1 | Eu sou alguém para você

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A todos os meus leitores antigos e aos novos também, um feliz 2018 para vocês! 💙
Espero que curtam este novo livro. Fiz esta surpresa pensando em vocês! 🎈

— Consegui um emprego casual numa mansão amanhã, irmão

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— Consegui um emprego casual numa mansão amanhã, irmão. Graças a Deus que é ano novo.

Ele arregalou os olhos verdes e brilhantes para mim enquanto mordia seu pedaço de pão do dia anterior, sentado na cama.

— Vai comprar comida para a gente? — perguntou, carregado de esperança.

Sorri e me aconcheguei ao seu redor, abraçando-o por trás.

— Sim. Não importa o que eu tenha que fazer, não deixarei você passar fome, tá bom?

— Mas e você?

Fiquei um instante processando a pergunta.

— Eu vou ficar bem — prometi, mesmo que eu não pudesse ter certeza sobre isso. — Arrumarei outro emprego temporário em breve.

Theo assentiu, voltando a comer seu pão.

Não sei o que seria dele se eu não tivesse passado a tarde inteira batendo de porta em porta à busca de um lugar que eu pudesse trabalhar. E essa tortura começou há quase um ano, quando meus pais morreram num acidente de carro, deixando apenas eu e meu irmão para trás. Foi terrível. A pior parte de tudo, além da dor contínua que ambos nós sofremos às noites pela falta deles, é não saber como será o amanhã. Às vezes a resposta era dolorosa demais para eu perder tempo pensando nisso. E eu não falava nem por mim, e sim pelo meu irmão.

Me dói só de pensar que meu sacrifício por ele parece estar acabando. Tive de largar minha faculdade integral de Artes — incentivado pela paixão que eu tinha por dança — para vigiá-lo, uma vez que ele tinha apenas sete anos, e buscar qualquer emprego. O problema, porém, era que, sem diploma, eu não era praticamente nada. Nem mesmo em lugares que não exigiam escolaridade eu me dei bem. Pareceu que a morte dos meus pais resultou na morte dos meus sonhos.

— A mulher do aluguel veio aqui de novo — falou ele, olhando-me. — Perguntou por você, mas falei que não estava.

Outro empecilho nas nossas vidas: morávamos num apartamento pequeno em Seattle — o lugar onde sempre pertenceu à nossa família. Embora não fôssemos mendigos, eu percebi que não estávamos muito longe disso. E sabia que em algum momento eu seria posto para fora junto a Theo, não importava quantas vezes eu pedisse tempo à dona dos apartamentos ou retornasse a dizer nossa situação a ela. Talvez o dinheiro fosse mais importante que nós, afinal.

— Ela disse alguma coisa?

Ele pensou por um tempo, mordendo o pedaço final do pão.

— Ela quer um aluguel — respondeu. — Disse que não iria aceitar mais um mês atrasado.

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