Capítulo Quarenta e Quatro.

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Maju narrando:

Eu ainda nem acreditava que Luan havia despertado, meu coração pulava dentro do meu peito de alegria, eu já não tinha controle nas lágrimas que desciam pelo meu rosto, eu pensei que nunca mais teria aqueles olhos sobre meu corpo em análise, eu pensei que nunca mais teria os toques de Luan por mim arrancando gemidos, pensei que nunca mais sentiria o calor do corpo forte dele.

Já fazia dois dias em quê ele havia despertado, ele havia sido levado pra fazer alguns exames para saber se havia ficado com sequelas e graças à Deus, Luan estava ótimo de saúde, mas a alta demoraria um pouco já que Luan havia se levantado e um ponto havia sido aberto. Ele estava com oito pontos no ombro, sim, a bala era grandinha e pra ser retirada foi preciso ele levar os oito pontos.

Todos estavam felizes em rever Luan, a notícia da melhora dele já havia corrido por becos e vielas, nem preciso dizer que quando Gabriel soube ele deu um surto, todos deram, algumas pessoas da comunidade foram visitar Luan e levaram balões, flores e essas outras besteiras, todos ali do morro estavam felizes ao saber que Luan cada dia que passava melhorava mais e surpresos ao mesmo tempo em como ele havia se recuperado rápido.

Eu não queria sair mais de perto dele, queria estar ao lado dele no momento que ele despertasse até quando dormisse, queria olhar aqueles olhos intensos penetrando nos meus e apreciar o sorriso aberto toda manhã quando ele acordava. Cada dia que passava eu me apaixonava mais por Luan, e nunca mais queria que ele me desse um susto assim.

Quem eu estranhei não vim aqui foi Lívia e Douglas, tomara que ela já tenha ido embora.

─ Você vai tomar esse medicamento aqui, é diclofenaco ─ o médico dizia pra Luan que revirava os olhos no leito.

─ Tu não manda em mim, chefia.

Me virei sorrindo pro médico, eu arrumava algumas roupas de Luan no canto da sala, era de manhã e era hora de tomar os remédios, acho que a hora que Luan mais odiava no dia.

─ Ele vai tomar, nem que eu tenha que enfiar goela abaixo ─ eu ameacei piscando e o médico gargalhou.

─ Maju, eu não te conheci assim ─ Luan reclamou.

O médico colocou as caixas de medicamento em cima da cômoda e se retirou do quarto. Me virei olhando pra Luan que analisava meu corpo com malícia.

─ Fecha a porta e vem aqui, vai ─ Luan me chamou com o dedo e revirei os olhos sorrindo. ─ Tira essa roupa, tá fazendo muito calor.

─ Luan para com isso, a enfermeira pode chegar à qualquer momento.

─ Enquanto ela não chega tu podia vim aqui.

Eu não liguei e continuei arrumando as roupas de Luan na mala e algumas outras coisas sem dá atenção pra Luan que ficava resmungando no leito, até que abriram a porta adentrando na sala, era Neguinho carregando uma mochila.

─ E aí, beleza na quebrada? Trouxe uma coisa pra tu ─ Neguinho se sentou na poltrona abrindo a mochila e me virei curiosa.

─ Espero que seja minha arma, quero dar um tiro na cabeça daquela enfermeira que me força em comer aquela sopa horrível, parece esgoto ─ Luan fez cara de nojo e Neguinho gargalhou escandalosamente, de dentro da mochila retirou uma pistola, um rádio, dois sacos de cheetos de requeijão e uma latinha de cerveja.

Era proibido a entrada de alimentos ou bebidas no hospital sendo tragos por visitantes e nem sei como Neguinho havia conseguido entrar, devia ter bem ameaçado o segurança.

─ Neguinho eu não vivo sem tu ─ Luan sorriu abrindo a latinha de cerveja e sorrindo aberto, revelando suas covinhas e seus dentes brancos e bem alinhados.

Apenas um TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora