IDIOTA

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Sexta-feira não é diferente, não nos falamos e isso me deixa muito irritada, depois do expediente vou ao shopping e compro um vestido um pouco acima dos joelhos, azul celeste, com um decote maravilhoso que irão valorizar os meus seios que já estão bem inchados. Passo por uma loja infantil e com as pernas tremendo entro e me perco em tantas coisas lindas, compro um ursinho branco e macio, compro também uma roupinha que dará para qualquer sexo. Chego em casa e a primeira coisa que faço é pegar o ursinho e a roupinha, me deito no sofá, levanto a camisa e coloco o ursinho e a roupinha sobre a minha barriga. 

Dani adora tanto o ursinho quanto a roupinha e mais uma vez o meu amigo dorme comigo e pela manhã diz que acha que essa noite eu não tive pesadelos, concordo com ele, eu não tive pesadelos. As duas vezes que me encontrei com Saphira esta semana, ela me pediu para aceitar a gravidez, para aceitar a segunda chance que Deus está me dando e assim os pesadelos iriam desaparecer. Ligo para Beta e lhe conto que estou grávida e a faço chorar comigo quando consigo enfim lhe contar sobre o aborto e tudo que passei, minha amiga não me cobra por nunca ter lhe contado e diz que me entende e que queria poder me dar um abraço bem gostoso e demorado agora.

Às 20h00m, Dani me maquia e faz um belo penteado, ele já está pronto, lindo de roupa social preta, Andy irá ficar com a babá que voltou a trabalhar esta semana, pois Dani pretende voltar para o escritório semana que vem. Erik nos espera no portão, lindo de terno claro e me elogia quando me vê em meu lindo vestido, meus cabelos estão cacheados, um pouco preso de um lado e o resto solto. Vou de carona com eles no carro de Erik, falamos de Thor e da minha gravidez, ainda há algo estranho, um medo de perder o meu bebê a qualquer momento. Meus amigos fazem papel de psicólogos e dizem que dará tudo certo dessa vez e que eu preciso acreditar para este medo me abandonar. O local da festa é um grande salão, muitas pessoas já chegaram, dentre elas, Sr. Mitchell, Stella, Alê e Brad, todos lindos. Minha cunhada me abraça forte e diz que estou maravilhosa, também a elogio, Stella também me abraça e me elogia, Sr. Tom e Brad, me dão um rápido beijo no rosto, mas também me elogiam e perguntam por Thor. Respondo que não sei, tenho que dizer que estamos separados e que ele voltou para a casa da mãe. Eles dizem sentir muito, mas nenhum deles duvida que iremos voltar, pois o meu marido é louco por mim. O garçon nos servem bebidas e quando peço que ele me traga um copo de suco, Alê me olha desconfiada. Pego sua mão e a levo para o banheiro.

– Estou grávida.

A primeira reação é olhos arregalados, boca tampada com as duas mãos, depois um grito e sorriso. Alê me aperta em seu abraço e diz o quanto está feliz.

– Por que você não me disse que estava querendo ser mãe?

– Porque eu não queria.

– Foi acidente?

– Não acredito em acidentes nestes casos, podemos dizer que foi descuido.

– O Thor deve estar louco! – Alê para de repente de sorri – Espera aí, se vocês estão separados, quer dizer que ele...

– Quase ninguém sabe, só a minha psicóloga,  o Erik, Dani, Beta, Rapha e agora você.

– Quando o Thor ficar sabendo vai voltar correndo.

– Por isso mesmo que não quero contar.

– Como assim, Angel, você não quer que ele volte?

– Eu quero que ele volte por mim e não pelo filho.

– Entendo. Mas você sabe que mais rápido que você deseja essa sua barriguinha linda irá crescer e não dará para você esconder dele, não é?

– Eu preciso que ele me prove que me aceita como sou, sem filhos, quero ter certeza que o que nos une é o nosso amor e não o nosso filho.

Conversamos mais um pouco e quando voltamos, Thor e Lisa estão chegando de braços dados. Logo os olhos do meu marido me alcançam e se prendem em mim, ele me olha de cima a baixo. Lisa cumprimenta algumas pessoas sorrindo, Thor também cumprimenta, a mãe fica ali conversando com estas pessoas e ele se aproxima, cumprimenta a madrasta e a irmã com um beijo no rosto, aperta as mãos de seu pai e de Brad. Abraça Dani e diz estar feliz por ele ter recuperado sua memória, pois não aguentava mais ver o irmão sofrer. Thor pega em minha mão fazendo minha espinha esfriar, me puxa devagar, me dá um beijo no rosto e diz ao meu ouvido:

Dê-me o que mereço e seja feliz comigoOnde histórias criam vida. Descubra agora