Epílogo

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Cinco anos depois...

Estava ansioso, confesso. Voltar para o lugar onde eu passei minha infância toda, é tão bom quanto parece, não que eu tenha esquecido das coisas ruins, mas as boas são tantas, que amenizam qualquer outra memoria ruim. Ver todos de novo - Já que eu perdi totalmente o contato com eles. Deveria me sentir triste? Não sei, mas a felicidade de Jonathan, também me contagia. Ele, quando entrou no avião, quase pulou de felicidade, são quase treze horas voo, mas ele não consegui dormir. Bem, eu também não, apenas com a ajuda de calmantes, e uma forte dose de uísque.

Sonhei com eles todos no aeroporto, me esperando, com uma plaquinha escrito: 'Luccas Müller', mas eu sei que isso não vai acontecer, até porque ninguém sabe que eu estou voltando. Queria ver a reação deles, quando eu chegasse assim do nada. Não larguei a empresa, nem nada do tipo, apenas por causa de outros contratos, por isso, precisei voltar para Nova York. Não pensei que voltaria tão cedo, pensei que fosse depois de uns dez anos, ou mais. Mas não foi bem assim.

A viagem foi entediante, com pessoas conversando muito alto, e algumas se desesperando, falando que o avião vai cair. Fora, que quando eu cheguei, a aeromoça ficou se jogando para cima de mim, perguntando se eu estava confortável, ou se eu precisava de alguma coisa, ela era até bonita, mas acho que peguei um trauma depois do meu antigo relacionamento. Fora, o meu relacionamento meio conturbado com Hazel, me perguntei como ela está agora, se ainda está cheias de tatuagens, e ainda com o cabelo vermelho.

Me pergunto também como Cristha está, se ainda tem a boca inchada, e com aquele belo sorriso, ou se eu consegui faze-la parar de ser assim. Como eu me tornei tão entediante? É claro que eu sei que metade da culpa foi minha, mas a outra metade não foi, não é?

E Anne? Como ela estará? Acho que ela e eu fomos os mais que se atingiram com a morte de Sam. Fiquei sabendo, antes devir para cá, que ela se tornou médica. Pergunto-me o porquê dela ter escolhido essa profissão, embora eu já saiba. Anne sempre teve esse instinto de querer ajudar as pessoas, por causa de um grande motivo. É isso que eu mais gosto nela.

Gabriel talvez seja o único que realmente não fez uma faculdade, já que ele não se importa tanto assim com isso, para ele, é perda de tempo fazer algo que ele não tem certeza se vai usar ou não, bem, foi o que ele me disse.

Senti um cutucão de Jonathan, e acordei, ele me olhou e sorriu.

- Chegamos! - Diz ele, que rapidamente se levanta.

- Me espera! - Solto o cinto, e pego meu boné que estava em cima de uma plaqueta.

Segui Jonathan, e sai do avião, sentindo o sol forte de Nova York em meu rosto. Senti o vento bater contra meu corpo, me arrepiando. Coloquei o boné, e desci totalmente do avião.

Vi Jonathan, á alguns metros de distancia, segurando nossas malas, e batendo o pé freneticamente no chão. Ele está muito ansioso.

Saímos do aeroporto, e fomos até um carro preto que estava nos esperando, mas do outro lado da rua, vi uma garota de cabelos vermelhos, beijando outro cara. Posso estar errado, mas reconheço Hazel de longe. Achei que seria mais difícil acha-la, mas parece que foi bem simples.

Atravessei a rua, deixando Jonathan ao lado do carro.

- Olha a talaricagem. - Digo me aproximando da garota, que para de beijar o garoto alto, logo reconheço quem é. Gabriel.

- Andrei? - Diz Hazel com um sorriso largo no rosto. Olho para ela, e ela me abraça, um abraço apertado e caloroso. - Quando você voltou?

- Agora mesmo. - Digo passando a mão sobre seus cabelos vermelhos - Ainda tem as tatuagens?

Por Trás Da MáscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora