Dê-me o que mereço e seja feliz comigo

EU CONFIEI O MEU CORAÇÃO A VOCÊ

Acordo suada depois de um pesadelo, aproveito que Andy ainda não acordou e tomo um banho. Faço círculos em minha barriga ensaboada, choro, meu medo está acabando comigo, se eu perder este bebê acho que irei ficar louca. Quero meu marido, quero o seu abraço, preciso de seus beijos, mas preciso ter certeza que ele me ama mesmo que eu não queira lhe dar um filho. Tudo bem que ele pense que é egoísmo da minha parte não querer ter filhos, mas ele não pode desistir de mim por conta disso. Se eu não tiver certeza que ele me ama acima da necessidade de ter um filho comigo, juro que irei desistir, vou fazer de tudo para ele voltar para mim antes de lhe contar que estou grávida, mas se ele não voltar é porque nosso amor é fraco demais.

Quando Erik e Dani aparecem, Andy já está alimentado. Erik me abraça forte, me parabeniza e diz o quanto está feliz por ser tio.

– Por favor, Erik, não conta ao Thor.

– Eu não vou contar, mas você vai, não é? Meu irmão vai ficar louco quando souber que será pai de um filho seu e vai voltar correndo para casa!

– Eu quero que ele volte por mim e não porque estou esperando um filho seu. Preciso lhe reconquistar antes de contar, entende?

– Claro, meu bem, mas seria mais fácil se você voltasse a trabalhar com ele, você não acha?

– Acho, mas talvez ele não me queira mais trabalhando ao seu lado.

– Vai à luta, eu sei que você é guerreira!

Nos abraçamos mais uma vez, Dani também participa desse abraço. A campainha toca e o porteiro me informa que Saphira chegou. Conto aos meus amigos que irei receber minha psicóloga, eles ficam felizes pela minha iniciativa de ter procurado ajuda para superar meus traumas e se vão. Recebo Saphira sorrindo, sentamos no sofá da biblioteca.

– A casa de vocês é muito bonita, estou muito feliz por estar aqui para te ajudar, mas quero ser mais que uma profissional, quero ser minha amiga.

Sorrio e agradeço.

– Como está se sentindo, Angel?

– A gravidez ainda não me causou nenhum desconforto exagerado, como vômito ou tonteira, mas meus pesadelos estão acabando com minhas noites de sono.

Ela pede que eu lhe conte exatamente o que ando sonhando, falo com detalhes e ela começa me fazer entender que estou comparando o passado com o presente, me explica que existe uma grande diferença e que agora tenho a chance de fazer diferente, quer que eu pense que tirei nota baixa em uma prova e a professora me deu uma nova chance de lhe provar que sou capaz de tirar uma boa nota.

– Agora você precisa se apegar em tudo de bom que há na sua vida. Você é adulta, formada e casada, nada lhe impede de ser mãe. Você já marcou uma consulta?

– Sim, ainda hoje irei me consultar com um obstetra.

– Cuidar da sua gravidez lhe fará bem. Ir ao médico, comprar roupinhas, enfeitar o quarto e principalmente quando você tiver ao seu lado nesses momentos o pai do seu filho, você já contou para ele?

– Não e nem vou contar enquanto eu não tiver certeza que ele me ama acima da necessidade de ser pai.

– Entendo, mas lhe garanto que o seu marido te ama acima de qualquer coisa. Eu poderia ficar aqui lhe provando que o Thor te ama infinitamente, mas quero priorizar o seu trauma, não quero você tendo mais pesadelos, aceite esse filho, aceite a segunda chance que você está tendo e nunca mais irá acordar chorando, eu lhe garanto.

Ficamos conversando por uma hora e quando Saphira vai embora, me sinto mais leve, passo na casa dos meus amigos, conto a Dani como estou me sentindo mais tranquila, digo que irei ao médico e meu irmão pede que eu espere, troca de roupa e diz que ele e Andy irão me acompanhar. Assim que entramos no consultório o doutor chama uma enfermeira que tira um pouco de sangue para fazer o exame. Mesmo que alguma coisa dentro de mim diz que estou grávida, peço a Deus que o resultado seja negativo, não me sinto preparada e nunca me sentirei. O médico pergunta quando foi a minha última menstruação, tento lembrar a data certa e lhe digo, ele diz que está quase certo que eu esteja grávida, mas esperamos o resultado, enquanto isso conversamos. Ele já me diz quais vitaminas terei que tomar e até que mês o bebê nascerá. Subo na balança e Dani fica sentado com Andy no colo, parecemos um casal à espera do nosso segundo filho. Uma hora se passa rápido e a enfermeira volta com um envelope e entrega ao médico. Ele abre o envelope, olha para mim e para Dani e diz olhando para Andy: