Capítulo Dezenove.

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Maju narrando:

Seus lábios tocaram os meus levemente, meu corpo todo se adormeceu, minha respiração ficou pesada, era como se estivesse beijando pela primeira vez, meu coração acelerou repentinamente, a mão dele segurou firme em minha nuca me prendendo junto ao seu corpo, ele abriu a boca passando pra um beijo de língua mas comprimi os lábios o impedindo de me beijar, vi Luan passar de pacífico pra super raivoso.

Gostava de jogar com ele.

─ Por que tu faz isso comigo, mona?! Tem várias minas aí me querendo e tu me rejeitando, isso é desperdício sabia? ─ ele sussurrou bem próximo da minha boca. Encarei seus olhos esverdeados cerrados e sua sobrancelha arqueada.

Aquele cheiro dele me fazia arrepiar.

─ Você não faz meu tipo, agora saí de cima de mim antes que eu grite! ─ falei alto e com raiva.

A tensão passou após Luan sorri e sair de cima de mim, meu corpo relaxou e meu sangue voltou a correr normalmente por minhas veias.

Luan fez uma careta e ajustou o boné saindo da sala, suspirei fundo e me joguei no sofá cansada, eu não poderia me entregar para Luan, não gosto dele, ele é um traficante, a única coisa que nos une é o bebê, ele pode até ser lindo e ser amado, mas ele era um bandido e nunca me pensaria com ele.

Me repreendia em pensar coisas assim, aliás, ele iria fazer comigo igual com as outras, até porque ele não ama ninguém além de si mesmo. Quando o bebê nascesse ele me rejeitaria totalmente.

Eu que não ia me iludir... Aí, sou tão imbecil!

***

Acho que era cinco horas, ou mais, estava fazendo calor e a televisão agora era minha companhia. Assistia um programa qualquer deitada no sofá, estava apenas de short jeans lavagem clara e uma regata rosa da hollister, não havia ninguém na casa, só a empregada que estava lá pra dentro.

A porta se abriu e o menino adentrou todo sujo de lama, os cabelos louros estavam cobertos de areia e ele caminhava com um sorrisinho e segurando uma bola.

Gabriel era a cópia perfeita de Luan, até aquele sorrisinho de lado como se estivesse aprontado algo.

─ Oi, Maju! ─ ele me cumprimentou.

─ Oi, Gabriel. Você não acha que está um pouco sujo não?

─ Tava jogando bola, você devia ir ver eu jogando na quadra, sou goleiro.

─ Você deve ser um ótimo goleiro.

─ Perdemos hoje.

Ele caminhou até mim e encarou-me com seus olhinhos verdes e brilhantes.

─ Maju, você vai morar aqui? Eu não quero pra você ir embora, ao contrário das outras, você não está morando aqui só por causa que Luan é do tráfico, Luan me disse que todas as amantes dele são piranhas, mas ele não falou nada disso de você... Eu acho que meu irmão gosta de você ─ ele confessou e segurou em minha mão, me sentei no sofá e o encarei.

─ Eu não posso ficar aqui...

─ Você tem que voltar pro seus pais? ─ ele perguntou e assenti instantaneamente. ─ Eu não tenho pais, eles morreram quando eu era bebê, mas eu tenho o Luan.

─ Sinto muito ─ falei e ele sorriu mostrando seus dentes curtos.

─ Você pode ficar aqui, você e o bebê, então você e o Luan vão casar e vão ter muitos filhos e vão viver felizes para sempre.

Apenas um TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora