Apenas um Traficante

Capítulo Quarenta e Cinco.

Maju narrando:

Ainda estava curiosa em relação ao assunto tratado no quarto, eles demoraram cerca de dez minutos lá dentro, mas tentei disfarçar o quanto estava interessada na conversa de Luan e Lívia. Quando ela saiu por aquela porta ela me lançou um cara de deboche que nunca imaginaria, não pensei que Lívia fosse o tipo de mulher igual Beatriz.

Gabriel havia acabado de sair daqui, estava aqui desde uma hora da tarde e já ia dar quatro, ele conversava muita coisa com Luan, sobre o futebol, sobre a escola, sobre o time que jogaria essa tarde, e claro, ficou fofocando com o irmão.

Luan levantou com uma certa dificuldade e sentou-se no leito, era hora dele tomar banho, a enfermeira vinha trocar o curativo às cinco e quinze. Fechei a porta e separei uma roupa pro Luan vestir enquanto ele caminhou até o banheiro mancando e reclamando de dor, fui até a porta do banheiro e me encostei ali olhando Luan despido e as gotas de água descendo lentamente por seu abdômen, pelas costas fortes, pelos bíceps, abaixei meu olhar até a bunda de Luan que também era uma delícia. Nem sei de onde havia tirado toda essa safadeza que desconhecia em mim, mas é são os hormônios da gravidez e a convivência com Luan, não tinha como resistir à Luan.

─ Vai ficar só me admirando daí? ─ ele indagou virando-se. ─ Sei que sou gostoso.

─ Você é um babaca ─ sibilei colocando a toalha ali e senti a mão de Luan me puxar com força. Ele me colocou debaixo do chuveiro molhando toda minha roupa que usava, fuzilei Luan com o olhar e dei um soco no abdômen dele mas o mesmo nem se moveu. Luan deu término ao seu banho e saiu do banheiro se enxugando e rindo da minha situação, não vi alternativa à não ser tomar banho também.

Saí do banheiro me enxugando e senti o olhar de Luan sobre meu corpo, tentei não corar perante ao olhar malicioso do mesmo, peguei um macacão e um conjunto de calcinha e sutiã e me troquei na frente de Luan que me analisava imóvel, o quê será que se passava por aquela cabecinha?!

Abri a janela e estendi as toalhas ali me virando pra Luan que já se deitava, fui até ele e o ajudei a deitar com delicadeza e ajeitei o travesseiro em sua cabeça e o lençol.

─ Que bom que tenho tu pra cuidar de mim.

─ Agradeça por me ter em sua vida ─ lhe dei uma piscadela e ele segurou em meu pulso.

─ Quer que eu te agradeça como? ─ ele perguntou baixinho e rouco, e aquela frase saiu meio que sensualmente.

Olhei para Luan e aproximei meu rosto de seu sentindo sua respiração quente sobre a minha bochecha, passei meus dedos nos cabelos molhados de Luan e segurei em sua nuca beijando seus lábios, abri a boca dando passagem pra língua de Luan que logo explorava cada canto da minha boca com nervosismo, sentia o gosto de Luan em minha boca e cada vez ficava mais desesperada por ele, meu peito doía em pensar na hipótese de nunca mais poder ter aquele delicioso sabor em minha boca novamente. Eu subi no leito enquanto Luan intensificava o beijo cada vez mais.

Eu parei de beija-lo e desferi dois selinhos nos lábios do mesmo que me olhava sem entender, os olhos dele eram como ímãs e cada vez me chamavam mais, era um brilho tão intensificado que me deixava hipnotizada.

Me deitei no cantinho do leito com cuidado e descansei minha cabeça no peito de Luan, do lado que não estava machucado é claro, senti a mão livre dele ser passada por meus cabelos em carícia e suspirei sentindo o toque do meu amor. Quantas saudades dele.

─ Quantas saudades do seu beijo ─ falei baixinho descansando minhas pálpebras. Ouvia o coração de Luan bater calmamente, sentia o calor dele me acolhendo, sentia novamente a segurança em mim.

─ Eu pensei que ia te perder, Maju.

─ Mas você não perdeu.

─ Tu ainda não me disse quem foi dos verme que atirou em mim, eu

vou fazer ele pagar com a pior moeda ─ Luan falou determinado e suspirei.

─ Não foi um policial que atirou em você, Luan. Mas vamos deixar esse assunto de lado agora, por favor, o importante é que você está aqui agora e está melhorando ─ eu falei calma e ouvi o coração de Luan acelerar, ele suspirou fundo.

─ Vamos deixar esse assunto de lado só hoje, Maju.

Eu assenti e fechei minhas pálpebras sentindo o cheiro de Luan me inebriando.

Como eu amava-o.

DG narrando:

Luan havia acordado!

Todo meu plano havia dado errado, em vez do infeliz morrer ele estava melhorando e se recuperando completamente do tiro que lhe acertei, sentia muita raiva, mas eu ainda apagaria ele, eu sempre consigo o quê quero.

Estava fumando um baseado quando avistei Lívia caminhando pela rua com o filho dela e Luan, me levantei rápido e parei ela puxando a mesma pra um beco.

─ Me solta, Douglas!

─ Fala direito comigo, porra! ─ o moleque começou a chorar e soltei ela fumegante.

─ O que você quer? ─ ela perguntou respirando ofegante.

─ Quero saber de uma coisa, tu não veio aqui nesse morro simplesmente pra só salvar a vida do Luan, né? ─ indaguei com curiosidade. ─ Tu veio aqui esperando ele estar sozinho, e nessa sua cabeça pensava reconquistar Luan...

─ Não é verdade!

─ Seus olhos não enganam ninguém, tu ainda ama ele, não é?

─ Ele é o pai do meu filho...

─ Fala a verdade, teus olhos já me entregaram a resposta, Lívia.

─ Eu ainda amo ele sim, era isso que queria saber?! Mas ele tem outra agora, não vou fazer a Maria Júlia ser mais uma, por mais que eu sei que Luan vai deixar ela...

─ Nós sabemos, vai ser só um tempo até ele procurar outra, ele sempre quer carne nova.

─ O que você quer, afinal?

─ Nada, Lívia. Eu só quero que tu fique por aqui mesmo, eu vou ajudar tu à voltar pro Luan, dentro de pouco tempo a patricinha não vai ser mais dele...

─ O que você vai fazer, Douglas?

─ Tu vai ver, espera que tu verá ─ esfreguei as mãos com um sorriso diabólico nos lábios. Lívia engoliu o seco e tratou de sair do beco rápida.

Lívia também faria parte do meu plano, mas dessa vez eu não iria falhar como da última vez.