Dê-me o que mereço e seja feliz comigo

AZAR

O final de semana chega e eu ainda não consegui falar com Thor, ele não suporta falar da mãe. Alê me liga, diz que está no shopping, pergunta se posso encontrá-la. Pergunto Thor se ele quer ir, mas o rabugento diz que prefere ficar brincando com a filha. Visto um vestido longo estampado, saltos e coloco um óculos escuro, Thor e Íris estão brincando no tapete da sala, dou um beijo em minha filha e ignoro Thor como ele anda fazendo comigo, mas quando chego na porta ele me chama, olho para trás, ele deixa a filha brincando com os seus brinquedos e vem até mim.

– Você está linda!

Levanto o óculos e o deixo na cabeça.

– Você acha?

– Tenho certeza.

– Que bom. Era só isso que você queria me dizer?

– Quero que você me prometa que não deixará nenhum engraçadinho se aproximar de você.

– E por que eu faria isso?

– Porque você é minha!

– Sou é?

– Sim! – Ele me pega pela nuca e me puxa colando seus lábios nos meus.

Um beijo ardente me esquenta o meio das pernas e gela minha espinha.

– Quando você voltar quero te comer todinha!

– Que bom, pensei que você não gostava mais de me comer.

– Eu nunca vou deixar de gostar de estar dentro de você, meu amor! Hoje iremos realizar aquela fantasia – dois homens e uma mulher bem safada.

Mordo o lábio inferior, pego em sua ereção e digo que irei buscar esta mulher para ele e quero dois caras bem tarados também. Íris fala papa e nos traz de volta a realidade. Olhamos para ela surpresos, ela diz de novo papa e vamos correndo para ela e a fazemos repetir um monte de vez. Thor volta a sorri como a dias ele não fazia e isso me deixa radiante. Vou para o shopping e me encontro com Alê na praça de alimentação, ela também está sozinha e aproveitamos para darmos uma volta depois dela me entregar o documento assinado e eu lhe dar permissão de devolver o dinheiro para sua cunhada. Olhamos as vitrines e falamos de nossas vidas, damos algumas gargalhadas lembrando de como ela era antes de conhecer o Brad. Dois rapazes passam por nós e dizem que somos lindas demais, um deles diz que seria a maior fantasia do mundo levar uma ruiva e uma loira para sua cama só para ele. Ignoramos, comportamos como duas mulheres sérias, mas quando eles viram um corredor, Alê diz:

– Coitado, ele acha que daria conta!

Rimos.

– Ele não daria conta nem do primeiro round – falo em meio a risadas.

– E teríamos que nos resolver nós duas e deixá-lo só olhando como se leva uma mulher ao orgasmo com uma boa chupada.

Solto uma gargalhada e falo:

– Alê, você é muito safada, cunhada!

Rindo e falando um monte de besteiras, continuamos a andar no shopping. Alê se apaixona por um par de brincos e diz que irá compra-los, entro com minha cunhada na loja e antes que eu possa dizer a ela que acho que esta loja seja da Ashley, minha antiga rival que está atendendo um cliente me olha surpresa. Quero sair imediatamente, digo a Alê que irei esperar por ela lá fora, mas Ashley deixa o cliente aos cuidados de uma de suas lindas funcionárias e me cerca.

– O que você veio fazer aqui?

– Como pode ver já estou de saída.

– Mas pisou na minha loja.

– Eu não sabia que era a sua loja, me desculpe. – falo com desdém.

– Você gosta de me provocar, não é Angélica?

– Não, Ashley, eu não quero te provocar, entrei aqui por engano, não sabia mesmo que te encontraria aqui, pois sou muito normal e não procuro por motivos para estragar o meu dia, sempre procuro fazer o contrário.

– Você consegue facilmente me tirar do sério.

– Me desculpe mais uma vez. Agora, por favor, me deixe sair.

Ashley bloqueia a minha passagem.

– Acha mesmo que está por cima, não é? Você não vale nada, Angélica! – ela aumenta o tom de voz.

Alê se aproxima e quer saber o que está acontecendo.

– Quem é você?

– Eu que te pergunto, é amiguinha dessa aí? Se for pode sair com ela, pois não quero gentinha da mesma laia que está vagabunda aqui, não.

– Você está louca é?

Alê puxa o cabelo da Ashley, funcionários e clientes se aglomeram, faço Alê soltar os cabelos da retardada e digo quem ela e que somos nós que estamos no lugar errado, pois a loja é dela. Logo a ficha da Alê cai, mas ela não quer sair por baixo.

– Meu irmão teve coragem de perder tempo com você? Homem nenhum quer ficar ao lado de uma mulher sem classe como você, minha filha! Uma mulher que não respeita nem seu próprio lugar de trabalho, seus funcionários e seus clientes.

Ashley olha para os lados e grita:

– Voltem para o que vocês estavam fazendo! Estas duas não merecem atenção, principalmente esta vagabunda, que gosta de roubar homens de suas noivas. – Ashley aponta para mim.

– Se não fosse ela – Alê fala – seria outra, porque meu irmão não se contentaria com tão pouco por muito tempo.

– Sai da minha loja agora! – grita Ashley com os cabelos alvoraçados por conta da boa puxada que Alê lhe deu.

Alê começa a falar mais alguns desaforos, lhe pego pela mão e a puxo para fora da loja. Várias pessoas nos olham e sinto vergonha, mas minha cunhada parece que não, pois continua falando e quando vê que as pessoas do lado de fora da loja também estão parando de andar para nos observar, ela fica ainda mais nervosa.

– O que é que foi? Não tem nenhuma vitrine mais bonita que eu para vocês olharem não?

Sinto ainda mais vergonha e ao mesmo tempo acho graça, nunca havia presenciado a minha cunhada tão brava. Abraço Alê e tento lhe acalmar, vendo que estou rindo, ela começa a rir também. Voltamos para a praça de alimentação e bebemos uma Coca-Cola bem gelada, rimos do meu azar de entrarmos logo na loja de Ashley.

– Você foi maluca de agarrar o cabelo dela daquele jeito, imagina se chamassem os seguranças para nós, iriamos ser expulsas do shopping ou levadas a uma delegacia para darmos satisfações.

– Eu não me importo, tenho uma ótima advogada! Eu não podia ouvir calada aquela insuportável falar daquele jeito de você.

Fico tão orgulhosa de minha cunhada que me levanto, sento em seu colo e lhe dou um beijo no rosto e um selinho na boca. Uma mesa repleta de jovens batem palmas para nós. Eu e Alê agradecemos, sento ao seu lado e deixo que eles pensem que somos namoradas. Conversando sobre o pedido de perdão de Lisa a ela, lhe conto o que seu pai aprontou com a minha sogra. Alê fica chocada e acaba sentindo pena como eu. Brad liga e diz que o Blade está com febre, Alê me fala que está nascendo as presas do filho e que ela irá para casa mima-lo um pouco, digo que também já vou, mas antes vou comprar uma lingerie nova, pois o meu marido me prometeu uma noite bem caliete. Nos despedimos e eu vou para uma loja feminina, escolho uma lingerie com cinta liga e tudo, branca com rendas vermelhas,

Thor vai ficar louco! – penso.

Mesmo Íris tendo tantos brinquedos, não resisto e compro um ursinho que toca música. Em uma loja ao lado, me apaixono por umas camisetas na vitrine, entro e compro quatro.