Capítulo Cinquenta e Nove.

22.9K 1.7K 464
                                    

Maju narrando:

Nós sentamos em uma mesa com um pessoal lá e ficamos abraçados, Luan bebia cerveja e comia o churrasco que dona Marta servia pra gente, sentia as mãos de Luan afagando meus cabelos e aquilo me causava um sono.

Rafael já estava bebendo com RL e Neguinho e bem enturmado, nem preciso comentar que Neguinho estava bêbado e rindo pro nada, teve uma hora que ele sentou na calçada e começou a conversar com um cachorro que estava deitado por lá, eu quase me matei de rir.

Estava recebendo as carícias do meu homem e sentindo suas mãos nos meus cabelos quando avistei Lívia se aproximando com Kayke nos braços, ela abriu um sorriso pra Luan e soltei Luan do abraço em endireitando na cadeira.

─ Feliz natal ─ ela beijou a bochecha de Luan e entregou Kayke que estava todo arrumadinho no colo de Luan que sorriu. ─ Feliz natal, Maria Júlia.

─ Obrigada pra você também, Lívia ─ digo sorrindo e passando minhas mãos sobre o cabelo loiro de Kayke, Luan fazia graça e Kayke sorria.

─ Papai! ─ Kayke abraçou Luan que retribuiu o abraço com afeto e carinho.

─ Não está sentindo saudade de passar o natal no Alemão? ─ Luan pergunta pra Lívia.

─ Não, sempre gostei dos natais da Rocinha, são mais animados, e todo lugar é melhor do quê com Darlysson e PR.

─ Aproveite o natal, qualquer coisa se quiser beber, deixa o Kayke lá em casa ─ ele diz e coloca o filho no chão que já saí andando e sorrindo, Lívia vai atrás do mesmo pelo povo.

Começaram a soltar foguetes lá na favela, era meia noite em ponto e Luan se levantou me puxando com delicadeza, ele me abraçou e beijou meus lábios com ternura.

─ Feliz natal, minha princesa.

─ Feliz natal, meu traficante.

Todos ali começaram a se abraçar desejando um feliz natal, esse sim era meu lar.

***

Estávamos em casa, Gabriel estava com a bermuda jeans aberta só de comer, havíamos curtido bastante lá mas já estava com sono, deixei Rafael na festa que continuava rolando na casa da Priscila e que não pararia tão cedo e chamei Luan pra casa pra comer mais e abrir os presentes.

Gabriel, Luan, Julieta e eu estávamos sentados no sofá da sala, cada qual com seu presente na mão, nós sorriamos animados, Gabriel era o primeiro, mas ele não sabia se comia ou se falava.

─ Então... ─ ele falou de boca cheia deixando o leite condensado da salada de frutas escorrer pelos cantos de sua boca.

─ Não fala de boca cheia! ─ Julieta deu um peteleco no mesmo e Luan sorriu do irmão.

─ Aí, Julieta! ─ ele passou a mão na cabeça e continuou a falar. ─ Meu presente vai pra uma pessoa muito especial pra mim, uma pessoa que as vezes é chata demais mas mesmo assim eu amo muito, essa pessoa foi meu pai, minha mãe, e meu irmão ao mesmo tempo, ele deixou a vida dele pra cuidar de mim e eu devo muito isso a ele. Já vivi muito contigo e aprendo cada dia mais com você, eu te amo muito maninho, e me lembro que em toda festa do dia dos pais, das mães, você sempre estava presente, nunca conheci nossos pais mas sei que eles trouxeram você ao mundo e você cuidou de mim como ninguém, te amo muito! ─ ele disse e correu pros braços de Luan dando um abraço de urso no mesmo que retribuiu com força.

─ Também te amo demais, seu pestinha, você me ensinou tantas coisas ─ Luan diz ainda no abraço forte do irmão e Julieta já chorava, eu segurava minhas lágrimas mas já temia as horas que elas iriam descer pelo meu rosto.

Apenas um TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora