E ele não estava sozinho: uma mulher loira o fazia companhia. Era linda — tanto quanto Daniel, que nesse momento me olhava com certa admiração. Ambos estavam vestidos formalmente, ele com seu terno e ela com seu vestido social. Meu Deus, o que ele veio fazer aqui? Ou melhor, como ele conseguiu me encontrar?
— Pode ir sem mim, tudo bem? — murmurou ele para a moça, dando-lhe um beijo casto na bochecha.
Presumi que fosse sua esposa, e isso não me deixou nas melhores situações. Quando ela se foi, ele ajoelhou-se perto de mim — seu cheiro me paralisou imediatamente — e tocou meus braços, os lábios abertos num quase sorriso. Eu não conseguia entender muito bem o que estava se passando em sua cabeça para que sua reação fosse incrédula, mas eu suspeitei já saber.
— O que é isso? — perguntou baixinho, dividindo seus olhos no balde de água ao meu lado e na escova na minha mão.
Meu rosto esquentou na hora. Ele está lindo como sempre...
— Consegui um emprego aqui — expliquei, a voz suave e lenta.
Ele intensificou a ampliação de suas sobrancelhas.
— Por favor, levante-se — pediu.
E eu meio que só fiz isso porque ele fez.
— Eu não posso parar — falei com receio.
— Não vai perder o emprego por isso. — Ele balançou o rosto, as íris vívidas e cheio de brilho na minha direção.
Depois ele andou para um lado, pegou um pano seco em cima de uma das cadeiras próximas e me deu.
— Não tenho tanta certeza — murmurei, enxugando meus braços e vagando meu olhar pelos lados em total nervosismo.
— Eu tenho. — Seu sorriso lindo e branco me desnorteou. — Porque sou o dono.
Minha testa foi franzida e meu queixo quase caiu.
— Venha comigo — disse ele carinhosamente.
Assenti, embora não soubesse para que lugar ele me levaria, e o segui. Não estava conseguindo mal assimilar o fato de que eu o vi novamente, quanto mais compreender que ele era o dono. Começamos a andar onde estavam os armários.
— Qual é o seu? — perguntou.
Entreguei a minha chave para ele como resposta, meus olhos em seu rosto o tempo inteiro, encantado com o charmoso homem que eu sonhei por algumas noites. Daniel abriu meu armário, pegou minha mochila e a colocou em suas costas.
— Fome? — Seu sorriso lateral que derrubou. — Porque eu estou.
Corei, mas consegui reprimir a vontade de encarar meus dedos. Ele devolveu-me a chave.
— Um pouco — admiti.
— Que bom. — Ele parou de andar. — Então posso levá-lo para comer.
— O quê? — sussurrei.
— Há uma lanchonete boa bem ali na esquina.
— Mas eu estou... hum...
— Em trabalho? — Ele levantou uma sobrancelha divertidamente. — Seu turno acaba em dez minutos.
Hesitei um instante. Puxa, ele é mesmo meu chefe.
— Vou lavar minhas mãos, então — falei corando.
— Estarei aqui.
Com a permissão dele, fui ao banheiro. Não esperei que ele fosse atrás de mim, até porque minha agilidade em apressar a lavagem me surpreendeu. Eu sabia, sem pensar, que isso se chamava felicidade — e era por essa razão que minhas atitudes saiam mais eufóricas do que eu podia controlar. Parecia que outra pessoa havia tomado posse do meu corpo — uma pessoa feliz, sorridente e despreocupado, divergindo-se daquela que eu era todos os dias. Eu estava extremamente alegre.
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INESQUECÍVEL
RomanceQuantas vezes você seria capaz de amar alguém? Justin Connor tinha tudo para ser um jovem comum. Com uma pureza encantadora, beleza admirável - por fora e por dentro - e características chamativas, ele teria mil e uma razões para curtir sua vida o q...