Daniel me deixou na casa de Natan na manhã seguinte. Notei que sua moradia era bem grande, sinceramente falando — próxima ao tamanho da de Daniel, se não do mesmo tamanho —, o que me deixou admirado à primeira vista. Era uma arquitetura branca com toques modernos, também com um andar. E ainda havia um jardim nas laterais da calçada que nos levaria à porta.
Theo encostou sua cabeça no vidro, sentando no banco atrás de mim, e fez um som de assobio. Daniel era o único que parecia natural.
— Então... — Daniel murmurou, tocando minha mão. — A que horas devo buscá-lo?
— Quando achar melhor — garanti, os lábios numa linha sorridente. — Não precisa se apressar.
— Por quê? — Ele estreitou os olhos, a diversão oculta. — Vai aprontar lá dentro?
A casa de Natan foi indicava pelo seu queixo.
— Não... — Beijei sua boca por uns segundos. — Eu prometo. Quando o dia da dança na Academia chegar e você finalmente me assistir, verá que meus ensaios foram úteis.
— Hum... — Daniel olhou para meu irmão. — Theo, por favor, tome conta de seu irmão.
Achei graça, mas Theo ainda fez que sim.
— Ele sabe que não apronto — comentei destravando meu cinto. — E com um Daniel O'Brien na minha vida, não haveria razões para cruzar esse caminho. Não sou doido.
— Então faria se eu não me chamasse Daniel? — provocou.
Eu ri alto.
— Você sabe que não é pelo nome, e sim pelo que você é — expliquei mesmo assim, ainda que ele já soubesse. — A propósito, parece que seu nome completo é a única informação que eu sei sobre você.
— O que quer saber? — Ele parecia estar disposto a ouvir minhas perguntas. — Não há muitas coisas boas, vou logo dizendo.
Acho que ele era mais modesto do que eu.
— Quando é seu aniversário?
— Vinte e sete de abril — respondeu. — O seu eu já sei.
Franzi a testa. Como?
— Por causa da sua ficha de inscrição na Academia — falou ao observar minha reação. — É em setembro. Dia 12.
Fiz que sim devagar.
— Isso.
Seu celular tocou, transformando minha expressão em desânimo. Ah, não... Agora não...
— Só um minuto, baby — sussurrou, e depois atendeu. — Oi, Carla.
Esperei que Daniel conversasse com quem estivesse do lado pacientemente. Era até bom. Seu olhar levemente estreito e sua voz mudavam de vez em quando — para um jeito mais profissional. Ao terminar, ele me olhou com aquele olhar suave de pedido de desculpas, o que me dizia que nosso tempo juntos já seria cessado.
— Tá tudo bem, você precisa trabalhar. — O abracei após dar um beijo em seus lábios. — Pode me contar mais coisas sobre você mais tarde.
Ele sorriu.
— Okay. Vai me ligar? Caso queira ir embora mais cedo?
— Vou — concordei, abrindo a porta ao meu lado. — Tenha um bom dia, amor.
— Vocês também. — E, com uma bondade que derreteu meu coração, ele pegou a mão de Theo e repousou um beijo nela. — Cuide de seu irmão por mim, tá bom?
VOCÊ ESTÁ LENDO
INESQUECÍVEL
RomanceQuantas vezes você seria capaz de amar alguém? Justin Connor tinha tudo para ser um jovem comum. Com uma pureza encantadora, beleza admirável - por fora e por dentro - e características chamativas, ele teria mil e uma razões para curtir sua vida o q...