Capítulo 28

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- Eu posso ir hoje, não é? - Pergunto para Sam, que está do outro lado da linha.

- Claro. Os médicos daqui não entendem minhas piadas nerds. Dizem que é sem graça.

- Adultos. Sabe como é. - Digo, dando um leve beijo na testa de Jonathan, que me pediu para comprar doces. Apenas balanço a cabeça, afirmando.

- Vem logo. É sério.

Desliguei o telefone, e saí de casa. Passando por pessoas que as vezes me perguntavam como eu estava, ou me entregavam panfletos sobre alguma reunião de pessoas de luto. Eu apenas joguei no lixo todas.

É, Eu sei que é errado, mas eu acho que não preciso disso. Não agora. Não preciso de pessoas falando que perderam pessoas que amam, e como elas se sentem. Isso vai me deixar ainda mais de luto.

Virei a esquina, me deparando com alguns gritos. De uma garota. Meu coração acelera, e paro de andar. Algumas pessoas esbarram em mim, e me xingam, mas eu não sou capaz de responder. Apenas ouço ainda mais vozes vindo do fim daquele beco.

Me pergunto se isso não é coisa da minha cabeça, porque ninguém para e ajuda.

- Parem!

Disse a garota, mas dessa vez mais alto. O suficiente para eu percebesse de quem é a voz.

Cristha.

Merda.

Corri até o beco, e me escondi atrás de um carro. Três caras segurando a Cristha, e a levando para o fundo do  beco. Acho que consigo, acabar com todos eles, sem me machucar, e á tempo para ir ver o Sam.

- Scott vai estar muito feliz por isso. - Diz um dos caras, que segura muito forte o pulso de Cristha.

- Scott? - Pergunta Cristha, tentando se soltar, mas não adianta em nada.

Agora que ferrou tudo. Não posso apenas aparecer assim, colocaria eu e todos os meus amigos em risco. Preciso de um plano.

Comprei uma máscara de Halloween numa barraquinha qualquer e voltei para o beco. Um dos caras estavam falando no telefone, enquanto outro amarrava Cristha, e o outro  estava de guarda caso aparecesse alguém.
Scott não sabe escolher capangas, nenhum me viu chegar até aqui, ir embora e voltar. Scott, claramente, é um inútil.

Coloquei a máscara, e andei lentamente para perto dos dois. Eles me olharam, e franziram o cenho. Soltando um sorriso debochado.

- O que você quer aqui? - Perguntou o da direta, cruzando os braços.

Olhei para trás deles, Cristha me olhou e franziu o cenho.

- Quero que você  solte a garota. - Apontei para Cristha - Se não for um incômodo.

- Sinto em lhe dizer, mas é um incômodo. - Diz o carinha da esquerda, com um sorriso de deboche.

- Então, vou ter que fazer isso do jeito difícil. - Levantei as sobrancelhas, mesmo que eles não tenham visto. - Solta a garota. Agora.

- E o que você vai fazer? - O carinha da direita se aproximou de mim, e sorriu.

- Foi você quem pediu. - Digo levantando o olhar e dando um soco em seu rosto. Ele cambaleia para trás, segurando o nariz para estocar o sangue.

O cara que segurava Cristha, corre em minha direção, mas desvio fazendo-o quase cair no chão, e tenta dar um soco em mim, mas acaba apenas socando o ar.

- Desgraçado - Comentou o outro que partiu para cima de mim, mas esse tem o porte físico mais forte, e por isso, acabo levando um soco no canto da boca. Dou alguns passos para trás. E nesse momento, eu ouço um barulho, de algo se quebrando. Olho para o cara que me bateu, ele sorri com deboche.

Minha máscara quebrou.

Coloco minha mão por cima para mantê-la em meu rosto, Mas parece não adiantar muito. Cristha me olha, tentando entender quem eu sou.
Mas não consegue.

O cara parte para cima de mim de novo, mas dessa vez, eu tenho que lutar com apenas uma mão. Desvio de seus ataques, mas mesmo assim sou atingido.
Dou uma rasteira nele, e subo em cima dele, dando vários socos, até ele se render.

Sou afastado do cara, e o cara que eu quebrei o nariz vem em minha direção, e tenha me atingir, mas com apenas uma mão, consigo segurar a sua mão e a torcer.

Ele grita de dor, enquanto o outro vem por trás e me dá um outro soco no rosto, fazendo a máscara cair completamente, e apenas uma metade dela esconder meu rosto.

Dou um chute no meio das pernas do cara, que cai se contorcendo de dor.

Olho para Cristha, que coloca a mão na boca ao perceber quem era naquela festa, que ela me beijou na tentativa de me esquecer, Mas acabou se envolvendo ainda mais.

Sorri para ela, e ainda continuei com a mão segurando a única parte que continuou inteira.
Cristha provavelmente percebeu que era eu, e por isso ficou surpresa, ou espero que ela tenha entendido.

Saio daquele beco, indo em direção à minha rota principal. O Sam.

Chego lá, e logo vou até o quarto onde Sam está, provavelmente alguém deve ter perguntado porque que eu estava com a boca Sam, mas apenas ignorei.

Entrei no quarto, fazendo Sam me olhar e levantar as sobrancelhas ao perceber meu estado.

- Que merda aconteceu com você? - Perguntou Sam. Me sento na cadeira ao seu lado.

- Salvei a Cristha de um ataque não pessoal do Scott.

- Muito filme de Ação. - Diz Sam rindo levemente.

- Com certeza - Passo a mão por cima do canto da minha boca - Cara, eu estou me sentindo o Homem-Aranha.

Por Trás Da MáscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora