XXV - Meu Falso Amor.

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♥Larissa Narrando♥

Acordei depois de uma ótima noite de sono, escovei os dentes, tomei um banho bem demorado e me vesti. Me olhei no espelho antes de sair.

— Hora do show. - falei.

Fui até o hospital e me dirigi até o quarto certo, olhei pelo vidro da porta e vi as pestes das irmãs do Eric lá dentro.

Passei rapidamente um pouco de sombra na parte de baixo dos olhos pra parecerem olheiras e fingir que não consegui dormir, apertei o nariz até ficar vermelho e pinguei um pouco de soro fisiológico em meus olhos pra parecer que eu estava chorando; perfeita, entrei no quarto do Eric.

— Oi meninas. - falei com o tom mais triste que consegui.

— Oi Larissa. - as duas vieram me abraçar.

Meu Deus, quanto drama.

— Vocês já podem ir, eu fico com ele até o turno do Victor. - falei calma.

Na minha mente, eu praticamente as expulsava de lá.

— Tem certeza de que consegue ficar sozinha? - Jóia.

— Sim, eu consigo. Podem ir... (na verdade, se puderem adiantar, eu agradeceria). - falei.

Assim que elas saíram não aguentei mais me segurar; ri como nunca tinha feito antes, e assim que me faltou ar, larguei minha bolsa num canto da sala; me joguei na poltrona, cruzei as pernas e estiquei os braços.

— Nossa, é tão bom ter um descanso! Eu não aguentava mais fazer aquela cara de viúva por tanto tempo! - falei sorrindo e exclamando consideravelmente alto.

Levantei e olhei pela janela, se não havia ninguém passando pelo corredor.

— Tenho que admitir, pôr esse plano em prática está sendo mais difícil do que pensei. - me virei para ele. — Achei que a parte mais complicada seria fazer você se apaixonar, mas o seu desespero foi tão grande que decidiu se jogar de cabeça num namoro com alguém que mal conhecia; aliás, você devia realmente tratar essa carência, não pode ser saudável. - ri novamente. — É sério mesmo que você nem suspeitou de nada? Sejamos sinceros, eu poderia ter qualquer um naquele internato, porque escolher justamente você? Meu bom gosto não me deixaria fazer algo tão grotesco; além do mais, eu já tenho um ótimo namorado. - ajeitei meu cabelo. — Ygor, até o nome dele é melhor do que o seu... - revirei os olhos.

Peguei um pequeno frasco na minha bolsa, que continha um líquido transparente.

— Mas claro que você tem seu lado bom, tem sim. Nenhum outro príncipe é herdeiro do maior, mais rico e mais poderoso reino da linhagem monárquica, por exemplo. - peguei uma seringa também na minha bolsa e enchi com a substância do frasco. — O meu plano era ficar com você, e fazer tudo dar certo até que você pedisse a minha mão; e considerando o tão curto espaço de tempo em que você me pediu em namoro, acho que para o noivado não demoraria tanto assim. Depois de casados, eu obviamente o convenceria a assinar documentos que deixassem todo o seu reino e riqueza para mim, caso sua morte acontecesse antes do sucessor ao trono surgir. Claro que, mais tarde, você teria uma misteriosa morte, porém sem rastros, e eu governaria tudo com meu verdadeiro rei; o pulso firme do Ygor fará dele um rei bem melhor do que você. - falei e injetei o líquido na bolsa de soro dele. — Ai ai, mas você e seus amigos quase destruiram meus planos com essa confusão. Eu nunca pensei que correria perigo de vida nessa novela, e ainda há gente que diga que eu não tenho talento pra ser atriz. - ri. — Eu fui sequestrada! E ainda consegui manter essa farça. - joguei a seringa e o frasco vazio pela janela o mais longe possível. — É incrível saber que depois de tudo isso, o controle de toda a situação ainda está comigo. - sorri. — Todo mundo diz que você ainda ouve mesmo estando em coma, e pode até ser verdade para as outras pessoas (o que eu ainda duvido muito), mas você é muito burro pra isso. - falei observando-o de longe.

De repente meu celular toca, pego-o na bolsa e atendo

— Oi amor. - falei.

— Oi princesa, como você tá? - o Ygor disse do outro lado da linha.

— Melhor agora falando com você. - respondi.

— Fiquei sabendo de tudo sobre o sequestro da cambada do principezinho e que ficou em coma, você está bem? O plano falhou? - indagou.

— Só por cima do meu cadáver! O Eric não tem capacidade pra resistir a uma facada, muito menos pra nos impedir nesse estado. - falei e ouvi um barulho.

— O que foi isso? - ele perguntou, deve ter ouvido também.

Olhei e a máquina que media os batimentos cardíacos do Eric e eles estavam oscilando.

— A substância está fazendo efeito. Caramba, essa coisa é rápida, onde você arranjou? - falei impressionada.

— Depois te conto amor, tudo o que você precisa saber é que quando misturado com soro, se torna imperceptível a exames de identificação. - completou.

— Você é mesmo um gênio! - exclamei.

— Você não sabe quanta saudade eu tô de você. A primeira coisa que vamos fazer quando assumirmos o castelo vai ser inaugurar a cama da suíte real. - ele disse com a voz mais safada possível.

— Mal posso esperar. - concordei.

— Agora vai acudir o principezinho. - ele desligou.

Olhei pro Eric mais uma vez e falei.

— Sabe outro motivo do Ygor ser melhor do que você Eric? Ele tem atitude o suficiente pra levar uma mulher pra cama. - falei e o encarei enquanto os batimentos dele ficavam cada vez mais rápidos. — Socorro! Alguém ajuda! Ele está morrendo! - gritei fingindo estar horrorizada.

Três médicos adentraram o quarto e começaram a tentar estabilizar o quadro do Eric. Peguei minhas coisas e saí, o deixando lá.

A substância não vai matá-lo, somente deixar sequelas pesadas para ficar mais fácil de comandá-lo até meu plano funcionar e depois... adeus Eric.

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