11 | Olá de novo, Peter

5.7K 532 212
                                    

[DANIEL]

- Morar com você? - repetiu ele, os olhos arregalados. - Tipo... para sempre?

Assenti uma vez.

- Se não quiser agora, se quiser tempo para pensar a respeito, tudo bem. Eu sou bastante paciente. - Mostrei-lhe um sorriso generoso. - Mas só posso esperar se você me garantir que vai pensar.

- Eu já pensei. - Seu rosto ficou vermelho. - Eu quero.

Ironicamente falando, eu fiquei sem acreditar. Não sabia bem o porquê - talvez eu esperasse uma rejeição por meu pedido ser rápido demais.

- O quê?

- Eu quero morar com você - confirmou ele. - Se não for um problema, claro.

Sorri ainda mais. Esse garoto é incrível!

- É claro que não vai ser, baby. Nunca. - Se não estivéssemos em local público agora, eu poderia desconfiar de mim mesmo que seria capaz de cometer loucuras com Justin. - Eu posso ajudá-lo a arrumar suas coisas quando estiver pronto.

Ele assentiu.

- Eu vou falar com meu irmão hoje - prometeu ele.

Eu não podia estar mais agradecido.

- Okay. - Em seguida, quando nossos olhares falaram por si só por um tempinho, olhei para o prato vazio de Justin. - Quer mais?

Ele fez que não uma vez.

- Certeza? - Ergui uma sobrancelha com um sorrisinho lateral.

Isso o fez corar mais. Eu gostava bastante dessa sua reação.

- Tenho. - Com seu último gole do champanhe, Justin me agradeceu: - Obrigado. Tudo estava maravilhoso.

- Não foi nada, baby. - Fiz um gesto para chamar o garçom. Ele veio, acertamos a conta e eu voltei minha atenção para Justin quando tive oportunidade. - Vamos?

- Hunhum.

Ambos nós nos levantamos. Demoramos apenas um minuto para voltarmos ao nosso carro, onde ficamos um bom tempo parados, sem fazer nada. Ou na verdade eu não conseguia dizer algo - porque o rosto de Justin me deixava imune a falas. Ele era lindo demais - mais do que um simples garoto cujos olhos eram azuis e, o cabelo, castanho revoltado. Ele era único.

Eu mal podia pensar com clareza quando estava ao seu lado.

- Às vezes, sinceramente, eu me pergunto do que me serviu esses anos todos de estudo sobre psicologia - comentei baixinho enquanto o fitava carinhosamente. - Não consigo entender. Quer dizer, não consigo entender como eu posso estar tão fascinado assim por você. Não estou dizendo que vou sequestrá-lo só para ser meu, por favor, não entenda assim.

Ele deu um riso por conta da minha explicação rápida.

- Enfim... - suspirei com calma. - Eu só gostaria que soubesse que significa muito para mim.

A sua expressão ficou afável.

- Deve ter puxado a bondade de seus pais - argumentou devagar, os olhos azulados vagando meu rosto. - Né?

- Possivelmente. - Acariciei sua perna. - Assim como você puxou dos seus.

Justin colocou sua mão por cima da minha e sorriu.

- V-Você não... hã... - Ele engoliu em seco e respirou fundo. - Você não contou a eles sobre...

- Nós dois? - tentei, e então ele assentiu. - Não contei... ainda - acrescentei. - Mas minha mãe é esperta demais. Já se tocou da última vez que nos vimos que meu rosto não estava dos melhores.

INESQUECÍVELOnde histórias criam vida. Descubra agora