!

– A Lisa pode ser uma mulher insuportável, mas não podemos negar que ela mesmo com aquela cara mal humorada, é muito bonita. Ela devia ser linda quando se casou com o Sr. Tom.

Dani concorda, continuamos a falar da família Mitchell e o meu celular toca, antes que eu atenda, Erik entra em casa. Atendo e é o Thor perguntando se estou em casa, digo que estou com o Dani e ele não demora mais que dois minutos e já está em meus braços.

– Minha mãe quer lhe ver – ele me diz.

Olho para ele surpresa, olho também para o Erik e meu cunhado confirma.

– Sua voz ainda está bem baixa, – Erik fala – mas deu para entender perfeitamente ela pedindo para você ir ao hospital.

– O que ela quer comigo?

– Te ver, meu amor! – Thor me abraça por trás e beija meu pescoço.

– Está bem, eu vou, mas vocês estão de prova que eu estava quieta no meu canto.

Eles acham graça da minha preocupação e dizem que irão me proteger dela se for preciso.

Á noite nem durmo direito tentando imaginar o que Lisa irá me dizer, seja lá o que for, vou ficar calada, não posso me descontrolar, não vou cair em suas grosserias, vou deixa-la falando suas asneiras sozinha e depois irei embora com o meu marido do meu lado. Vou com Thor em seu carro pensando nisso, deixei Íris aos cuidados de Barbara e ao lado do meu marido vou fazendo uma espécie de plano, peço Deus sabedoria e muita paciência para aguentar ouvir calada tudo o que Lisa quiser e conseguir dizer. Nos encontramos na entrada com Erik e Sr. Tom, eles me apoiam e me passam segurança e juntos vamos ao quarto de Lisa. Meu coração está apertado, mesmo sabendo que o que fiz salvou a vida dela, eu a feri, eu poderia ter perfurado uma veia e a matado de vez, fui muito irresponsável e louca. Erik e Thor beijam a mãe, Sr. Tom também se aproxima e pergunta como ela está, sua voz sai fraca e bem baixa quando responde que está bem.

– Oi, Lisa – digo de longe.

– Oi – ela tenta aumentar o tom da voz, mas não consegue muita coisa.

Ela faz com a mão um sinal para eu me aproximar, surpresa e ainda cautelosa, me aproxima desconfiada.

– Me disseram que foi você que fez isso – Lisa coloca a mão no curativo em seu pescoço.

– Foi. Eu só fiz isso, porque você não estava respirando, sua boca estava trancada e provavelmente sua língua estava enrolada. Eu não fiz por mal, Lisa, por favor acredita em mim.

Dê-me o que mereço e seja feliz comigoOnde histórias criam vida. Descubra agora