Capítulo 16

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- Então você tem um irmão e não sabia? - Pergunta Sam, se sentando numa cadeira á minha frente.

- É, tipo isso. Pelo o que entendi.

- Que loucura, cara. - Diz Sam colocando uma garfada de macarrão na boca. - Mas vocês se dão bem?

- Não sei responder, ele está lá em casa apenas dois dias. E não diz uma sequer palavra.

- Trauma? - Diz Sam parecendo mais interessado.

- Acho que isso. Porque ele perdeu a família toda. Eu acho.

- Que coisa! - Sam balança a cabeça. - É sua mãe? Como ela está lidando com tudo isso?

- Bem. Na verdade, bem mais do que eu iria imaginar. Pensei que quando ela descobrisse sobre o Jonathan, ela iria pirar só em pensar que papai tem outro filho. Mas não.  Ela está cuidando dele e muito bem.

- Acho que sua mãe sempre quis ter um outro filho, por isso não reclamou.

- Ou, o filho biológico dela está dando muito trabalho e " Ah, eu vou poder ter um filho menos idiota. " - Pisco para Sam e o mesmo revira os olhos.

- Acho que não é isso.

- Com certeza não é isso. - Diz Anne se sentando ao lado de Sam, aparecendo do nada em meio ao refeitório. A mesma me olha e sorri. - Oi Luccas.

- Oi, Anne.

- O que estão falando? - Pergunta ela, roubando o copo de coca do Sam, que a olha feio.

- Nada, só falando sobre o mais novo membro da família Muller.

- Ah sim. Jonathan, não é?

- É, o Jonathan.

- Ele já parece bem famoso. - Comenta Sam.

- É claro. - Diz Anne. - Sam você tem que conhecê-lo. Ele é a criança mais fofa que você vai ver na vida.

- Que exagero Anne.

- Não estou exagerando, É verdade. - Anne me olha com raiva. - Bem, meninos preciso ir.

Anne solta um beijo no ar e olha para mim e para Sam. O mesmo cora. E sai indo em direção à alguma mesa distante.

- Sam, preciso muito falar com você. 

Olho para o lado, vendo se não há ninguém que esteja nós ouvindo.

- Okay. O que é?

- Scott Sanchez. - Sam revira os olhos - O que sabemos dele?

- Bem. - Sam parece pensar - Tem nossa idade. 17 anos. Mora no centro. Filho único. É filho do diretor da escola.

- O quê? - Pergunto deixando o garfo que segurava cair na mesa.

- É, você não sabia não? É filho único. Mas nunca teve popularidade, sabe? Sempre foi o mais excluído, não sei porque. E só teve a tão popularidade quando você terminou com a Cris. E ele foi eleito o novo líder do time da escola... O que pensando bem, é bem suspeito. - Sam faz uma cara e passa a mão no queixo, como se tivesse barba. Fazendo aquelas cenas de detetive do Sherlock Holmes.

- Filho do Diretor? Nossa. Eu não sabia. - Olho para os lados.

- Você não se lembra dele? Estudávamos junto com ele no oitavo ano.

- No oitavo? - Diz um pequeno esforço para poder lembrar. Resultando em memórias ruins e uma dor de cabeça horrível. - Ah! Merda.

- O que foi? - Pergunta Sam, parecendo um pouco preocupado.

- Vamos dizer que eu sei o por que do Scott sentir raiva de mim. - Passo a mão na nuca. Olhando para o lado.

- É? E porque?

- Bem...

Você acha que estamos num filme de comédia, Scott? Fica longe da Cris. Entendeu?

Mas eu quero ser amigo dela.

Ela é minha amiga, você não vai roubar outra amiga minha.

Eu não roubei nada.

É lógico que roubou. Tudo. Minhas amizades, que duravam anos. É tudo culpa sua.

- Não vai me contar? - Diz Sam, percebendo que estava desconfortável.

- É melhor não. Não tem nada a ver com você, Sam.

- Eu sei. - Sam dá  de ombros e volta a sua atenção em seu prato de macarrão.
E nesse meio tempo, minha cabeça desligada pensa num plano muito insano, sobre tentar saber mais sobre Scott. E Sam estaria envolvido nisso.

- Sam, você sabe onde o diretor mora? - Sam me olha desconfiado.

- É claro, porque?

- Sammy. Você já invadiu a casa de alguém antes?

Por Trás Da MáscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora